terça-feira, outubro 28, 2025
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quatro décadas de avicultura e superação em família



A avicultura mudou a história da família Flizicoski em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (PR). Em 1986, dona Reni e seu Odemir levantaram o primeiro galpão, ainda no tempo da ração no balde e do aquecimento a tambor. Quase quatro décadas depois, a granja opera com quatro aviários climatizados e capacidade total de 166 mil aves por ciclo.

A virada nasceu da coragem e do trabalho diário. O filho mais velho, Éder — o Nego —, lembra que tudo começou na lavoura, até a oportunidade do aviário aparecer. “A gente acreditou e não desistiu”, conta. A técnica evoluiu, a escala cresceu e a união familiar manteve a engrenagem de pé.

A trajetória também guarda episódios marcantes. Num inverno de frio extremo, com neve na região, os pintinhos se amontoaram e começaram a morrer. O técnico Sérgio correu para a granja, revedou laterais, reativou aquecimento e salvou o lote. O ensinamento ficou: preparo e resposta rápida fazem diferença.

Nos anos 80, tudo pesava no braço: ração puxada em balde, silo de madeira e telha removida para receber caminhão. Hoje, painéis de ambiência, ventilação, aquecimento e silos automáticos garantem precisão e constância. O manejo segue o comportamento das aves, e o produtor atua como gestor de processo, olhando dados, corrigindo rotas e antecipando riscos.

A expansão veio com planejamento e parceria. A integradora aprovou o projeto e a família ergueu quatro galpões climatizados, migrou o núcleo antigo e padronizou ambiência. Resultado: capacidade multiplicada por dez em relação ao aviário convencional da era inicial.

A rotina distribui funções. Nego mora ao lado da granja e acompanha alojamentos e carregamentos. A irmã Ana domina o painel e o marido cobre o outro galpão. Dona Reni, perto dos 80, segue firme: “Eu amo o que faço. Ajusto comedouro, água e temperatura. O tempo voa dentro do aviário.”

A sucessão não chegou por decreto; nasceu do exemplo. A mãe puxa a fila, os filhos respondem e os netos observam. “Quando a gente pensa em desistir, a mãe já está lá”, diz Ana. O técnico resume: a expansão só foi possível porque a família construiu competência antes de crescer.

Com organização, a granja opera dois núcleos e padroniza rotinas: vazio sanitário, cama, água, ventilação, luz e nutrição. A cada ciclo, a equipe revisa indicadores e busca melhor conversão e menor mortalidade. A meta é simples e desafiadora: “entregar melhor que o lote anterior”.

A governança também evoluiu. A família controla finanças, planeja compras, agenda manutenção e confere estoques. Treinamentos com a assistência técnica alinham manejo e bem-estar animal. O foco na ambiência reduz estresse térmico e protege desempenho.

Apesar do crescimento, a base não mudou. “Humildade, honestidade e trabalho” seguem como regra da casa. Nego define: “Moro numa casinha simples, ao lado da granja, e sou feliz assim. Aqui é o meu paraíso.”

Dona Reni, que iniciou tudo em 1986, resume o orgulho:

“Foi sofrido, mas olha onde chegamos. Mais que os bens, vale a família junta.”

Essa visão orienta as próximas decisões: investir com prudência, manter a equipe unida e seguir aprendendo sempre.

Para quem olha de fora, a granja da família Flizicoski mostra que tecnologia sem gente não se sustenta. E que gente sem método também não. Quando tradição, gestão e inovação caminham lado a lado, o resultado aparece no lote, no bolso e, sobretudo, na mesa farta de quem produz o alimento do Brasil.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo


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