quarta-feira, outubro 29, 2025

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irregularidade das chuvas afetam plantio de soja em todo país



A irregularidade das chuvas provocada pelo fenômeno La Niña tem impactado o ritmo do plantio da soja nas principais regiões produtoras do Brasil.

Você quer entender como usar o clima a seu favor? Preparamos um e-book exclusivo para ajudar produtores rurais a se antecipar às mudanças do tempo e planejar melhor suas ações. Com base em previsões meteorológicas confiáveis, ele oferece orientações práticas para proteger sua lavoura e otimizar seus resultados.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que apenas 34,4% das áreas foram semeadas até o momento, representando um atraso de 3,3% em relação ao ano passado e de 8,1% na comparação com a média dos últimos cinco anos.

De acordo com o meteorologista Arthur Müller, em Mato Grosso, 62% das áreas já foram semeadas, enquanto Bahia, Tocantins e Goiás ainda enfrentam atrasos devido à falta de chuva. A expectativa é que na primeira semana de novembro, os acumulados de chuva cheguem a 50 a 60 mm, permitindo avanço no plantio e recuperação da umidade do solo.

No Sudeste, produtores de Minas Gerais e São Paulo avançam em áreas irrigadas, mas dependem das chuvas da primeira quinzena de novembro para ampliar o plantio. No interior paulista, a região Tietê enfrenta seca severa, com mais de 120 dias sem chuva significativa, o que tem obrigado produtores a irrigar manualmente e racionar água.

A expectativa é que a melhora nas chuvas ainda em novembro permita aos produtores recuperar o atraso no plantio e avançar na safra 2025/26, principalmente nas regiões que enfrentam seca prolongada, como o interior de São Paulo.



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AgroNewsPolítica & Agro

Avaliação Nacional de Vinhos faz história e mostra a força do vinho brasileiro em novas regiões produtoras


Três das 16 amostras mais representativas são de vinícolas fora do Rio Grande do Sul, na maior edição na história do evento marcada pela diversidade de terroirs

A 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025 reafirmou o caráter plural, diverso e em constante evolução do setor vitivinícola brasileiro. O evento, que reflete o avanço técnico e a consolidação de novas fronteiras produtivas, mostrou que o vinho do Brasil conquista cada vez mais representatividade em diferentes regiões do país. Pela primeira vez na história, três das 16 amostras mais representativas da safra são de vinícolas fora do Rio Grande do Sul, berço da vitivinicultura nacional. A presença de rótulos de São Paulo e do Distrito Federal, somada à de vinhos da Serra Gaúcha, Campanha Gaúcha e Campos de Cima da Serra –, confirma o amadurecimento e a força do vinho brasileiro em novas e tradicionais áreas produtoras, resultado de investimento técnico, conhecimento e da riqueza de terroirs espalhados pelo território nacional. 

A diversidade também se expressa nas castas: 15 variedades de uva estão entre as 16 amostras selecionadas, evidenciando a amplitude de estilos, a versatilidade dos terroirs e o potencial enológico do Brasil. As notas medianas obtidas na Degustação de Seleção, conduzida por 90 enólogos que avaliaram as amostras às cegas seguindo normas internacionais, variaram entre 90 e 95 pontos, demonstrando o alto nível de qualidade da Safra 2025.

“A Avaliação Nacional de Vinhos é a degustação do futuro porque permite ao público antecipar, com base técnica e transparência, o que o Brasil terá no mercado nos próximos meses. Este ano, o que vimos foi um retrato fiel da evolução do setor, com qualidade elevada, novas regiões se afirmando e uma pluralidade de estilos que traduzem a força e a diferenciação do vinho brasileiro. É um momento de celebração e aprendizado, que reafirma a missão da ABE de promover conhecimento e valorizar o trabalho de quem faz o vinho no país”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), enólogo Mário Lucas Ieggli.

Mais do que uma degustação, a Avaliação Nacional de Vinhos é um marco técnico e cultural do setor, consolidando-se como o maior e mais importante encontro do vinho brasileiro. É o momento em que produtores, enólogos, sommeliers, jornalistas e apreciadores de todas as regiões se reúnem para brindar a representatividade de uma safra e compreender os caminhos da vitivinicultura nacional.

Nesta edição, cerca de 800 apreciadores acompanharam a apresentação das 16 amostras mais representativas da Safra 2025, degustadas simultaneamente no Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS). O público foi conduzido por um painel de comentaristas do Brasil, da África do Sul, do Chile, da Espanha, da Itália, do México, Portugal e do Uruguai, formado por profissionais de diferentes áreas, refletindo a proposta da ABE de conectar o vinho brasileiro a públicos diversos.

Troféu Vitis 2025

Tradicionalmente, a ABE presta homenagem a personalidades que se destacam na valorização e promoção do vinho brasileiro. Nesta edição, o Troféu Vitis 2025 Amigo do Vinho Brasileiro foi concedido ao deputado estadual Guilherme Pasin, em reconhecimento ao seu compromisso com o fortalecimento do setor, à defesa de políticas públicas voltadas à vitivinicultura e à criação de iniciativas que ampliam o alcance e a visibilidade do vinho nacional. Já o Troféu Vitis 2025 Enológico foi entregue ao enólogo e ex-presidente da ABE Ademir Brandelli, cuja trajetória une técnica, pioneirismo e legado. Fundador da Vinícola Don Laurindo, Brandelli é símbolo de integridade e de dedicação à vitivinicultura, tendo contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento do Vale dos Vinhedos e para a consolidação da identidade do vinho brasileiro no país e no mundo.

AS 16 AMOSTRAS REPRESENTATIVAS E SEUS COMENTARISTAS

VINHO BASE ESPUMANTE

1. Pinot Noir – Vinícola Geisse (Pinto Bandeira/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: enólogo André Donatti (Brasil)

Nota da comentarista – 95

2. Pinot Noir – Casa Valduga (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: Guilherme Pasin (Brasil)

Nota da comentarista – 95

VINHO BRANCO NÃO AROMÁTICO

3. Riesling Itálico – Vinícola Gaio (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Jesús Enrique de Las Heras Roger (Espanha)

Nota da comentarista – 95

4. Chardonnay – Vinícola Gazzaro (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: José Arruda (Portugal)

Nota da comentarista – 94

VINHO BRANCO AROMÁTICO

5. Sauvignon Blanc – Vinícola Philosophia (São Roque/SP)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: Adriaan Oelofse (África do Sul)

Nota da comentarista – 94

6. Moscato Giallo – Vinícola Grutinha (Caxias do Sul/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Luigi Piva (Itália)

Nota da comentarista – 95

VINHO ROSÉ

7. Cabernet Fran – Vinhos Casacorba (Nova Roma do Sul/RS)

Mediana de Seleção – 91

Comentarista: enólogo Giovani Giotto (Brasil)

Nota da comentarista – 95

VINHO TINTO JOVEM

8. Pinot Noir – Cooperativa Vinícola Aurora (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 91

Comentarista: Heloísa Bertoli (Brasil)

Nota da comentarista – 92

9. Rebo – Vinícola Campestre (Vacaria/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Vittorino Novello (Itália)

Nota da comentarista – 92

VINHO TINTO

10. Marselan – Villa Triacca Hotel Vinícola & Spa (Brasília/DF)

Mediana de Seleção – 94

Comentarista: Elói Zorzetto (Brasil)

Nota da comentarista – 94

11. Cabernet Sauvignon – NOVA Vinhos e Espumantes (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Quintin Testa (México)

Nota da comentarista – 92

12. Cabernet Franc – Vinícola Don Guerino (Alto Feliz/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Julio Carlos Ziegelmann (Brasil)

Nota da comentarista – 94

13. Merlot – Vinícola Cerro de Pedra (Candiota/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Juan Alba (Brasil)

Nota da comentarista – 93

14. Tannat – Vinícola Monte Reale (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Gabriela Zimmer (Uruguai)

Nota da comentarista – 93

15. Cabernet Franc/Syrah/Marselan – Vinícola Ercoara (Brasília/DF)

Mediana de Seleção – 94

Comentarista: Felipe de Solminihac (Chile)

Nota da comentarista – 94

16. Touriga Nacional/Tannat/Petit Verdot/Tempranillo/Merlot/Cabernet Sauvignon – Vinícola Miolo (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 95

Comentarista: Stêvão Limana (Brasil)

Nota da comentarista – 94

A AVALIAÇÃO EM DADOS E NÚMEROS

•    O que? 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025

•    Quando? 25 de outubro de 2025

•    Onde? Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves

•    Público dia 25 de outubro – 800 apreciadores do Brasil (AM, BA, DF, ES. GO, MG, PE, PR, RJ, RS, SC e SP), Chile, Itália, Portugal e Uruguai

•    NÚMERO DE AMOSTRAS – 533

Base Espumante – 81 – 15,2%

Branco não aromático – 73 – 13,7%

Branco aromático – 55 – 10,3%

Rosé – 39 – 7,3%

Tinto jovem – 30 – 5,7%

Tinto – 255 – 47,8%

•    Vinícolas – 76

•    Estados das vinícolas – Bahia 09, Distrito Federal 23, Espírito Santo 02, Goiás 01, Minas Gerais 22, Rio de Janeiro 05, Rio Grande do Sul 446, Santa Catarina 06 e São Paulo 19

•    Degustação de Seleção – 90 enólogos

•    Serviço do Vinho – Mais de 100 alunos do Curso de Viticultura e Enologia do IFRS- BG, IFSC – Urupema; UNIPAMPA – Dom Pedrito; IFSUL – Campus Visconde da Graça; UCS – Caxias do Sul. 

•    Volume de vinhos degustado – 1.280 garrafas – 960 litros (80 garrafas por amostra)

•    Troféu Vitis 2025 – Amigo do Vinho Brasileiro – Guilherme Pasin

•    Troféu Vitis 2025 Enológico – Ademir Brandelli

•    Comentaristas: 16

Brasil

1.    André Donatti – Enólogo

2.    Elói Zorzetto – Jornalista

3.    Guilherme Pasin – Deputado estadual

4.    Heloísa Bertoli – Executiva de negócios

5.    Juan Alba – Ator e entusiasta do vinho

6.    Julio Carlos Ziegelmann – Executivo de investimentos

7.    Stêvão Limana – Jornalista e sommelier

8.    Giovani Giotto – Enólogo

África do Sul

9.    Adriaan Oelofse – Doutor em Biotecnologia do Vinho

Chile

10.    Felipe de Solminihac – Engenheiro agrônomo e enólogo

Espanha

11.    Jesús Enrique de Las Heras Roger – Engenheiro químico

Itália

12.    Luigi Piv – Engenheiro mecânico

13.    Vittorino Novello – Pós-doutor em Viticultura e Enologia 

México

14.    Quintin Testa – Mestre em Qualidade e Produtividade

Portugal

15.    José Arruda – Presidente da Associação Mundial de Enoturismo (Ametur)

Uruguai

16.    Gabriela Zimmer – Sommelière e educadora





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Período de carência no uso de medicamentos pode determinar qualidade da carne; entenda



O respeito ao período de carência no uso de medicamentos veterinários é fundamental para a segurança alimentar e a qualidade da carne brasileira.

Em entrevista ao programa Giro do Boi, Antônio Coutinho, gerente técnico e de marketing da Vetoquinol Saúde Animal, alertou que resíduos de medicamentos, como endectocidas e o acaricida Fluazuron, têm dificultado o acesso a mercados asiáticos, europeus e norte-americanos.

Confira:

Recentemente, um frigorífico em Goiás foi notificado e, em seguida, desabilitado pela China devido à alta concentração de Fluazuron na carne.

Situações semelhantes ocorreram em unidades de Minas Gerais e São Paulo, com punições que se estendem por mais de um ano. Coutinho afirmou: “O problema não vai ser só o seu. É um problema do Brasil. Isso gera insegurança para os mercados compradores”, disse Coutinho.

Importância do uso consciente

O profissional destacou que o problema pode ser resolvido com uma atitude dos produtores: o uso consciente e o respeito ao período de carência dos produtos. Ele reforçou a atenção ao Fluazuron, usado no controle do carrapato bovino, e às ivermectinas, que são endectocidas para parasitas internos.

O risco está na falta de informação sobre a data de abate do animal. Coutinho orientou que o produtor que compra gado de reposição deve questionar o vendedor sobre o produto aplicado e a data, para garantir que o tempo adequado seja respeitado antes do abate. “A informação está toda disponível na embalagem e na bula do produto”, afirmou.

Gestão da sanidade animal

Na estação de monta, o controle de ecto e endoparasitas é vital. Coutinho ressaltou a necessidade de aplicar um vermífugo e controlar a mosca do chifre, que causa estresse e pode reduzir a taxa de prenhez nas fêmeas.

O investimento em sanidade é uma questão de gestão que protege o rebanho e assegura a credibilidade da carne brasileira no mercado global.

Com informações de: girodoboi.canalrural.com.br.

Publicado com auxílio de inteligência artificial e revisão da Redação Canal Rural.



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Possível acordo entre EUA e China traz volatilidade ao mercado brasileiro de soja



O mercado brasileiro de soja teve uma sessão marcada por forte volatilidade nesta terça-feira (28). Segundo o analista da Safras & Mercado, Rafael Silveira, o pregão foi instável, com o grão chegando a subir mais de 2%, ainda sustentado pelas expectativas de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China.

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“Nos portos, os prêmios recuaram novamente, o que acabou limitando o viés altista da bolsa”, explicou Silveira. Apesar de momentos pontuais de oportunidade, os movimentos reportados foram pequenos.

De acordo com o analista, os preços operaram de forma mista em várias praças, já que as cotações seguem acima da paridade de exportação. Na safra nova, os prêmios ficaram negativos, acendendo um sinal de alerta no mercado.

Silveira destacou ainda que o produtor segue focado no plantio, e as boas previsões de chuva no Centro-Oeste, Nordeste e Sul mantêm o ritmo dos trabalhos. O volume de negócios, porém, continua reduzido.

Preços da soja no Brasil

  • Passo Fundo (RS): subiu de 134,00 para 135,00
  • Santa Rosa (RS): subiu de 135,00 para 136,00
  • Cascavel (PR): caiu de 134,00 para 133,00
  • Rondonópolis (MT): subiu de 125,50 para 126,00
  • Dourados (MS): subiu de 125,50 para 126,00
  • Rio Verde (GO): manteve em 125,00
  • Paranaguá (PR): subiu de 140,00 para 141,00
  • Rio Grande (RS): manteve em 141,00

Soja em Chicago

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a terça-feira com altas para grão e farelo e baixas para o óleo. O mercado chegou a avançar cerca de 2% durante parte da sessão, impulsionado pelo otimismo em torno de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China.

Na máxima do dia, o contrato dezembro/25 superou os US$ 10,90 por bushel, mas perdeu força diante do ceticismo de produtores norte-americanos quanto à retomada das compras chinesas.

Contratos futuros de soja

O contrato novembro/25 fechou em US$ 10,78¼ por bushel, alta de 11,00 centavos (1,03%), e o janeiro/26 subiu 10,25 centavos (0,94%), a US$ 10,95¼ por bushel. No farelo, dezembro/25 recuou US$ 8,30 (2,78%), a US$ 306,50 por tonelada, enquanto o óleo cedeu 0,51 centavo (1,00%), a 50,26 centavos de dólar por libra-peso.

Câmbio

O dólar comercial fechou em queda de 0,17%, cotado a R$ 5,3607 para venda e R$ 5,3587 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,3536 (mínima) e R$ 5,3876 (máxima).



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Plano Clima busca reposicionar Brasil como liderança climática global



O Plano Clima, uma das principais NDCs que o Brasil apresentará na COP30, busca reposicionar o país como liderança climática por meio da compensação de emissões de CO₂ e da eliminação do desmatamento ilegal. No entanto, inconsistências na metodologia podem prejudicar quem cumpre a lei.

Segundo o pesquisador da FGV Leonardo Munhoz, o problema do plano está na metodologia de contabilização das emissões. “O plano contabiliza emissões de desmatamento ilegal como se fossem do setor agropecuário”, afirma.

Para Munhoz, isso cria insegurança jurídica e pode enfraquecer a aplicação do Código Florestal, considerado uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo.

A confusão entre emissões legais e ilegais também pode dificultar o uso da agricultura sustentável como selo de sustentabilidade nas negociações internacionais, prejudicando o agro brasileiro na pauta climática.

Por outro lado, o setor tem iniciativas que podem reforçar o papel do Brasil como líder climático. Entre elas estão a preservação de áreas de reserva legal e APPs nos imóveis rurais e o uso de boas práticas agropecuárias, que podem abrir portas para fundos de financiamento climático internacionais, como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), e consolidar o agro como solução para mitigação e adaptação climática.



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Bezerro nasce com ajuda de proteína de peixe e marca avanço na fertilização in vitro bovina no Brasil


O Brasil é o maior produtor de embriões bovinos do mundo e referência no mercado de fertilização in vitro (FIV). Mesmo assim, o setor ainda enfrenta desafios importantes, e um dos principais é o armazenamento dos embriões.

A capacidade de produção é alta, mas o sucesso da gestação depende de vários fatores, como o momento do ciclo reprodutivo da fêmea. Como cada vaca pode receber apenas um ou dois embriões, a maior parte deles precisa ser congelada, o que aumenta o risco de perda celular durante o processo.

Foi nesse contexto que uma pesquisa da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) desenvolveu uma inovação que pode mudar o mercado. O estudo resultou no nascimento de Rafinha, o primeiro bezerro brasileiro gerado por FIV com o uso de uma proteína anticongelante encontrada no peixe linguado-do-ártico, capaz de proteger os embriões durante o congelamento.

O médico veterinário Rafael Silva Júnior, responsável pelo estudo, explica que esse problema é recorrente no processo de congelamento de células. “É como quando a gente esquece uma latinha de cerveja, de refrigerante ou até mesmo uma garrafa de água dentro do freezer do dia para a noite. Ela estoura, porque a água que estava lá dentro aumenta de tamanho e vira um cristal de gelo. Acontece a mesma coisa com a célula.”

Para evitar esse efeito, os pesquisadores usaram a proteína AFP tipo 3, encontrada no linguado-do-ártico. “Nos anos 1960, pesquisadores canadenses descobriram que esses peixes sobreviviam mesmo com a água congelada. Eles tinham uma proteína no plasma sanguíneo que se ligava às moléculas de água e impedia a cristalização”, explica Rafael.

Assim, a proteína foi utilizada na pesquisa em embriões bovinos, adicionando a AFP 3 ao meio de congelamento como uma solução crioprotetora, e o resultado foi uma taxa de sobrevivência muito alta. Mas ainda restava uma pergunta: será que o uso da solução interferiria na implantação do embrião no útero da fêmea e no desenvolvimento do feto na gestação?

Nascimento do Rafinha

A resposta para essa questão veio quando um embrião foi implantado em uma vaca no período fértil, e após 30 dias foi confirmada a gestação. Nove meses depois, nasceu o bezerro Rafinha, concluindo com êxito a pesquisa. “A gente ainda tinha receio por causa da raça [nelore] e do tamanho do touro, mas o nascimento foi tranquilo e o bezerro nasceu sem nenhum problema”, relata o pesquisador.

bezerro Rafinha
Foto: Rafael Silva Júnior

Avanço pode beneficiar pequenos produtores

Segundo Rafael, o estudo foi desenvolvido pensando nas necessidades da pecuária nacional. O aumento da taxa de sobrevivência dos embriões pode impulsionar ainda mais o mercado da FIV no Brasil, reduzindo custos e democratizando o acesso à tecnologia.

“Com a FIV, é possível pegar o melhor touro e a melhor vaca e gerar dezenas de embriões de alta qualidade genética. Assim, mesmo pequenos pecuaristas podem acelerar o melhoramento genético do rebanho”, afirma.

Além disso, a redução nas perdas durante o congelamento pode tornar o processo mais barato, ampliando o uso da técnica em propriedades menores.

“Já conseguimos taxas de até 90% de embriões sobrevivendo ao descongelamento. Isso tem impacto direto no custo, tornando a tecnologia mais acessível e ampliando o alcance da FIV”, afirma o médico-veterinário.

Tecnologia próxima da realidade do campo

De acordo com o pesquisador, a técnica é simples e rápida, exigindo apenas o resfriamento dos embriões em nitrogênio líquido. Os principais desafios, por enquanto, são o acesso à proteína anticongelante, ainda indisponível comercialmente, e o domínio do processo de aquecimento e transferência dos embriões.

Mesmo assim, a perspectiva é promissora. A aplicação da proteína do linguado-do-ártico representa um salto na biotecnologia animal e reforça o papel do Brasil como referência mundial em reprodução bovina.

*Sob supervisão de Hildeberto Junior



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pecuarista que enfrentou invasão do MST investe em inovação e sustentabilidade



Pioneira em um setor historicamente masculino, a pecuarista Cláudia Irene Tosta Junqueira, de Ituverava (SP), construiu uma trajetória marcada por coragem, inovação e resultados no agronegócio. Em entrevista ao programa A Protagonista, do Canal Rural, ela contou como superou o medo durante as invasões de terra no Pontal do Paranapanema, enfrentou o MST de cabeça erguida e transformou um momento de conflito em impulso para crescer e inspirar outras mulheres no campo.

“Daqui eu não saio, porque essa fazenda é produtiva e está dentro da lei. Enfrentei invasões, ameaças e incêndios, mas continuei trabalhando”, relembra Cláudia, emocionada.

Do conflito à oportunidade

O episódio aconteceu quando Cláudia estava à frente de uma fazenda modelo, com escola, serraria e laboratório de embriões. Em meio à tensão dos conflitos fundiários na região, ela decidiu permanecer no local, mesmo diante da pressão e do risco.

“Foram anos difíceis, mas nunca pensei em desistir. A gente descobre a força que tem quando é testado”, afirma.

A produtora também conta que buscou o diálogo como caminho para a paz. Em um gesto que surpreendeu até os vizinhos, ela procurou pessoalmente o líder do movimento, José Rainha, para negociar uma trégua.

“Fui na casa dele, sem medo. Fizemos um pacto de respeito. Foi um risco, mas trouxe tranquilidade para a região e me permitiu continuar produzindo.”

Cláudia conta que acabou ajudando integrantes do movimento. “Eu ajudava as famílias acampadas. Mandei cobertores, carne, remédios. As crianças não têm culpa. A mulher tem esse olhar empático que muda tudo.”

Com o tempo, as terras do Pontal do Paranapanema foram regularizadas e valorizadas, e a fazenda de Cláudia se consolidou como exemplo de produtividade e gestão sustentável.

Inovação e pioneirismo no campo

Após o conflito, Cláudia consolidou sua reputação como uma das pecuaristas mais inovadoras do país. Foi a primeira mulher a ter uma fazenda certificada em São Paulo e participou do primeiro leilão de prenhezes de embriões no Brasil, quando a técnica ainda era novidade.

“Ninguém acreditava que uma vaca preta pudesse parir um bezerro branco. Era uma revolução”, brinca. “Hoje o Brasil é líder mundial em transferência de embriões, e isso mostra a força de quem acredita em tecnologia.”

Cláudia também acompanhou de perto o avanço da cogeração de energia a partir do bagaço de cana, tecnologia que ajudou a transformar a matriz energética do país.

“Na época da seca, quando as hidrelétricas produzem menos, entra a energia gerada pela cana. Isso mostra como o agro é essencial para o Brasil.”

A força da mulher e o legado familiar

Filha e neta de pecuaristas, Cláudia cresceu entre o gado e as plantações. Mesmo formada em Letras, decidiu escrever sua própria história na terra.

“Desde pequena eu dizia que queria ser fazendeira. Sempre gostei de bicho, de cavalo, de boi. Era uma paixão natural.”

Hoje, ela é testemunha da transformação feminina na gestão rural, especialmente nas sucessões familiares.

“Muitas mulheres assumiram os negócios depois de verem problemas em partilhas e heranças. A mulher é detalhista, cuidadosa e humilde para aprender. Quando começa a mostrar resultado, todos passam a respeitar.”

Com sua forma empática e firme de liderar, Cláudia acredita que o futuro do agro passa pela presença feminina.

“O homem é mais direto; a mulher negocia, conversa, busca um preço melhor. E no dia a dia da fazenda, ela tem empatia. Isso muda tudo.”

Resiliência e inspiração

Décadas depois, Cláudia continua à frente dos negócios da família e segue inspirando novas gerações de mulheres rurais.

“As mulheres estão mostrando resultado e é isso que faz a diferença. No agro, ninguém acredita em conversa: o que vale é o resultado.”

Para ela, protagonismo é unir tradição, gestão e paixão. “O agro me ensinou que mesmo nas maiores adversidades é possível rir, seguir e prosperar. Porque quem trabalha com amor nunca desiste.”

Veja a íntegra da entrevista concedida por Cláudia Junqueira ao programa A Protagonista, do Canal Rural:



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Propriedade rural em Mato Grosso do Sul é invadida por indígenas



Produtores rurais de Caarapó, em Mato Grosso do Sul, tiveram a Fazenda Ipuitã invadida e parcialmente incendiada por cerca de 50 indígenas da etnia Guarani-Kaiowá no último fim de semana. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o grupo ateou fogo e destruiu maquinários agrícolas, além de destruir toda a estrutura da propriedade rural.

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Em nota, a PM informa que foi “restabelecida a tranquilidade” na propriedade. Os indígenas retornaram à aldeia e o policiamento permanece na região. Não há registro de novos incidentes desde sábado passado.

Em nota oficial, divulgada no último domingo (26), a Famasul e outras entidades do setor classificaram o ato como criminoso e ressaltaram a gravidade da violação do direito de propriedade. “Quando uma fazenda é incendiada, não se destrói apenas uma estrutura produtiva, mas o sustento de famílias e a garantia de empregos”, diz o comunicado.

Além dissso, as entidades alertam para a necessidade de medidas urgentes para prevenir novos conflitos, destacando que a omissão das autoridades alimenta a insegurança jurídica. Apesar do alerta, a nota reforça que atos como esse não são regra.

“É importante não generalizar: os criminosos que promovem atos violentos — muitas vezes manipulados como massa de manobra — não representam a maioria dos povos originários”.

Contexto do conflito

O território reivindicado pelos Guarani-Kaiowá teve seu reconhecimento como área indígena anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2014, segundo a tese do marco temporal. Desde então, a região enfrenta retomadas e longos processos judiciais.

As entidades pedem que a Justiça identifique e responsabilize os autores do ataque, garantindo segurança jurídica e proteção à produção no campo.



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Suplementação no horário certo pode garantir maior desempenho do gado na seca; saiba mais



A suplementação do gado na seca é uma estratégia fundamental para garantir o desempenho e evitar perdas de peso. A dúvida sobre o horário ideal para fornecer a ração reflete um ponto crucial no manejo de sistemas de semiconfinamento.

Ao programa Giro do Boi, o zootecnista Edmar Peluso explica que o horário em que o animal recebe o suplemento tem uma influência direta no consumo total de matéria seca e, consequentemente, no ganho de peso final.

O especialista aponta que o horário ideal para fornecer a suplementação (em um nível de 0,9% a 1% do peso vivo) é entre as 10h e 14h, ou seja, o período mais quente do dia.

O principal motivo dessa recomendação é maximizar o consumo total do gado. Ao fornecer a ração na hora em que o animal naturalmente estaria descansando (fugindo do calor), o pecuarista evita a competição com o pastejo, que é mais intenso nas horas frescas (início da manhã e final da tarde). Essa estratégia garante que o gado consuma tanto o suplemento quanto a forragem.

Confira:

O impacto do trato no período da tarde no desempenho

Para o pecuarista que, por logística, trata o gado apenas uma vez ao dia, por volta das 16h, a suplementação ainda é benéfica e deve ser mantida. No entanto, Peluso alerta que o desempenho, nesse caso, será um pouco menor do que o potencial máximo que o rebanho poderia alcançar.

O principal motivo para essa redução é o condicionamento do gado. Ao receber a ração no final da tarde, o animal tende a ficar esperando o trato. Esse comportamento faz com que ele deixe de lado o pastejo do final da tarde, resultando em um consumo total de matéria seca mais baixo ao longo do dia.

Embora o trato às 16h ainda garanta o benefício da suplementação, o produtor deve ter consciência de que o ganho de peso ficará abaixo do potencial máximo.

Pastagem e água: os pilares da eficiência alimentar

A suplementação do gado na seca é a solução para a falta ou baixa qualidade do pasto, mas ela só será eficiente se o produtor mantiver a atenção rigorosa em dois pilares cruciais para a eficiência alimentar. São eles:

  • Forragem: é fundamental que haja uma oferta minimamente boa de forragem. Mesmo com um alto consumo de ração (próximo a 4 kg de suplemento), a maior parte da dieta do gado ainda virá do pasto. A suplementação deve ser um complemento, e não um substituto.
  • Água: o fornecimento de água limpa, de qualidade e em volume suficiente é essencial. O consumo de água está diretamente ligado ao consumo de matéria seca e, por consequência, à digestibilidade. Sem água de qualidade, o desempenho de todo o sistema de suplementação será comprometido.

Em resumo, a escolha do horário de suplementação é um detalhe que, se bem ajustado (entre 10h e 14h), maximiza a rentabilidade ao otimizar o consumo total de matéria seca.



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Cinco animações de terror para assistir nesta sexta-feira (13)


O Halloween está chegando e, com ele, a hora de preparar pipoca e se divertir com animações que combinam sustos e aventuras assustadoramente divertidas. Confira a lista de desenhos e animações que vão conquistar crianças, adolescentes e adultos, garantindo um clima perfeito para curtir esta sexta-feira (13).

Scooby Doo – Fazenda Perigosa

Neste episódio de Scooby-Doo, a equipe da Mistério S/A investiga o caso de uma antiga fazenda assombrada. Segundo a lenda, um fazendeiro construiu sua fazenda sobre um antigo cemitério e acabou dominado por forças sobrenaturais, sendo transformado em uma criatura demoníaca conhecida como Fazendeiro Demônio, que retorna ao local em busca de vingança.

O Estranho Mundo de Jack (1993)

Jack Skellington, o Rei das Abóboras do Halloween, sente-se entediado com a rotina de sustos da Cidade do Halloween. Ao descobrir outro mundo e a magia do Natal, ele tenta trazer essa festa para o seu mundo. A história combina fantasia sombria, humor e a luta de Jack para equilibrar suas ambições com as consequências de seus próprios atos.

Historietas Assombradas (2013 – 2016)

Pepe é um garoto de 11 anos que vive com sua avó, uma bruxa poderosa que vende produtos mágicos online. O garoto enfrenta aventuras sobrenaturais, lutando contra monstros e espíritos junto com seus amigos e seu cachorro Ramirez. A série animada brasileira mistura elementos de terror e humor em histórias que exploram o folclore e o sobrenatural, muitas vezes em florestas.

Coragem, o Cão Covarde (1999–2002)

Na série, um cão chamado Coragem vive em uma fazenda isolada, com seus donos, Eustácio e Muriel, localizada em um lugar fictício chamado “Lugar Nenhum”.

É nesse ambiente rural, quase abandonado, que acontecem os eventos sobrenaturais e as visitas das criaturas bizarras que Coragem precisa enfrentar.

A cada episódio, criaturas estranhas, fenômenos sobrenaturais e mistérios inexplicáveis aparecem para ameaçar a tranquilidade do lar. Mesmo tomado pelo medo, Coragem enfrenta monstros, espíritos e vilões para proteger sua família, sempre com criatividade, humor e muita coragem.

Imagem: reprodução/YouTube

Coraline e o mundo secreto (2009)

Coraline é uma menina curiosa e que ama explorar o mundo ao seu redor, principalmente no Palácio Rosa, sua nova casa em uma região isolada em Oregon, nos Estados Unidos. Seus pais, que quase nunca tem tempo, trabalham escrevendo sobre plantas para um catalogo de jardinagem.

O jardim da casa é parte importante do filme. É revelado que entre um dos principais motivos para eles se mudarem, principalmente para uma casa com o jardim tão grande é que os pais de Coraline gostariam de se dedicar mais à floricultura. O curioso é notar que o jardim misteriosamente tem o formato do rosto da menina.

Após encontrar uma passagem secreta que a transporta para outro mundo, quase igual, mas com um ar sombrio, Coraline precisa tomar uma decisão importante que coloca sua vida em risco nas garras da sua própria mãe, ou melhor “outra mãe”.



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