Propriedade rural em Mato Grosso do Sul é invadida por indígenas

Produtores rurais de Caarapó, em Mato Grosso do Sul, tiveram a Fazenda Ipuitã invadida e parcialmente incendiada por cerca de 50 indígenas da etnia Guarani-Kaiowá no último fim de semana. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o grupo ateou fogo e destruiu maquinários agrícolas, além de destruir toda a estrutura da propriedade rural.
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Em nota, a PM informa que foi “restabelecida a tranquilidade” na propriedade. Os indígenas retornaram à aldeia e o policiamento permanece na região. Não há registro de novos incidentes desde sábado passado.
Em nota oficial, divulgada no último domingo (26), a Famasul e outras entidades do setor classificaram o ato como criminoso e ressaltaram a gravidade da violação do direito de propriedade. “Quando uma fazenda é incendiada, não se destrói apenas uma estrutura produtiva, mas o sustento de famílias e a garantia de empregos”, diz o comunicado.
Além dissso, as entidades alertam para a necessidade de medidas urgentes para prevenir novos conflitos, destacando que a omissão das autoridades alimenta a insegurança jurídica. Apesar do alerta, a nota reforça que atos como esse não são regra.
“É importante não generalizar: os criminosos que promovem atos violentos — muitas vezes manipulados como massa de manobra — não representam a maioria dos povos originários”.
Contexto do conflito
O território reivindicado pelos Guarani-Kaiowá teve seu reconhecimento como área indígena anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2014, segundo a tese do marco temporal. Desde então, a região enfrenta retomadas e longos processos judiciais.
As entidades pedem que a Justiça identifique e responsabilize os autores do ataque, garantindo segurança jurídica e proteção à produção no campo.

