Preços do milho caem, mas há saída
Entre os fatores de alta observados estão os dados positivos das exportações dos EUA
Agrolink
– Leonardo Gottems
Entre os fatores de alta observados estão os dados positivos das exportações dos EUA – Foto: Nadia Borges
Diante do atual cenário de preços baixos no mercado de milho, a TF Agroeconômica recomenda que os produtores adotem estratégias distintas, conforme suas necessidades financeiras imediatas. Segundo a consultoria, quem precisa vender agora para saldar dívidas da safra deve fazê-lo, mas com uma importante ressalva: reservar entre 8% e 12% do valor obtido para aplicar em contratos futuros na B3. Essa tática visa compensar as perdas ocasionadas pela venda em um momento de baixa, aproveitando a possível recuperação dos preços no segundo semestre.
Para os que não estão pressionados financeiramente, a recomendação é manter o milho armazenado e esperar a valorização prevista com a redução dos estoques ao longo do segundo semestre. No entanto, a TF Agroeconômica alerta sobre o custo de carregamento da posição, como já vem destacando em análises anteriores. O movimento típico do mercado, com preços altos antes do plantio, queda durante a colheita e recuperação posterior, reforça a importância de ações planejadas neste momento.
Entre os fatores de alta observados estão os dados positivos das exportações dos EUA, segundo o USDA, e novas vendas para México e Coreia do Sul. No Brasil, a disputa entre indústrias de carne, etanol e exportadores pelo milho disponível no segundo semestre tem sustentado os preços internos. As cotações do CEPEA vêm apresentando melhora, reduzindo perdas acumuladas no mês.
Por outro lado, a pressão negativa vem de fatores externos e internos. A frustração com os termos do acordo comercial entre EUA e Japão esfriou o mercado em Chicago, e o provável impasse com o Canadá, principal comprador do etanol americano, também pesa. No Brasil, embora a entrada da safrinha devesse pressionar os preços para baixo, a forte disputa interna mantém as cotações em patamares elevados, afetando a competitividade nas exportações, como evidenciado pela perda recente de licitações sul-coreanas para outros fornecedores.