quarta-feira, outubro 29, 2025
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China e México devem levar exportações brasileiras de carne bovina a recorde em outubro



Após um setembro histórico, as exportações brasileiras de carne bovina se encaminham para um resultado ainda mais surpreendente em outubro. Nos primeiros 18 dias úteis do mês, foram enviadas ao exterior 15,36 mil toneladas da proteína, alta de 2,3% frente ao mesmo período de 2024. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Além disso, o volume obtido no acumulado de 2025 já representa 95,7% do total exportado no ano passado, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Avançada (Cepea). O consultor de mercado Hyberville Neto, diretor da HN Agro, analisa o cenário.

“As exportações teriam que praticamente parar para o recorde não se confirmar em outubro. Mesmo com a China reduzindo os volumes, o que é normal, não há nada que indique para esse caminho”, afirma. Diante disso, o especialista reforça que as expectativas para o encerramento do mês seguem positivas.

Queda no apetite chinês

Apesar do excelente resultado na parcial de outubro, Neto chama a atenção para uma eventual diminuição das compras por parte dos chineses. O movimento, no entanto, é esperado. “A China diminui o ritmo no último bimestre, mas isso acontece todo ano. Em 2024 também aconteceu: o mercado estava explodindo e em novembro começou a esfriar”, explica.

Dados analisados pela HN Agro mostram que, nos últimos três anos, há uma tendência bem clara de queda nas importações chinesas na comparação com outubro. Segundo o analista, em 2021 o movimento foi atípico, marcado pelo embargo às exportações brasileiras de carne bovina. “Isso fez com que o volume praticamente zerasse em novembro, após algum embarque ainda registrado em outubro”, lembra.

Por outro lado, entre 2022 e 2024, os números da consultoria reforçam o cenário de queda ao comparar novembro com outubro: no período, as compras caíram 26,9%, 5,8% e 21,8%, respectivamente. Em 2025, porém, o país asiático tem comprado mais do que no mesmo período do ano passado, o que pode amenizar a tradicional desaceleração observada no último bimestre.

Outra ponderação feita por Neto é em relação ao México, que em setembro assumiu a vice-liderança das exportações brasileiras de carne bovina. O bom ritmo continua neste mês e deve arrefecer qualquer lacuna deixada pela China. “Isso vai ajudar nessa sazonalidade de final de ano”, afirma.

Possível retorno dos EUA

Em meio ao aquecimento das exportações brasileiras para a China, existe a expectativa com um possível acordo com os Estados Unidos, que pode aliviar as tarifas de 50% sobre as importações do Brasil. O clima otimista ocorre após o encontro entre o presidente Lula e o líder norte-americano, Donald Trump, no último domingo (26).

Segundo o especialista, os Estados Unidos elevaram as compras de carne bovina do Brasil em outubro e se um acordo for confirmado, será bom para o mercado. Só que o peso dos norte-americanos vai depender dos volumes importados. “Se voltarem com um ritmo mais forte, perto dos volumes máximos que já compraram, aí sim estamos falando de volumes efetivamente importantes”, reforça.



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