Soja estagna no Brasil em maio e junho tem plantio dos EUA no radar; confira os dados de mercado
O mercado brasileiro de soja encerrou o mês de maio com poucas oscilações nos preços domésticos, em meio a um cenário de cautela entre os produtores e estabilidade nos principais indicadores. Segundo a consultoria Safras & Mercado, com a colheita já finalizada no Brasil, o foco agora se volta para o plantio nos Estados Unidos, que deve dominar o cenário de junho.
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Preços de soja pelo Brasil
Ao longo de maio, a saca de 60 quilos de soja manteve-se praticamente estável em diversas praças. Em Passo Fundo (RS), abriu e fechou o mês em R$ 128,00. Em Cascavel (PR), houve leve recuo de R$ 129,00 para R$ 128,00. Já em Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 116,00 para R$ 115,00. No Porto de Paranaguá (PR), o valor permaneceu firme em R$ 134,00.
Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho subiram 0,55% no mês, sendo cotados a US$ 10,50 1/4 por bushel na manhã desta sexta-feira. A valorização modesta ocorreu mesmo diante de fundamentos negativos, com os preços resistindo a uma queda mais acentuada.
Apesar da estabilidade, o avanço sólido do plantio nos EUA e a ausência de riscos climáticos relevantes no momento limitam qualquer reação de alta mais consistente. As previsões atuais apontam para uma boa safra americana, o que aumenta a pressão sobre as cotações globais.
EUA e China
Outro fator que pesa sobre o mercado é a demanda, que continua enfraquecida. A política tarifária incerta do ex-presidente Donald Trump gera insegurança, mesmo com uma trégua recente entre Estados Unidos e China. Com isso, o Brasil mantém-se como a principal origem das importações chinesas de soja, especialmente pela ampla oferta e condições de exportação mais competitivas.
O câmbio também não colaborou com o mercado interno. Apesar de alguns repiques pontuais, o dólar comercial acumulou leve desvalorização de 0,14% no mês, cotado a R$ 5,6673 na manhã desta sexta. A expectativa é de que a moeda americana permaneça nesses patamares nos próximos meses, com atenção especial ao fluxo de capital estrangeiro – que pode se intensificar diante das tarifas americanas, e à delicada situação fiscal do Brasil.
Para junho, os olhos do mercado estarão voltados para o desenvolvimento das lavouras americanas e, especialmente, para o relatório de área plantada nos Estados Unidos, previsto para o dia 30. Os próximos dias serão decisivos para a direção do mercado global de soja.