quarta-feira, julho 23, 2025

Autor: Redação

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exportadores avaliam impacto de tarifa dos EUA



EUA eleva tarifa e carne bovina brasileira




Foto: Pixabay

A análise semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (21), aponta que os Estados Unidos elevaram em 50% a tarifa sobre a carne bovina brasileira. Com o novo acréscimo, o total de impostos incidentes sobre o produto importado chega a 76%.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, responsáveis por 13,69% do volume exportado no primeiro semestre de 2025. Em relação ao estado de Mato Grosso, 7,20% das exportações no mesmo período foram destinadas ao mercado norte-americano.

Segundo a análise, apesar da elevação tarifária, Mato Grosso tende a sofrer impacto limitado, em razão da diversificação de seus destinos comerciais. “O estado possui um mercado externo bem distribuído, o que permite redirecionar os volumes anteriormente destinados aos EUA para outros países importadores”, aponta o Imea.

Por outro lado, os Estados Unidos poderão enfrentar dificuldades de reposição. Cerca de 30% da carne bovina importada pelo país é de origem brasileira. Com a nova tarifa, os norte-americanos terão de buscar fornecedores alternativos, como Austrália, Argentina e Uruguai — mercados que, geralmente, operam com preços superiores aos praticados pelo Brasil.





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Brasil trabalha para que China e UE voltem a comprar carne de frango, diz Mapa



O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua, destacou que a retomada de mercados para a carne de frango do Brasil após o encerramento do caso de gripe aviária em granja comercial do Rio Grande do Sul está sendo positiva.

“Eu acho que o trabalho feito até agora, decorrido dois meses da ocorrência do caso isolado em Montenegro, é bastante positivo. O Brasil fez todo o trabalho técnico e depois todo o trabalho de negociações para que os países sentissem confiança em retornar ao Brasil. O país deu provas de que tem um sistema sanitário robusto”, disse.

Segundo Rua, a exportação de carne de frango foi retomada para praticamente todos os países. “Hoje temos um pouco mais de cinco países relevantes que ainda têm algum tipo de restrição à carne de frango. China, União Europeia e Chile são mercados que estamos trabalhando para o retorno”, ressalta.

De acordo com ele, o Brasil já enviou informações para a China a respeito do caso e foi feita uma solicitação de novos dados por parte da União Europeia e do Chile. “Deveremos ter, no curto prazo, a resolução desses problemas.”

Para Rua, a parceria entre governo e setor privado foi rápida, o que reforça a confiança de retomada dos mercados internacionais. “A gente espera que esses poucos que ainda
têm algum tipo de restrição possam rapidamente voltar”, afirma.

O secretário acrescenta que a expectativa é de que, a partir de agosto, o Brasil possa ter uma solução mais normalizada e com os embarques numa crescente.



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Produtores de mel convivem com abandono de abelhas e contêineres parados em portos



O Brasil produziu 64,2 mil toneladas de mel em 2023, número que o posiciona como um dos maiores produtores do mundo. Contudo, as vendas internacionais estão sob ameaça porque os Estados Unidos, o principal comprador do produto nacional, anunciou tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras que devem começar a valer em 1º de agosto.

De acordo com o coordenador da Rota Mel Pampa, Aldo Machado, cerca de 82% do mel produzido no país em 2024 foi direcionado ao mercado norte-americano.

Segundo ele, mais de 100 contêineres com o produto estão, neste momento, sendo devolvidos ou parados nos portos à espera de prorrogação do prazo ou adiamento do tarifaço.

“Para o produtor, o impacto vai ser muito grande porque, na próxima safra agora, se não conseguir buscar novos mercados ou mesmo baixar essa taxação, esse mel vai ficar abaixo do preço de custo. Então tem muitos apicultores que já deveriam estar se preparando para a próxima safra, não estão mais investindo, estão simplesmente abandonando as abelhas, deixando elas à deriva da própria sorte na floresta”, conta.

De acordo com Machado, a procura por novos mercados, como a Europa, deve acontecer, mas não será rápida por conta do alto volume a ser destinado.

Para ele, a situação é ainda pior no Rio Grande do Sul, estado brasileiro que mais produz mel e onde os apicultores já sofreram grandes perdas em seus apiários por conta de enchentes em 2024 e, também, neste ano.



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Negócios da soja são pontuais nesta terça-feira; confira os preços por região



O mercado físico de soja teve um dia de negociações pontuais nesta terça-feira (22), com maior movimentação concentrada nos portos. De acordo com o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, houve relatos de negócios em Rio Grande, além de ofertas pontuais em Santos e Paranaguá, mas os volumes fechados foram limitados.

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No interior do país, as negociações também ocorreram, impulsionadas pelo basis ainda elevado em diversas regiões. A indústria manteve o interesse em adquirir soja e chegou a elevar os bids em algumas localidades, como na região de Uberlândia, segundo Silveira. Apesar das margens industriais pressionadas pelas indicações acima das paridades, a demanda se manteve presente.

A atuação dos vendedores segue contida, com oferta dos produtores ocorrendo de forma cadenciada. Do lado da indústria, também não houve interesse em grandes lotes. O dia foi de ritmo moderado, sem influência relevante do câmbio ou da Bolsa de Chicago. A Bolsa de Chicago voltou a recuar, enquanto o dólar, apesar de volátil, oscilou dentro de uma faixa estreita, sem impacto direto sobre a formação dos preços internos.

Preços da soja no Brasil

  • Passo Fundo (RS): manteve em 132,00
  • Santa Rosa (RS): manteve em 133,00
  • Rio Grande (RS): manteve em 139,00
  • Cascavel (PR): manteve em 131,00
  • Paranaguá (PR): caiu de 139,00 para 138,00
  • Rondonópolis (MT): manteve em 121,00
  • Dourados (MS): manteve em 125,00
  • Rio Verde (GO): manteve em 122,00

Soja em Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com leve baixa, em dia de volatilidade. O bom andamento das lavouras nos Estados Unidos pressionou os preços durante boa parte da sessão. No entanto, sinais técnicos e especulações sobre possível avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China ajudaram a reduzir as perdas.

O mercado ainda digere o relatório do USDA que mostrou queda na qualidade das lavouras de soja, com a classificação entre bom e excelente recuando de 70% para 68%. Mesmo assim, o desenvolvimento das plantações é considerado normal para o período.

Contratos futuros

O contrato da soja em grão com entrega em agosto recuou 4,75 centavos de dólar, ou 0,46%, para US$ 10,10 1/4 por bushel. A posição novembro fechou a US$ 10,25 1/2 por bushel, com perda de 0,50 centavo ou 0,04%.

Entre os subprodutos, o farelo para setembro subiu US$ 3,10, ou 1,12%, a US$ 277,90 por tonelada. Já o óleo com vencimento em agosto caiu 0,43 centavo, ou 0,76%, para 55,63 centavos de dólar por libra-peso.

Câmbio

O dólar comercial terminou o dia em leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,5669 para venda e R$ 5,5649 para compra. A moeda norte-americana variou entre R$ 5,5513 na mínima e R$ 5,5903 na máxima durante o pregão.



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Brasil reúne líderes de sete países para debater produção global de oleaginosas



Nesta terça-feira (22), a cidade de Foz do Iguaçu sediou o 27º Diálogo Internacional dos Produtores de Oleaginosas (IOPD), evento organizado pela Aprosoja Mato Grosso e Aprosoja Brasil. O encontro reuniu representantes de sete países, Estados Unidos, Alemanha, França, Paraguai, Canadá, Austrália e Brasil, para debater os principais desafios e perspectivas da produção mundial de oleaginosas, como soja e milho.

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Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja Mato Grosso, ressaltou a importância do diálogo para discutir temas globais que afetam o setor, incluindo sustentabilidade, tensões comerciais e geopolíticas. Maurício Buffon, presidente da Aprosoja Brasil, reforçou o papel do evento na promoção da segurança alimentar, destacando o objetivo comum de reduzir a fome no mundo por meio da produção agrícola.

O primeiro dia contou com apresentações importantes de representantes americanos, como Mike McCranie, que destacou a necessidade de união entre os produtores internacionais para enfrentar desafios comuns e ampliar as exportações. Também chamou atenção a participação do presidente da Associação Paraguaia de Produtores, Lindemar Cesca, que abordou os impactos da legislação europeia antidesmatamento sobre as exportações de soja do Paraguai.

Além dos temas políticos e comerciais, o evento trouxe palestras técnicas relevantes, como as do economista Daniel Vargas sobre sustentabilidade na produção tropical e do pesquisador Leandro Zancanaro, que apresentou avanços nas pesquisas da Aprosoja Mato Grosso. O diretor da Agrometrika, Fernando Pimentel, analisou o mercado global da soja em um cenário de tensões geopolíticas crescentes.

Para encerrar o dia, Felipe Spaniol, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, discutiu os potenciais impactos da legislação europeia sobre o desmatamento para o agronegócio brasileiro. O 27º IOPD reforçou a importância da colaboração internacional entre produtores para garantir uma produção sustentável e equilibrada de alimentos, superando desafios comuns em benefício da segurança alimentar global.



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Rendimento médio de trabalhadores da agropecuária cresceu 5,5% no 1º trimestre


O rendimento médio mensal de trabalhadores ocupados na agropecuária avançou 5,5% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado.

É o que mostra o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) em conjunto com o Dieese.

O salário desse trabalhador saiu de R$ 2.022 para R$ 2.133. A categoria considera os empregados nas atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

O avanço foi muito superior ao registrado no ano passado, quando a renda média havia crescido apenas 0,2% ante o primeiro trimestre de 2023.

rendimento médio produtor rural

As regiões que mais contribuíram para o aumento de 5,5% foram a Norte (+21%) e a Sul (+9,7%). O ganho no Nordeste veio em terceiro lugar, com 7,5%, seguido do Sudeste, com 1,7%.

Embora tenha sido a única região a registrar queda na renda (-7,9%), o Centro-Oeste ainda possui o maior valor médio do país, de R$ 3.492. Já o menor rendimento mensal continua sendo no Nordeste, de R$ 1.081.



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Touro braford em áreas quentes: este é o guia para ele cobrir vacas nelore a campo


A escolha do touro reprodutor é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade e a rentabilidade do rebanho. Assista ao vídeo abaixo e confira o esclarecimento na íntegra.

Em Cacoal, Rondônia, o pecuarista Vagner Brito observa que o touro braford tem um bom desempenho em regime de pastagem em seu estado. Sua dúvida, no entanto, é se essa raça é a opção mais acertada para suas matrizes nelore, aneloradas e mestiças.

Nesta terça-feira (22), o zootecnista Alexandre Zadra, renomado especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos e autor do blog “Crossbreeding”, respondeu à questão no quadro “Giro do Boi Responde”. Ele destacou a importância da adaptação climática dos animais e as vantagens do cruzamento entre raças.

Adaptação do touro braford ao clima quente e úmido de Rondônia

Foto: Giro do Boi/reprodução

Rondônia, com seu clima quente e úmido, exige que os animais possuam um bom conforto térmico para manter sua produtividade.

Alexandre Zadra explica que touros com uma maior porcentagem de sangue europeu, como o braford (que é um meio-sangue europeu), geralmente não possuem uma termorregulação adequada para suportar o calor intenso.

Por essa razão, os reprodutores que se destacam em climas quentes e úmidos do Centro-Norte do Brasil são, em geral, animais zebuínos ou raças adaptadas ao calor, como o caracu ou o senepol. Esta é a premissa básica para garantir um bom desempenho reprodutivo dos touros em Rondônia.

Para utilizar touros braford (ou outras raças como brangus e canchim) em Rondônia, o cenário ideal é que eles atuem em lotes menores, em ambientes que ofereçam sombra, água fresca e locais bem ventilados.

É crucial que a temperatura ambiente caia à noite para cerca de 22°C, mesmo durante o verão. Essa redução da temperatura noturna permite que os touros pastem e se recuperem do estresse térmico diário.

É fundamental, portanto, oferecer condições ambientais muito favoráveis, complementadas por suplementação de ração e estratégias que garantam o conforto térmico, evitando o excesso de calor.

Vantagens do cruzamento braford x zebuíno

retenção de fêmeas, vacas nelore - embraparetenção de fêmeas, vacas nelore - embrapa
Foto: ACNB

Apesar dos desafios climáticos para o touro braford puro em regime extensivo, o cruzamento com vacas zebuínas, como as matrizes nelore e mestiças de Vagner Brito, resulta em animais com uma composição genética bastante interessante.

Os filhos de touros braford com vacas zebuínas apresentarão aproximadamente 70% de sangue zebuíno, o que lhes confere uma elevada rusticidade e excelente adaptação ao ambiente local.

Esses animais bimestiços, com cerca de 31% de sangue europeu, são bem adaptados e tendem a apresentar bom peso e desenvolvimento.

Esse tipo de cruzamento pode proporcionar um ganho significativo de produtividade em comparação com a criação de zebuínos puros, e até mesmo em relação a outros cruzamentos realizados por inseminação, como o hereford x nelore.

A combinação da rusticidade zebuína com as características de corte do braford tem o potencial de gerar bezerros de alta qualidade para o pecuarista, otimizando os resultados da fazenda.



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Frente fria provoca chuva mas áreas do país têm calor intenso; veja previsão do tempo



Esta quarta-feira (23) será marcada por instabilidade no Sul do Brasil e tempo seco com calor intenso em boa parte das demais regiões do país, de acordo com a previsão do tempo realizada pelos meteorologistas da Climatempo.

Você quer entender como usar o clima a seu favor? Preparamos um e-book exclusivo para ajudar produtores rurais a se antecipar às mudanças do tempo e planejar melhor suas ações. Com base em previsões meteorológicas confiáveis, ele oferece orientações práticas para proteger sua lavoura e otimizar seus resultados.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, uma área de baixa pressão sobre o Paraguai, associada ao deslocamento de uma frente fria pelo oceano, provoca pancadas de chuva moderadas a fortes, principalmente nas áreas oeste e noroeste dos estados. As temperaturas devem cair no território gaúcho devido à entrada de uma massa de ar polar.

Já nas demais áreas da região Sul, o tempo permanece firme, com sol e temperaturas mais amenas.

No Paraná, o tempo seco predomina, com umidade relativa do ar abaixo de 30% no noroeste. Há formação de nevoeiro no litoral norte catarinense e no litoral paranaense no início do dia.

Na região Sudeste, uma frente fria de fraca intensidade aumenta a nebulosidade na faixa leste de São Paulo, podendo causar chuva leve no litoral. No entanto, nas demais áreas — como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais — o tempo se mantém firme, com elevação das temperaturas. No interior paulista e mineiro, o sol predomina e a umidade relativa do ar pode cair para níveis críticos, abaixo dos 30% durante a tarde.

O Centro-Oeste enfrenta um cenário de calor intenso e ar muito seco, com destaque para Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal, onde a umidade pode ficar abaixo de 20%. Em outras áreas da região, os índices também permanecem baixos, abaixo de 30%, o que exige cuidados com a saúde e o risco de queimadas.

No Nordeste, a faixa leste segue com instabilidade provocada pela circulação de ventos úmidos vindos do oceano. Há previsão de chuvas entre a Bahia e Pernambuco, com intensidade moderada em alguns momentos. Já no interior e no agreste, o tempo seco predomina, com umidade abaixo de 20% em parte da tarde.

Na região Norte, o sol aparece entre poucas nuvens na maior parte dos estados. O tempo segue seco no Tocantins, Rondônia e sul do Pará, enquanto pancadas de chuva ocorrem no Amazonas, Roraima e Amapá, com possibilidade de temporais localizados no centro-norte do Amazonas.



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Manejo de solo passará a fazer parte do Zarc Soja na safra 25/26


Com um projeto-piloto no Paraná, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para cultura da soja irá considerar, a partir da próxima safra, também a adoção de boas práticas de manejo do solo que aumentam o volume de água disponível para as plantas.

A partir de agosto, os produtores que aderirem ao projeto terão acesso a percentuais diferenciados de subvenção nas apólices do seguro rural, de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.

A inovação da proposta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Embrapa no Zarc Níveis de Manejo (ZarcNM) pretende contribuir para a mitigação dos riscos climáticos enfrentados pela soja.

A publicação da Instrução Normativa Nº 2 de 2025, que regulamenta o ZarcNM, ocorreu em 9 de julho, no Diário Oficial, após a Resolução nº 107 do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural que aprovou as regras do projeto-piloto. Assim, o manejo adotado entra no cálculo para avaliação do risco climático da cultura. Nesta fase inicial do projeto, o Mapa destinou R$ 8 milhões.

Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério, Diego Melo de Almeida, o projeto concretiza a evolução do Zarc. “Esse é um caminho que nós temos perseguido com a Embrapa há, no mínimo, dois anos. A safra de verão será o pontapé inicial, mas esperamos seguir no aprimoramento da metodologia e ampliar o alcance e a alocação de recursos para as próximas safras”, revela.

O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), diz que essa atualização é crucial em períodos de escassez hídrica. Atualmente, esta representa a principal causa de perdas na produção de grãos de soja no Brasil.

“O ZarcNM evidencia a redução de risco por meio de uma estratégia de manejo bem conduzida, uma informação fundamental para o produtor, para as atividades de planejamento agrícola e para o seguro rural”, explica Farias.

A adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas.

Nível de manejo e subvenção do seguro

O pesquisador explica que o ZarcNM passará a considerar quatro Níveis de Manejo (NMs), definidos a partir de seis indicadores.

Os percentuais de subvenção no seguro rural serão maiores conforme a qualidade do manejo. Assim, serão divididos em 20% para as áreas classificadas como Nível de Manejo 1 (NM1), 25% para NM2, 30% para NM3 e 35% para NM4. Pela regra atual do PSR, o percentual de subvenção padrão para a soja é de 20%.

Com base em avaliações de campo conduzidas pela no Paraná e em Mato Grosso do Sul, foi possível validar a metodologia. Farias explica que o segundo nível do ZarcNM, o NM2, representa a média dos manejos de solo até então adotados nesses estados.

Por outro lado, os níveis seguintes (NMs 3 e 4) pressupõem melhorias na fertilidade química, física e biológica do solo, por intermédio do aprimoramento das práticas de manejo. Dessa forma, esses manejos aumentam a disponibilidade hídrica e, assim, reduzem os riscos de falta d’água às culturas.

Já a classificação NM1 revela áreas manejadas de forma inadequada, apresentando limitações nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo e, consequentemente, maiores riscos de perdas por déficit hídrico.

“O aprimoramento do manejo do solo, por meio de técnicas e práticas comprovadamente eficazes, leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, contextualiza Farias.

Dessa forma, a adoção dos níveis de manejo nos trabalhos de Zarc permite identificar os períodos de menor risco climático para o plantio da soja. O risco ocorre não só devido à composição textural do solo, mas também decorrente da interação com o nível de adoção de diferentes práticas de manejo do solo.

Menor risco à produção

Lavoura de soja em áreas de cultivo na Agro Penido. Foto: Divulgação/Agro PenidoLavoura de soja em áreas de cultivo na Agro Penido. Foto: Divulgação/Agro Penido
Lavoura de soja em áreas de cultivo na Agro Penido. Foto: Divulgação/Agro Penido

Eduardo Monteiro, coordenador da Rede Zarc Embrapa e pesquisador da Embrapa Agricultura Digital (SP), acrescenta que o ZarcNM possibilita avaliar com maior precisão o risco associado a cada classe de manejo.

“Esse refinamento pode ajudar a identificar oportunidades de ampliação de regiões ou de épocas de cultivo para sistemas de produção em níveis de manejo maiores, com menos risco”, completa.

O mecanismo de subvenção diferenciada do programa de seguro rural vinculado à classificação de nível de manejo também visa incentivar os produtores a adotarem boas práticas e tecnologias mais produtivas e sustentáveis, além de reconhecer aqueles que já fazem isso.

“A classificação ZarcNM deve ajudar o produtor a fazer um diagnóstico rápido do seu sistema de produção e identificar pontos-chave que, se corrigidos, podem contribuir para aumentar sua produtividade”, analisa Monteiro.

Indicadores verificáveis

“Quanto melhor o manejo e maior o histórico de boas práticas, melhores as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, maiores o teor de matéria orgânica, a redistribuição hidráulica, o crescimento do sistema radicular e a produtividade”, ressalta Farias.

Na avaliação do pesquisador, a classificação em níveis de manejo é fundamentada em indicadores objetivos e verificáveis, o que possibilita a implementação de mecanismos de fomento ou incentivos que promovam a melhoria do manejo do solo dentro de programas de política agrícola.

Os seis indicadores considerados são:

  1. Tempo sem revolvimento do solo;
  2. Porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada);
  3. Diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas;
  4. Percentual de saturação por bases;
  5. Teor de cálcio; e
  6. Percentual de saturação por alumínio.

Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível.

*Sob supervisão de Victor Faverin



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