Despesas não operacionais e investimentos na fazenda: por que é importante separar?

A gestão estratégica de custos é o divisor de águas para a rentabilidade na pecuária. Um erro crucial cometido pelo produtor é a confusão entre despesas não operacionais e investimentos, o que distorce a percepção de lucro.
Em mais um episódio da série “A Conta do Boi”, do programa Giro do Boi, o doutor em Zootecnia, Gustavo Sartorello, explica que o gestor responsável precisa separar o “joio do trigo” para ter clareza sobre o resultado real da atividade e evitar culpar a pecuária pela falta de lucro.
Confira:
Segundo Sartorello, as despesas não operacionais são aquelas que não influenciam diretamente o tamanho do rebanho nem a capacidade de produção. Exemplos incluem manutenções da sede, multas, gastos com website ou despesas pessoais, como compras para pets da fazenda.
O especialista alerta que quando a fazenda banca uma vida pessoal acima da capacidade do negócio, essa despesa comprime o caixa. A conclusão é, erroneamente, que “a pecuária não dá lucro”, quando o problema real é a falta de disciplina gerencial.
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Investimento x gasto: a chave para o crescimento do patrimônio
A correta diferenciação entre investimento e gasto é fundamental para quem busca o crescimento sustentável. O investimento é o capital que deve durar mais de um ciclo produtivo e trazer retorno ao longo do tempo, integrando-se ao patrimônio do fazendeiro.
Exemplos de investimento incluem a compra de gado, a formação de silagem, a formação de pasto, a compra de máquinas e construções. Já o gasto é o capital que sustenta a operação no curto prazo, como nutrição, salários e combustíveis.
O erro comum na gestão é colocar tudo no mesmo “balaio” e chamar de investimento o que é apenas custo do mês. Isso distorce o resultado e faz parecer que a atividade está dando prejuízo, quando a causa é a falta de organização e método.
O perigo da fazenda como “caixa eletrônico” e as 4 verdades da gestão
A diferença entre o fracasso e o sucesso de uma fazenda de mesma estrutura reside na gestão de retirada e reinvestimento. O caso de produtores que tratam a fazenda como um “caixa eletrônico pessoal” (tirando dinheiro para viagens, faculdade ou caminhonete nova) ilustra o problema.
Já o gestor que define um pró-labore justo e reinveste o lucro demonstra responsabilidade, alcançando resultados exponenciais, como um aumento de 726% na margem líquida.
Sartorello resume o sucesso da gestão em quatro verdades inegociáveis:
- Teto de retirada: negócio de sucesso tem teto de retirada definido.
- Lucro x pró-labore: o lucro é o resultado final da operação; o pró-labore é a remuneração do gestor.
- Reinvestimento: só cresce quem reinveste o lucro na atividade.
- Gestão é realidade: luxo sem gestão é ilusão que custa caro.
A conclusão final é que o gestor deve ter disciplina para registrar, método para classificar e coragem para encarar a realidade. Assumir o controle é o primeiro passo para liderar a fazenda de verdade.
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