A semeadura do milho no Rio Grande do Sul alcançou 75% da área prevista, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23). A instituição informou que o avanço ocorre de forma desigual entre as regiões, em razão das diferentes condições de umidade e temperatura.
Nas principais áreas produtoras, o plantio está praticamente concluído, com lavouras em fases de germinação e desenvolvimento vegetativo. De acordo com o boletim, “a boa disponibilidade hídrica e as temperaturas adequadas têm beneficiado a cultura, exceto em pontos isolados onde a falta de chuvas ou o excesso de umidade impuseram ajustes no calendário de plantio”. Atualmente, 8% das lavouras estão em crescimento vegetativo e 2% em floração, apresentando bom vigor e arquitetura das plantas.
Os trabalhos de adubação de cobertura e controle de plantas daninhas estão em andamento. Segundo a Emater/RS-Ascar, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) vem sendo aplicado em diversas regiões, com monitoramento constante da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e vaquinha (Diabrotica speciosa). Intervenções químicas estão sendo realizadas apenas em áreas com maior incidência.
Para a safra 2025/2026, a projeção é de 785.030 hectares cultivados, com produtividade estimada em 7.376 kg/ha.
Na região administrativa de Bagé, a semeadura segue em ritmo moderado, com produtores aguardando o retorno das chuvas para prosseguir. Na Fronteira Oeste, em São Borja, a área estimada é de 22 mil hectares, e as lavouras implantadas em agosto já estão em floração. Em Itaqui e Maçambará, o excesso de umidade e as baixas temperaturas causaram desuniformidade de plantas e falhas na emergência, sem possibilidade de replantio.
Na região de Caxias do Sul, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, ainda limitado por temperaturas baixas e geadas. O plantio está concluído em municípios do entorno de Vacaria, enquanto nos Aparados da Serra, como Cambará do Sul e São José dos Ausentes, a semeadura ocorrerá em novembro.
Em Erechim, o desenvolvimento vegetativo é considerado satisfatório, embora tenha havido redução nas doses de fertilizantes por limitações financeiras dos produtores. Em Frederico Westphalen, o crescimento das lavouras se recupera após um início lento, favorecido pela adubação nitrogenada. A região registra ocorrência significativa de cigarrinha e percevejo, exigindo controle químico e monitoramento contínuo.
Na região de Ijuí, 6% da área foi semeada, com lavouras em ótimas condições vegetativas, colmos vigorosos e folhas bem desenvolvidas. A aplicação de fungicidas ocorre nas áreas próximas ao pendoamento. Em Santa Rosa, a semeadura chega a 88%, com lavouras vigorosas e controle eficiente de pragas pelo MIP.
Já em Soledade, o plantio alcança 60%. As lavouras semeadas em agosto iniciam o florescimento, especialmente nas áreas de menor altitude. O desenvolvimento é considerado uniforme, sem registros significativos de pragas.