Selic sobe e fintech aposta em crédito acessível
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano, o terceiro maior juro básico do mundo, atrás apenas de Turquia e Rússia. A medida visa controlar a inflação, mas gera efeitos colaterais significativos: o crédito encarece, investimentos são retraídos e empreendedores postergam planos de expansão.
Nesse cenário, ganham força as soluções tecnológicas que viabilizam modalidades de crédito mais acessíveis. Segundo Gabriel Sousa César, CEO da fintech mineira M3 Lending, a digitalização e a automação dos processos reduzem a burocracia e os custos operacionais, tornando possível oferecer juros menores para empreendedores e rentabilidade atrativa para investidores.
“Não tem jeito: para ampliar o crédito, é preciso juro mais barato. Quando isso acontece, o empreendedor não teme se arriscar e contrata crédito para investir em seu negócio – em estoque, em nova unidade, em novas operações. Do contrário, enterra ou adia seus planos e sonhos”, afirma o CEO da M3 Lending, Gabriel Sousa César.
A M3 conecta, por meio de aplicativo, empresas que buscam financiamento com investidores interessados. O modelo promete crédito com taxas inferiores às do sistema financeiro tradicional, sem spread bancário, além de aportes mínimos de R$ 250 e fluxo 100% digital. A startup projeta liberar até R$ 50 milhões em crédito em 2025 e alcançar R$ 600 milhões até 2029.
De acordo com projeções do Boletim Focus, a Selic deve se manter em 14,75% até o fim de 2025, com queda gradual nos anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.