O voto de Fux reabre a disputa no Supremo sobre Bolsonaro
O voto do ministro Luiz Fux, que absolveu Jair Bolsonaro de todas as acusações no caso da trama golpista, provocou forte impacto político e jurídico. Em 13 horas de leitura, Fux desmontou as teses acusatórias, apontando ausência de provas individualizadas e questionando a competência do Supremo para julgar o caso.
Embora o placar ainda seja desfavorável ao ex-presidente, a manifestação abriu espaço para novos recursos e fortaleceu a narrativa da defesa, que agora pode explorar a divisão interna da Corte. Para Bolsonaro, o voto representa uma vitória simbólica que pode ser usada como trunfo político.
Institucionalmente, a divergência revela que não há consenso dentro do STF sobre a interpretação dos crimes ligados à tentativa de golpe, o que pode levar o caso ao plenário completo. Ao mesmo tempo, acende debates no Congresso sobre os limites da judicialização e reforça o desgaste público da Suprema Corte.
O episódio mostra que, além das consequências jurídicas, a batalha é também política: cada voto do Supremo redefine os rumos da narrativa sobre Bolsonaro e testa a solidez das instituições brasileiras.


*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural
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