segunda-feira, junho 9, 2025

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Inovações e anúncios marcam GAFFFF 2025


Com diversas novidades e anúncios em prol do agronegócio, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA) marca presença no Global Agribusiness Festival (GAFFFF 2025), um dos maiores eventos do agronegócio mundial, realizado no Allianz Parque, em São Paulo.

A abertura do evento, na quinta-feira, 5 de junho, foi celebrada com a “Cavalgada do Agro.SP”, um ato simbólico organizado pela SAA em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Cerca de 100 cavaleiros partiram do Parque da Água Branca em direção ao Allianz Parque, utilizando animais fornecidos em sua maioria pela APTA Regional de Colina, unidade de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

O GAFFFF 2025, que se estende por dois dias (5 e 6 de junho) e é organizado pela consultoria agrícola DATAGRO, apresenta um pavilhão de exposições, palestras internacionais, shows e área gastronômica. Mais de 100 empresas agtechs e startups exibem soluções e tecnologias inovadoras para o setor.

Durante o evento, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, sancionou o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SISP-POV). O novo serviço será responsável pela fiscalização, inspeção e auditoria de produtos de origem vegetal e seus derivados, bem como dos produtos da algicultura e da fungicultura.

“Com o SISP-POV, garantimos maior segurança alimentar para a população e impulsionamos a economia dos produtores paulistas, que terão seus produtos valorizados e sua renda aumentada,” explica Guilherme Piai, Secretário de Agricultura e Abastecimento de SP.

Pesquisa e inovação paulista no GAFFFF 2025

O estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) no GAFFFF 2025 foi palco de demonstrações de projetos e pesquisas inovadoras. Um dos destaques foi o café canephora, uma variedade resistente a pragas e doenças, que, embora não seja tradicionalmente cultivada em São Paulo, tem grande importância para o estado devido ao seu processamento e exportação. A Apta Regional de Adamantina tem se dedicado há dez anos à seleção de clones de café robusta adaptados às condições paulistas.

A Apta Regional também apresentou o potencial da rã-touro, única espécie cultivada em cativeiro para produção de carne e com alto potencial de crescimento no país. Além disso, a rã-touro é um bioindicador de poluição, o que demonstra a preocupação da pesquisa com questões ambientais.

A CATI Sementes e Mudas também marcou presença, trazendo novidades como o cultivo de cacau e seleções de frutas vermelhas, incluindo mirtilo e framboesa.





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Gripe Aviária: Para Cepea, setor vai conter caso de gripe aviária e negociar…


 A confirmação de um caso de gripe aviária numa granja de matrizes (de ovos férteis) no município de Montenegro, Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira, 15, deixa o setor em alerta. O Ministério da Agricultura informa que já acionou o protocolo de contingência e declarou autoembargo de carne de frango do Rio Grande do Sul para todos os destinos.

Por cláusula contratual, foi automática a suspensão por parte da China e da União Europeia das compras de carne de aves de todo o Brasil. Com o Japão, foi assinada no final de março a regionalização do Certificado Sanitário Internacional, que implica na suspensão das compras da carne produzida apenas no município onde um caso de doença aviária for detectado. Outros importadores também podem vir a embargar a carne brasileira.

Pesquisadores do Cepea informam que cerca de um terço da produção brasileira de carne de frango é exportada para dezenas de parceiros comerciais. A China é a maior compradora, mas sua participação se limita a pouco mais de 10% de todo o volume vendido ao exterior. A União Europeia comprou, em 2024, aproximadamente 4,5%; os países do Oriente Médio, em conjunto, respondem por cerca de 30% das exportações de carne de frango.

Pesquisadores do Cepea avaliamque o setor tem capacidade de intensificar os protocolos sanitários e conter a doença rapidamente. Ponderam que é preciso aguardar os esforços da diplomacia comercial brasileira que devem agir no sentido de atenuar a área de embargo da China e União Europeia. Flexibilizar a suspensão total da carne de aves do Brasil, prevista em contrato, pode interessar também à China e à UE, dado o impacto que seus consumidores teriam com o não recebimento do produto.

Na avaliação de pesquisadores do Cepea, a suspensão por parte da China e da UE de toda a carne de aves brasileira teria impacto de média intensidade no equilíbrio de mercado não só de frango, mas também das carnes suína e bovina; grãos, principalmente, milho também seria influenciado. Porém, o caso é muito recente e, na análise dos especialistas do Cepea, ainda é cedo para cenários.

O mercado de ovos, no entanto, é diretamente afetado com o autoembargo das exportações de todos os produtos de aves do Rio Grande do Sul, que responde por cerca de um terço dos ovos exportados pelo Brasil.

Até então, o mercado interno de frango vinha com preços firmes ao produtor e no atacado da carne, com boa liquidez nas últimas semanas. O escoamento proporcionado pela exportação tem grande influência sobre o equilíbrio doméstico dos preços.





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Exportações de milho e soja pelo Arco Norte dobram em quatro anos


As exportações de milho e soja pelos portos do Arco Norte mais que dobraram nos últimos quatro anos. Segundo dados do Anuário Agrologístico 2025, divulgado nesta quinta-feira (5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume embarcado na região passou de 36,7 milhões de toneladas em 2020 para 57,6 milhões de toneladas em 2024, um crescimento de aproximadamente 57%.

O avanço está relacionado aos investimentos em infraestrutura multimodal, com destaque para a ampliação do transporte ferroviário e o uso crescente das hidrovias na região amazônica. A proximidade com novas áreas de produção, como o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), tem sido fator estratégico para o escoamento da safra.

“O Brasil caminha para uma nova configuração logística agroindustrial, na qual o fortalecimento do Arco Norte, os investimentos em infraestrutura ferroviária e hidroviária, e a ampliação da capacidade de armazenagem, sobretudo nas propriedades rurais, são pilares fundamentais para aumentar a competitividade do agronegócio no cenário internacional”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Segundo o anuário, os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e os do Arco Norte, como Itaqui, Barcarena e Santarém, concentraram 81,2% das exportações brasileiras de soja e milho em 2024. A região Norte respondeu por cerca de 38% desse total.

“A redução nos valores dos fretes, representada pela menor distância entre as áreas produtoras e os portos e pela internalização dos fertilizantes, tem induzido os agentes de mercado a preferirem essa rota”, explicou o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.

Entre os portos da região, Itaqui (MA) e Barcarena (PA) apresentaram os maiores crescimentos no período de 2020 a 2024. No Maranhão, o volume exportado subiu de 11,21 milhões para 20,22 milhões de toneladas, um aumento de 80,3%. Em Barcarena, o crescimento foi de 70,3%. O uso intensivo do transporte ferroviário é apontado como principal responsável pela eficiência do escoamento.

“O modal ferroviário vive uma fase de expansão, impulsionado pela prorrogação antecipada de concessões e por novas políticas que favorecem a atuação do capital privado”, observou o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Arnoldo de Campos.

Cinco grandes projetos estruturam o plano ferroviário nacional: a integração da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), a extensão da Ferrovia Norte-Sul até o porto de Vila do Conde (PA), o Anel Ferroviário do Sudeste e a conexão da Transnordestina à malha nacional. A Ferrogrão, projetada para ligar Mato Grosso ao Pará, também integra essa estrutura.

As hidrovias brasileiras, especialmente na região Amazônica, têm registrado crescimento no transporte de cargas. Entre 2017 e 2025, o número de armazéns com acesso hidroviário cresceu 24%. A região é responsável por quase dois terços do transporte fluvial nacional.

O governo federal anunciou no início do ano investimentos de R$ 4,8 bilhões em hidrovias por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e o Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema), o transporte hidroviário reduz em até 95% as emissões em comparação ao modal rodoviário e em 70% frente ao ferroviário.





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é possível conter a planta daninha resistente ao glifosato?


A rápida disseminação do Amaranthus palmeri, conhecido como caruru-palmeri, tem acendido o alerta no campo. Essa planta daninha já apresenta resistência ao glifosato — herbicida amplamente utilizado na agricultura brasileira — e também a outros princípios ativos, como os inibidores da ALS, a exemplo de clorimuron e imazetapir. O cenário é preocupante: o controle químico isolado perde eficiência, e a presença dessa espécie ameaça diretamente o rendimento das lavouras de soja, milho e algodão em diversas regiões produtoras do país.

Originário das Américas, o caruru-palmeri tem se espalhado com rapidez nas últimas safras, impulsionado principalmente por práticas agrícolas que favorecem sua seleção natural. Em áreas onde o glifosato era aplicado de forma recorrente e isolada, sem rotação de princípios ativos ou adoção de medidas preventivas, a planta encontrou um ambiente propício para desenvolver resistência e se multiplicar. A situação se agrava devido à alta capacidade reprodutiva da espécie: uma única planta pode produzir centenas de milhares de sementes viáveis por ciclo, formando rapidamente bancos de sementes persistentes no solo.

Além da resistência herbicida, o caruru apresenta outra característica que agrava o problema: a ação alelopática. A planta libera compostos químicos no ambiente ao redor que inibem o desenvolvimento de outras culturas, como a soja. Essa interferência ocorre desde os estágios iniciais de germinação, resultando em menor estabelecimento das plantas cultivadas e perdas significativas de produtividade. Ou seja, mesmo antes de competir por água, luz e nutrientes, o caruru já impacta negativamente o desempenho da lavoura.

Em regiões brasileiras como o Centro-Oeste e o Matopiba, casos de resistência múltipla têm se tornado mais frequentes. A resistência a herbicidas inibidores da EPSPS e da ALS torna o manejo da planta daninha ainda mais complexo. Isso significa que, na prática, os herbicidas que antes controlavam o caruru deixaram de funcionar, e a aplicação repetitiva desses produtos apenas intensifica a seleção de biótipos resistentes.

Outro ponto crítico é o momento certo para o controle. Especialistas reforçam que deixar o manejo para a fase pós-emergente coloca o produtor em desvantagem. Se a soja germina ao mesmo tempo que o caruru, a planta daninha inicia imediatamente a disputa por água, luz e fertilizantes. 

Por isso, o uso de herbicidas em pré-emergência tem se mostrado uma ferramenta indispensável. Ao eliminar o caruru antes mesmo do plantio da cultura principal, o produtor garante uma janela de crescimento livre de competição, permitindo que a lavoura expresse seu máximo potencial produtivo. Essa estratégia, no entanto, deve ser acompanhada por práticas como a rotação de culturas, cobertura de solo e controle mecânico quando possível.

A resistência do caruru-palmeri não representa apenas uma ameaça pontual, mas sim um desafio sistêmico ao modelo de manejo atual. Caso as práticas não sejam revisadas, há risco real de que a resistência se espalhe para outras espécies de plantas daninhas, ampliando os prejuízos no campo e comprometendo a sustentabilidade da produção agrícola. A vigilância constante, a adoção de boas práticas agrícolas e o investimento em manejo integrado são os caminhos mais seguros para evitar que o caruru se torne ainda mais dominante.

Tratar a resistência e a alelopatia como um “perigo silencioso” não é exagero, mas sim uma forma de compreender a gravidade do impacto dessa planta daninha nas lavouras brasileiras. A prevenção, o monitoramento e o uso racional de herbicidas são essenciais para evitar que o caruru-palmeri comprometa a produtividade e a competitividade da agricultura no país.





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Tour tecnológico de milho safrinha percorre Goiás


A Conceito Agrícola, empresa do Grupo Conceito, concluiu nesta semana o Tour Tecnológico de milho Safrinha, com visitas técnicas realizadas entre terça e quinta-feira em sete municípios da região da grande Rio Verde (GO). A iniciativa teve como foco apresentar, na prática, o desempenho dos híbridos da empresa em diferentes condições de solo e manejo, contribuindo para o planejamento das próximas safras.

O roteiro passou por Acreúna, Paraúna, Rio Verde, Santa Helena, Palmeiras de Goiás, Quirinópolis e Jataí. Em um formato exclusivo, cada consultor técnico acompanhou individualmente um produtor, promovendo uma análise aprofundada das lavouras e estimulando o compartilhamento de experiências entre os participantes.

“Esse tipo de iniciativa é fundamental porque oferece ao agricultor uma análise concreta dos resultados obtidos nas lavouras, considerando o impacto do clima, do manejo e da genética na produtividade”, afirma Marcos Boel, supervisor de Sementes da Conceito Agrícola.

A atual safra foi beneficiada por um clima favorável, com chuvas prolongadas que favoreceram o desenvolvimento do milho e permitiram melhor expressão do potencial produtivo dos híbridos. Apesar disso, o manejo seguiu sendo um fator determinante para altas produtividades, especialmente no controle da cigarrinha e na prevenção de doenças.

Entre as práticas destacadas no tour, esteve a aplicação antecipada de carboxamidas na fase V4 do milho, adotada pela empresa como inovação no manejo. Essa estratégia tem demonstrado resultados consistentes na proteção das plantas e no desempenho final das lavouras, reforçando a importância de unir genética de qualidade com técnicas ajustadas à realidade local.

“O Tour Tecnológico foi pensado como uma jornada de visitas de produtor para produtor. Nosso objetivo é facilitar o compartilhamento de conhecimento técnico e apoiar diretamente a tomada de decisão no campo. Acreditamos que a combinação entre genética de alta performance e um manejo ajustado à realidade local é o caminho para alcançar lavouras mais produtivas e sustentáveis”, conclui Boel.

 





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Arroba do boi gordo teve valorização na semana; alta deve continuar em junho?


O mercado físico do boi gordo apresentou preços em alta no decorrer da semana. Para o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias o ambiente de negócios ainda sugere uma continuidade deste movimento no curto prazo, considerando o posicionamento das escalas de abate. Mas até quando?

Ele afirma que o quadro geral aponta para uma menor disponibilidade de animais jovens, em especial aqueles que cumprem os requisitos de exportação para a China. “Por outro lado, a oferta de fêmeas segue representativa no Centro-Norte brasileiro, aumentando a diferença de preços para fêmeas e machos.”

Conforme o analista, as exportações são o grande elemento de demanda para a atual temporada, com o país caminhando a passos largos para um recorde histórico nos embarques.

Variação de preços da arroba do boi

Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil tiveram a seguinte variação na semana (30 de maio a 6 de junho).

  • São Paulo (capital): R$ 320, alta de 3,23% (R$ 310)
  • Goiás (Goiânia): R$ 295, avanço de 1,72% (R$ 290)
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 295, aumento de 2,95% (R$ 285)
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 315, valorização de 3,28% (R$ 305)
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 310, crescimento de 3,33% (R$ 300)
  • Rondônia (Vilhena): R$ 270, aumento de 1,89% (R$ 265)

Preços do boi continuam em alta em junho?

O coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, ressalta que, no geral, 27 praças de comercializção tiveram alta nos preços da arroba ao longo da semana, enquanto cinco ficaram estáveis.

Segundo ele, o restante do mês deve ser de preços mais firmes, a contar com a menor participação de fêmeas no mercado e com as exportações de carne bovina batendo recordes seguidos, fatores que dão sustentação à arroba.

No entanto, um fator de atenção destacado por Fabbri é o impacto das exportações de carne de frango, que foi reduzido em cerca de 13% por conta dos embargos de mais de 20 nações relacionados aos casos de gripe aviária no Brasil. “É um fator de atenção porque esse volume de proteína será encaminhado ao mercado interno, o que pode dificultar o escoamento da proteína bovina no mercado doméstico.”

Outra condicionante é o clima, visto a chegada do inverno e de frentes frias que em junho já começam a acontecer, o que impacta o mercado, podendo acelerar a oferta de boiadas por parte do pecuarista, sendo um fator baixista às cotações.

Assim, para o especialista da Scot, ao menos na primeira quinzena de junho, o mercado do boi gordo deve operar de forma firme, sustentado pela alta demanda de exportação e também por medidas do governo que injetaram renda à população, ainda que de forma artificial.

Mercado atacadista

O mercado atacadista voltou a se deparar com preços acomodados. Ainda há espaço para alguma alta dos preços no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia.

Segundo Iglesias, vale destacar que na atual temporada a população tende a priorizar o consumo de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, embutidos e ovos.

O quarto do traseiro do boi terminou a semana cotado a R$ 23 o quilo, queda de 3,77% frente aos R$ 23,90 da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,50 o quilo, recuo de 2,63% frente aos R$ 19,00 registrados anteriormente.

Exportações de carne bovina

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Foto: Freepik

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 8991,134 bilhão em maio (21 dias úteis), com média diária de US$ 54,008 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A quantidade total exportada pelo país chegou a 218,073 mil toneladas, com média diária de 10,384 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.200,90. Em relação a maio de 2024, houve alta de 18,8% no valor médio diário da exportação, ganho de 2,9% na quantidade média diária exportada e avanço de 15,5% no preço médio.

*Com informações da Agência Safras



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Preço do cacau reage a incertezas na África



Cacau sobe, mas cenário climático ainda preocupa




Foto: Divulgação

O mercado internacional de cacau segue marcado por forte volatilidade, em meio a incertezas climáticas na África Ocidental, preocupações com a qualidade das amêndoas e medidas regulatórias na Costa do Marfim. Os contratos futuros da commodity apresentaram oscilações expressivas nas últimas semanas. Em 5 de junho, o contrato de julho fechou a 10.076 dólares por tonelada em Nova York e 6.612 libras por tonelada em Londres, após ter alcançado a máxima de três meses e meio.

“As recentes chuvas acima da média em regiões produtoras da Costa do Marfim e Gana trouxeram alívio momentâneo ao mercado, mas o volume acumulado desde o início da safra 24/25 ainda está abaixo da média histórica. A continuidade das precipitações ao longo de junho e julho será determinante para o desempenho da próxima safra principal (25/26)”, afirma Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.

Apesar da melhora pontual nas condições climáticas, a qualidade das amêndoas segue sendo um fator de preocupação, sobretudo em áreas impactadas por estiagens no início do ano. Como resposta ao cenário de oferta restrita, o órgão regulador do cacau da Costa do Marfim anunciou a intenção de limitar as exportações da próxima safra a 1,3 milhão de toneladas, volume inferior à média de 1,7 milhão de toneladas registrada nos últimos anos.

A redução projetada nas exportações, somada à desaceleração nas entregas aos portos e à incerteza sobre a safra futura, tem sustentado os preços no curto prazo. O aumento do spread entre os contratos com vencimento em julho e setembro de 2025, em ambos os principais mercados futuros, reflete a apreensão dos agentes econômicos quanto à disponibilidade imediata da commodity.

Contudo, se as previsões climáticas forem confirmadas e produtores de outras regiões, como o Equador, mantiverem o desempenho atual, o suporte aos preços poderá enfraquecer nos próximos meses. Os spreads futuros indicam firmeza no curto prazo, mas o cenário permanece incerto para o médio e longo prazo. As próximas semanas serão decisivas para a definição da safra 2025/26, com impactos diretos sobre o comportamento dos preços no mercado internacional.





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Armazenagem nas fazendas cresce 72% em 15 anos


A capacidade de armazenagem nas propriedades rurais brasileiras aumentou 72,13% nos últimos 15 anos, segundo dados do Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm), divulgados nesta quinta-feira (5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o levantamento, em 2010 os produtores contavam com 20,68 milhões de toneladas de capacidade estática em suas fazendas. Em 2025, esse número chegou a 35,64 milhões de toneladas.

O avanço acompanha a tendência nacional de crescimento na capacidade de armazenamento, embora a taxa média de expansão nas propriedades tenha superado o ritmo nacional. Enquanto o crescimento médio no Brasil foi de 2,86% ao ano, nas propriedades rurais o avanço chegou a 3,69% ao ano.

Segundo os dados do Sicarm, Mato Grosso é o estado com maior capacidade de armazenagem nas propriedades, seguido por Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em Mato Grosso, o volume armazenado nas fazendas passou de 9,62 milhões de toneladas em 2017 para aproximadamente 14,7 milhões em 2025, um crescimento de 52,7%.

Destaque também para os estados do Piauí e Tocantins, integrantes da região conhecida como MATOPIBA. No Piauí, os investimentos permitiram que a capacidade saltasse de 246,25 mil toneladas para 1,77 milhão de toneladas. Já em Tocantins, o volume passou de 361,59 mil toneladas para 1,12 milhão, um avanço de 210,54%. Também registraram crescimento relevante os estados do Pará, Roraima e São Paulo.

As informações fazem parte do Anuário Agrologístico 2025, publicação da Conab que reúne dados atualizados sobre armazenagem, exportações de grãos e importação de fertilizantes. O material está disponível para consulta no site da Companhia.





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Proteína do feijão está pronta para o mundo



Enquanto parte do mundo já está escolhendo os insetos para se alimentar, o Brasil surge com o bom e sempre presente feijão com qualidade nutricional, sustentabilidade e muito mais proteína. Em um planeta que já ultrapassa os 9 bilhões de habitantes, a demanda por proteínas seguras, acessíveis e sustentáveis cresce rapidamente. Nesse cenário, o feijão brasileiro emerge como alternativa estratégica — tanto como alimento essencial quanto como matéria-prima para a indústria de proteínas vegetais.

Enquanto a América do Norte aposta na ervilha amarela como base de sua indústria de proteínas vegetais, o Brasil conta com cultivares de feijão com teores de proteína entre 22% e 26%, superando, em muitos casos, os níveis encontrados nas ervilhas.

Além disso, o feijão apresenta perfil ideal para formulações industriais: sabor neutro, baixo teor de gordura, índice glicêmico equilibrado, boa digestibilidade e presença de aminoácidos essenciais.

Feijões como o carioca, preto, mungo, caupi, jalo e roxinho estão prontos para ocupar espaço na formulação de hambúrgueres vegetais, bebidas, suplementos e refeições prontas. E mais: são culturas amplamente dominadas pelos agricultores brasileiros, com disponibilidade e escalabilidade.

Um marco importante nesse avanço é o trabalho da pesquisadora Janice Lima, da
Embrapa Alimentos e Territórios (RJ), que vem obtendo excelentes resultados na extração de proteína isolada de feijão com alta qualidade tecnológica e nutricional. A pesquisa reforça a viabilidade do Brasil liderar o mercado global de proteínas vegetais com base em alimentos nativos, como o feijão.

Em maio deste ano, estive na China, onde mantive contato direto com a China Chamber of Commerce for Import and Export of Foodstuffs, Native Produce and Animal By-Products (CFNA). A entidade demonstrou interesse direto nas proteínas vegetais brasileiras, especialmente no feijão. Como desdobramento, a CFNA receberá uma missão institucional brasileira ainda em 2025, e uma missão prospectiva chinesa virá ao Brasil, com foco específico nas oportunidades ligadas à proteína vegetal.

Esse movimento internacional comprova que o feijão brasileiro não é apenas relevante no mercado interno, mas já ocupa espaço nas discussões globais sobre segurança alimentar.

Outro pilar fundamental para tornar o feijão um ingrediente confiável para a indústria global é o uso estratégico da irrigação. O cultivo irrigado, quando bem manejado, garante previsibilidade de colheita, estabilidade de qualidade e uso racional da água. Em um contexto de mudanças climáticas, produzir com irrigação é investir na resiliência do campo e na segurança alimentar mundial.

Além disso, o Brasil avança na estruturação da cadeia produtiva com rastreabilidade, padronização e constância de fornecimento. Regiões como Matopiba e Mato Grosso se destacam com práticas sustentáveis, uso racional de insumos e foco na exportação.

No atual cenário geopolítico — marcado por guerras, quebras climáticas e disputas comerciais — cresce a busca por proteínas alternativas à carne, capazes de garantir segurança alimentar e atender aos novos perfis de consumo. E o Brasil se apresenta como provedor confiável e escalável de ingredientes à base de plantas.

Com duas ou até três safras por ano, infraestrutura consolidada e uma base produtiva experiente, o país pode atender a indústrias alimentícias globais que buscam alternativas à soja. E com uma vantagem: o feijão já é aceito culturalmente em diversos mercados e possui reputação como alimento saudável e sustentável.

O próximo passo é ampliar a cooperação internacional, desenvolver padrões técnicos industriais, e comunicar ao mundo — de forma clara e estratégica — que o feijão brasileiro é tecnologia alimentar, para hoje não para daqui 20 anos,  e é solução.

Enquanto alguns países projetam alimentar o futuro com proteínas de insetos, o Brasil já se coloca com uma solução imediata, segura e culturalmente aceita. O feijão brasileiro é comida de verdade no prato e ingrediente nobre nas fábricas de alimentos funcionais.

Se depender do Ibrafe e de seus parceiros, os insetos podem esperar. O tempo do feijão chegou.



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Produtores devem antecipar as lavouras de trigo no Oeste Catarinense


Antecipar a semeadura do trigo é o caminho para aumentar a produção desse cereal no Oeste Catarinense. A recomendação vem da Epagri: uma pesquisa realizada em Chapecó (SC) apontou que, quando o agricultor implanta a lavoura entre 11 de maio e 17 de junho, consegue colher mais cedo, evitando sobreposição com o plantio da soja, que vem na sequência.

“Essa mudança melhora a eficiência da produção agrícola e permite cultivar cereais de inverno, incentivando os agricultores a usarem suas terras nesse período, ao invés de deixá-las em pousio”, diz Sydney Kavalco, pesquisador da Epagri. A antecipação da semeadura também pode aumentar a produtividade do trigo, pois aproveita condições climáticas mais favoráveis, reduzindo o risco de geadas e garantindo que as plantas se desenvolvam melhor. 

permite alcançar uma produção superior a 4t/ha. “Ao seguir a recomendação de semeadura entre 11/05 e 17/06 com cultivares de ciclo precoce ou médio, todos os ensaios alcançaram maturação fisiológica e colheita até o final de outubro”, informa o pesquisador da Epagri. 

Nos ensaios, realizados ao longo de seis anos (2018 a 2023), cultivares como TBIO Ponteiro, TBIO Motriz e BRS 374 foram altamente produtivos quando plantados nas datas recomendadas. “Esses cultivares são adaptados às condições climáticas da região, oferecendo resistência a variações de temperatura e umidade”, explica Sydney.

Sustentabilidade

A orientação da Epagri viabiliza o cultivo com cobertura de seguro agrícola e zoneamento oficial do Ministério da Agricultura. Além disso, contribui para a sustentabilidade, melhorando a qualidade do solo e a rotação de culturas. Os resultados da pesquisa estão no Boletim Técnico nº 224, publicado pela Epagri.

A semeadura antecipada do trigo no Oeste Catarinense vem sendo orientada pela Epagri e pelas cooperativas da região em palestras, dias de campo e visitas às propriedades. De acordo com Sydney, embora alguns produtores já antecipassem o plantio, a pesquisa apontou os melhores cultivares para essa época, o que impacta diretamente na produtividade.

Trigo em SC

Apesar de alcançar boa produtividade e ter grande potencial para expandir o cultivo de trigo, Santa Catarina contribui com apenas 4% da produção brasileira desse cereal, segundo dados da Epagri/Cepa. Essa pequena participação é atribuída, principalmente, à sobreposição do período de cultivo do trigo com as épocas de semeadura da soja.

Nos últimos anos, a área de produção de trigo em Santa Catarina mais que dobrou. Na safra 2020/21, o Estado tinha 58 mil hectares plantados. Em 2024/25, foram cultivados 123 mil hectares. As recomendações para os agricultores sobre a época de semeadura e os cultivares mais adequados têm contribuído para essa expansão. 

Ao mesmo tempo, as políticas públicas do Governo do Estado vêm impactando positivamente a expansão da área com cereais de inverno em Santa Catarina, especialmente para suprir o déficit de milho para ração animal. A edição 2025 do Projeto Cultivo de Cereais de Inverno – do Programa Terra Boa, executado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), está em operação desde o início de abril. Essa é uma das iniciativas para diminuir o déficit no abastecimento de milho no Estado.

Os agricultores já podem procurar as cooperativas ou casas agropecuárias credenciadas e formalizar o projeto de parceria. No contrato, o agricultor se compromete a cultivar os cereais, seguir a orientação técnica, utilizar as tecnologias indicadas e fazer a entrega da produção para fabricação de ração animal. A subvenção é feita de acordo com a área cultivada, limitada a 10 hectares por agricultor. Neste ano, o Governo do Estado deverá investir cerca de  R$ 4,1 milhões no projeto, com previsão de alcançar  até 10 mil hectares cultivados com cereais de inverno,  representando aumento de 6,1% no valor por hectare apoiado.





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