quarta-feira, outubro 29, 2025

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Monitoramento via satélite reduz inadimplência no crédito rural



O uso de tecnologia via satélite para acompanhamento de propriedades e safras tem ampliado o acesso ao crédito rural e reduzido a inadimplência em operações agrícolas. Sistemas digitais permitem análises de risco mais rápidas e precisas, acelerando a concessão de financiamento sem comprometer a segurança do processo.

Com monitoramento completo das áreas cultivadas, produtores de diferentes portes podem acessar linhas de crédito com mais agilidade, enquanto os financiadores obtêm informações detalhadas para decisões mais confiáveis e eficientes.

Cobertura total das propriedades e safras

Antes da implementação da tecnologia, apenas uma parte da carteira de crédito agrícola era monitorada, concentrando-se em contratos de maior valor. Com a adoção de sistemas de monitoramento remoto, agora é possível acompanhar 100% das propriedades e das lavouras, com alertas automáticos sobre clima, produtividade, início e fim da colheita e confirmação das culturas plantadas.

Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, explica: “A tecnologia gera dados analíticos que tornam o crédito rural mais transparente. O credor avalia melhor o risco e o produtor aumenta suas chances de financiamento, fortalecendo a economia do agronegócio brasileiro”.

Estratégicas para decisões mais precisas

O monitoramento integra dados sobre o produtor, a propriedade e a safra, permitindo avaliação do histórico financeiro, conformidade socioambiental, acompanhamento de contratos e garantias, além de métricas sobre área cultivada e desempenho produtivo.

Bernardo Viana, CEO da AgroCPR, destaca que “mais de 170 contratos estão sob monitoramento, abrangendo 450 mil hectares e R$ 800 milhões em crédito. A tecnologia trouxe governança, eficiência na recuperação de capital e valorização das carteiras”.

O avanço digital mostra que a combinação de monitoramento remoto e análises detalhadas pode democratizar o acesso ao crédito no campo, reduzir riscos e aumentar a escalabilidade das operações, beneficiando produtores e financiadores.



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Prefeitura de SP abre inscrições para acelerar projetos de agricultura urbana



A Prefeitura de São Paulo abriu as inscrições para a terceira edição do programa Sampa+Rural: Acelerando Hortas, que vai apoiar 30 iniciativas ligadas à agricultura urbana, periurbana e rural. Cada projeto selecionado receberá até R$ 30 mil em materiais e serviços, além de orientação técnica e acompanhamento de um plano de negócios. As inscrições ficam abertas até 24 de novembro no site adesampa.com.br/acelerandohortas.

Apoio à produção sustentável

O programa é voltado a iniciativas que já adotam ou estão em transição para práticas orgânicas e agroecológicas. Podem participar hortas comunitárias, unidades produtivas familiares, agroindústrias, grupos logísticos e espaços de comercialização. Também são aceitas atividades em áreas públicas, como escolas e parques, e nas Terras Indígenas Jaraguá e Tenondé Porã.

Conforme a Prefeitura, os projetos devem se enquadrar em pelo menos um dos sete eixos de atuação: tecnologias sustentáveis, comercialização e logística, produção de mudas ou insumos, beneficiamento de produtos naturais, certificações sanitárias, turismo de vivência e implantação de novas hortas.

Segundo Rodrigo Goulart, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o objetivo é fortalecer a agricultura local e apoiar empreendedores do campo e da cidade. “Já impulsionamos 58 iniciativas com o Acelerando Hortas. Agora, mais 30 projetos vão receber suporte técnico e qualificação para expandir suas atividades”, afirmou.

Estrutura e execução do programa

O Acelerando Hortas é operado pela ADE SAMPA (Agência São Paulo de Desenvolvimento) e integra o programa Sampa+Rural, coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, em parceria com o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD).

Entre as metas estão o fortalecimento da agricultura de base sustentável, o aumento da geração de renda, o estímulo à educação ambiental e a segurança alimentar. A ação também busca incentivar o uso de tecnologias sociais que possam ser replicadas em outras comunidades.

Para participar, os projetos devem ter dois proponentes maiores de 18 anos, residentes na capital e responsáveis ou autorizados pelo uso do imóvel. Os selecionados não podem ter pendências em edições anteriores do programa.

Atualmente, o Sampa+Rural conta com três Casas de Agricultura Ecológica (CAEs), nas zonas Sul, Leste e Norte da cidade, que oferecem assistência técnica e extensão rural. Essas unidades atendem produtores locais e apoiam a criação de novos espaços de cultivo em diferentes regiões do município.



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AgroNewsPolítica & Agro

Página do programa Monitora Milho SC está de cara nova


A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é uma das principais pragas que afetam a cultura do milho. Responsável por transmitir as viroses do mosaico estriado e do raiado fino, além das bactérias dos enfezamentos pálido e vermelho, estes insetos, quando não controlados, podem causar danos severos à produção. Durante as safras de 2020/21 e 2021/22, Santa Catarina registrou perdas significativas de produção, com queda superior aos 20%. Os prejuízos foram provocados pela combinação entre os efeitos da cigarrinha e a estiagem, que impactaram diretamente as lavouras. 

Desde que o Estado experimentou um aumento populacional significativo do inseto, a Epagri tem atuado para diminuir seus efeitos e encontrar soluções mais eficientes para os produtores. Pensando nisso, surgiu em 2021 o programa Monitora milho SC, iniciativa do Comitê de Ação contra cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Ao longo de quase cinco anos, pesquisadores da Epagri produziram uma série de publicações que procuram compreender a dinâmica do inseto e desenvolver estratégias eficientes para o setor produtivo. Agora, todas essas informações estão reunidas em um único espaço, na página do programa Monitora Milho SC. Na página, basta acessar o botão ‘Contribuição da Epagri para o desenvolvimento do conhecimento sobre o patossistema da cigarrinha-do-milho’ para acessar artigos, informes técnicos, vídeos e conhecer as principais linhas de pesquisa. 

Segundo Maria Cristina Canale, pesquisadora da Epagri/Cepaf, responsável pelo Monitora Milho SC, esta é uma forma de visibilizar o trabalho desenvolvido pela Epagri e seus parceiros na investigação sobre o controle dos enfezamentos e viroses do milho. No mesmo sentido, o gerente do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), Vagner Miranda Portes, avalia que esta mudança reflete um desejo de apresentar à sociedade todo o esforço dos últimos cinco anos. “A Epagri tem se posicionado como um referência nos estudos sobre cigarrinha-do-milho e nosso objetivo é disponibilizar essas informações de forma acessível e centralizada”, diz.

Outra atualização importante é a disponibilização dos boletins informativos das semanas anteriores. Antes, os produtores tinham acesso apenas ao boletim mais recente, o que dificultava o acompanhamento da evolução do problema ao longo do tempo. Agora, os boletins anteriores ficam disponíveis em um só lugar, facilitando a consulta do histórico da safra. 

O programa Monitora Milho SC emite semanalmente, durante o período de safra, informes sobre a média estadual de cigarrinhas, monitoradas por meio de armadilhas instaladas em 55 lavouras em todas as regiões de Santa Catarina. Um dos diferenciais do programa, segundo Maria Cristina, é a realização do exame de PCR nas amostras para atestar a presença dos patógenos que causam as viroses e os enfezamentos do milho. Deste modo, os produtores conseguem acompanhar a evolução do problema e receber informações atualizadas com orientações específicas para o manejo mais adequado a cada cenário. Os produtores catarinenses encontram os boletins atualizados também no aplicativo Epagri Mob, que pode ser baixado gratuitamente em celulares Android e IOS.

 





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por que concorrer não é o mesmo que torcer contra


Quando se fala em Argentina, o agro brasileiro costuma reagir com desconfiança. E com razão, somos concorrentes diretos em grãos, carnes e derivados. Disputamos os mesmos mercados, China, Europa e Oriente Médio, e sofremos juntos com o sobe e desce das commodities. Mas há um ponto estratégico que muita gente ignora: a Argentina é, ao mesmo tempo, o maior comprador dos produtos industriais do Brasil.

No agronegócio, somos rivais. Na indústria, somos aliados naturais. Essa combinação explica por que torcer para a Argentina dar certo é também torcer pela economia brasileira.

Relação em números

Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 2,5 bilhões em veículos e milhares de toneladas em autopeças e químicos para o mercado argentino, produtos de alto valor agregado que sustentam empregos nas fábricas brasileiras. Sem uma Argentina estável, essas exportações despencam, e com elas, a atividade industrial no Sul e Sudeste.

Do lado de lá, o governo de Javier Milei tenta reconstruir uma economia devastada. O plano é duro: cortar gastos, equilibrar o orçamento e conter a inflação. Os resultados começam a aparecer, o país registrou superávit fiscal pela primeira vez em 14 anos e a inflação mensal está em desaceleração. Se o ajuste se firmar, o consumo argentino volta, e com ele, a demanda por produtos brasileiros.

No agro, uma Argentina estável não precisa ser uma ameaça. Concorrência saudável é melhor que colapso vizinho. Quando o país quebra, o Mercosul enfraquece, o comércio regional perde força e o Brasil fica isolado entre potências comerciais como EUA, China e União Europeia.

Competição tem que ser saudável

O desafio é equilibrar os papéis: competir no campo, cooperar na indústria. O Brasil precisa manter acordos automotivos, garantir crédito às exportações e facilitar o comércio de bens industriais, sem deixar de disputar mercados agrícolas com eficiência e tecnologia.

No fim das contas, o sucesso argentino pode significar mais estabilidade política e comercial para todo o Cone Sul. A economia é um jogo de soma variável: quando o vizinho melhora, o Mercosul todo ganha valor. Concorrer não é o mesmo que torcer contra.

Miguel Daoud

*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural


Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.



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Temporais e ventos de mais de 50 km/h atingem o Sul e avançam para outras regiões do país



Outubro se encaminha para a reta final. Nesta terça-feira (28), o alerta principal é para a presença de um cavado meteorológico e o avanço de uma frente fria. Segundo a Climatempo, esses dois fatores vão manter o tempo instável em parte dos três estados da região Sul.

Há risco de temporais, ventos acima de 50 km/h e trovoadas em áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Nordeste e Norte, o calor intenso e a baixa umidade continuam sendo destaque. Confira a previsão do tempo completa para todas as regiões do país:

Sul

As pancadas de chuva começam a ganhar força ainda no período da manhã, e ganham força na parte da tarde. No Rio Grande do Sul, a chuva deve variar entre fraca e moderada intensidade, com potencial para intervalos de chuva localmente fortes, entre o noroeste, norte, região central e vales. Já entre a região metropolitana de POA, o litoral norte e a serra, não está descartada a ocorrência de eventuais temporais localizados ou chuva mais forte com volumes mais elevados.

Nas demais regiões, condições apenas para chuviscos pontuais. Além disso, os ventos também são destaque durante o dia e podem superar os 50 km/h em parte do oeste e da campanha gaúcha. Já entre os estados de Santa Catarina e do Paraná, haverá risco de chuva forte ou até mesmo temporais no decorrer das horas – acompanhados por raios e rajadas de vento.

Sudeste

No Sudeste, o deslocamento da frente fria e do cavado meteorológico em níveis médios da atmosfera deve reforçar as instabilidades em todos os estados. A chuva começa ainda cedo e deve se espalhar no decorrer das horas, ganhando força em diversos pontos de São Paulo, Rio de Janeiro e centro-sul de Minas Gerais — não sendo descartados eventuais temporais.

No Espírito Santo e nos vales mineiros, pode chover de forma isolada, devido ao avanço de umidade marítima. Na metade norte de Minas Gerais, o tempo segue mais aberto e as temperaturas continuam significativamente elevadas no decorrer das horas, ainda com tarde marcada pelo alerta de baixa umidade do ar. 

Centro-Oeste

Na região Centro-Oeste, o deslocamento da frente fria ainda deverá redirecionar o fluxo de umidade sobre parte da região, alimentando assim a formação de instabilidades em Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e Mato Grosso. As pancadas de chuva começam a ganhar força no final da manhã, e haverá risco de chuva forte e até mesmo temporais no decorrer da tarde, com raios e rajadas de vento.

Mesmo com a chuva, o tempo segue bastante abafado em toda a região. Já na metade leste mato-grossense, na maior parte de Goiás e no Distrito Federal, o predomínio ainda será de tempo firme ao longo do dia, com calor intenso e alerta para baixa umidade do ar. 

Nordeste

No Nordeste, a circulação de ventos marítimos incidentes sobre a costa deverá manter a condição de tempo instável sobre a costa leste, entre o litoral da Bahia e do Rio Grande do Norte. No litoral baiano e pernambucanos, não estão descartados intervalos com chuva mais forte. A chuva pode avançar também para áreas do agreste da Bahia, com até moderada intensidade. Nas demais regiões do interior nordestino, o tempo segue firme e o destaque continua sendo o calor intenso e a alerta de baixa umidade do ar.

Norte

Na região Norte, a presença de umidade, calor e perturbações em níveis mais elevados da atmosfera vai continuar sustentando a formação de nuvens carregadas no Amazonas, Acre, Rondônia e em alguns pontos do sul de Roraima e do sudoeste do Pará. Nessas áreas, há risco de chuva forte ou até mesmo temporais localizados. No restante do Pará, de Roraima, no Amapá e Tocantins, o tempo segue mais aberto ao longo do dia, com bastante calor e algumas variações de nebulosidade.

Você quer entender como usar o clima a seu favor? Preparamos um e-book exclusivo para ajudar produtores rurais a se antecipar às mudanças do tempo e planejar melhor suas ações. Com base em previsões meteorológicas confiáveis, ele oferece orientações práticas para proteger sua lavoura e otimizar seus resultados.



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Dólar perde força e bolsas disparam; saiba o que mexe com os mercados hoje


No morning call desta terça-feira (28), a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, comenta que o Ibovespa renovou máxima histórica aos 146 mil pontos, impulsionado por fluxo estrangeiro e queda das expectativas de inflação. O real valorizou 0,41% e fechou a R$ 5,37, com o BC atuando para reforçar liquidez.

Lá fora, bolsas de NY bateram recordes com apetite a risco e destaque para o encontro entre Trump e Xi Jinping. Hoje, atenção a salários na zona do euro e atividade regional nos EUA.

Ouça o Diário Econômico, o podcast do PicPay que traz tudo que você precisa saber sobre economia para começar o seu dia, com base nas principais notícias que impactam o mercado financeiro.

Para mais conteúdos de mercado financeiro, acesse: Bom Dia Mercado!

Ariane Benedito, apresentadora do podcast Diário Econômico
Foto: divulgação



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AgroNewsPolítica & Agro

Plantio de soja se estende e irregularidade das chuvas preocupa produtores em todo o Mato Grosso


Mesmo com avanço em algumas regiões, a Associação dos Produtores de soja e milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) tem acompanhado com preocupação a safra 25/26 que tem enfrentado déficit hídrico, calor acima da média e chuvas mal distribuídas. Em diferentes regiões do estado, produtores relatam dificuldades na germinação e no desenvolvimento das lavouras, consequência direta da irregularidade das precipitações. O atraso também acende o alerta para o milho de segunda safra, que pode ter a janela de plantio reduzida caso o cenário climático persista.

O presidente da entidade, Lucas Costa Beber, destaca que o problema atinge diversos municípios. “Este ano a chuva realmente não está sobrando, ela tem vindo a conta-gotas. Em regiões como Sorriso, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Colíder e Campo Verde, o cenário é o mesmo, lavouras travadas e produtores interrompendo o plantio pela falta de chuva. Diferente de outros anos, quando a chuva podia até atrasar, mas depois firmava, agora ela vem, o produtor acredita que vai continuar, planta uma parte e logo precisa parar e parte dessa soja já plantada germina mal, fica com estande mal distribuído, as plantas com porte reduzido. É um ano totalmente diferente.” Segundo ele, a situação preocupa não apenas pelo impacto imediato na soja, mas também pelo efeito em cadeia sobre a próxima safra. “A partir de agora, cada dia é menos produção no milho e essa soja semeada mais tarde também tem o problema de ataque de pragas, como mosca branca, além dos impactos na produtividade”, alerta.

O presidente ainda acrescenta que os relatos vindos de várias regiões confirmam que o problema não se restringe ao atraso no plantio, mas também ao estresse hídrico nas lavouras já estabelecidas. “O relato dos produtores do estado é que, mesmo em municípios mais adiantados, como Sorriso, que na semana passada já tinha cerca de 85% da área plantada, as plantas estão sofrendo estresse hídrico e, por calor, apresentando porte reduzido, o que pode diminuir a área foliar e comprometer também a produtividade final da lavoura. Em alguns pontos do estado houve relato de replantio, apesar dos números não serem significativos, e também é importante considerar que o produtor tem que fazer a conta: onde ele realiza o plantio, há um custo aproximado de 10 sacas por hectare, além do risco de atrasar ainda mais a janela de semeadura do milho safrinha”, reforça Lucas Costa Beber.

Em Campo Verde, o delegado coordenador do núcleo, Rafael Marsaro, também confirma a dificuldade enfrentada pelos produtores. “Plantamos com a umidade das chuvas de setembro, mas depois ficamos 15 dias sem precipitação. A soja de 30 dias está com crescimento muito abaixo do esperado. O solo está seco e não retém umidade. O plantio avança, mas a produtividade está em risco. A janela do algodão já passou e a do milho começa a ficar comprometida”, relata Rafael. Para os produtores, os números oficiais de plantio não refletem a realidade do campo. Embora muitas áreas já estejam semeadas, as lavouras enfrentam condições desfavoráveis para o desenvolvimento das plantas. “Os dados mostram que a soja está plantada, mas com desenvolvimento muito aquém do esperado. Há áreas com quase um mês de plantio e crescimento limitado, outras com 15 dias ainda saindo do chão, e lavouras recém-plantadas que nem germinaram. Aqui na minha propriedade, estamos aguardando e rezando para que as chuvas previstas para a próxima semana realmente venham, porque a janela do algodão já se foi. Consegui mudar o planejamento para o milho, mas a maioria dos produtores do estado não tem essa possibilidade.

Já está ficando difícil até para o próprio milho. A produtividade da soja está comprometida”, disse o produtor Rafael Marsaro. O cenário climático desafiador se soma a outros entraves, como o alto custo de produção e o acesso restrito ao crédito, o que aumenta a pressão sobre o produtor neste início de safra. A Aprosoja Mato Grosso segue acompanhando o andamento do plantio em todas as regiões e reforça seu compromisso em representar os produtores, buscando soluções e políticas que ajudem o setor a superar os desafios deste início de safra.





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AgroNewsPolítica & Agro

Falta de acordo EUA-China e La Niña moldam perspectivas da soja


O mercado da soja encerrou a semana com comportamento lateralizado, influenciado por fatores climáticos internos e instabilidades no cenário internacional. A análise da Grão Direto aponta que, mesmo com leve oscilação nos contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado físico brasileiro manteve-se estável, sustentado por prêmios portuários ainda elevados.

Na CBOT, o contrato para agosto de 2025 registrou leve valorização de 0,52%, fechando a US$ 9,67 por bushel. Já o vencimento para março de 2026 teve queda marginal de 0,10%, encerrando a semana a US$ 10,22 por bushel. No câmbio, o dólar recuou 1,98%, sendo cotado a R$ 5,44, apesar da alta de mais de 1% no Índice Dólar (DXY), que refletiu o movimento global em busca de ativos de segurança.

Internamente, o avanço do plantio foi favorecido pelas chuvas regulares no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso. No Sudeste, o ritmo permaneceu lento, restrito a áreas irrigadas, enquanto o Sul já sente os primeiros efeitos do La Niña, com previsão de estiagens e ondas de calor. A condição climática deve seguir como fator-chave para o desenvolvimento das lavouras nas próximas semanas.

No cenário internacional, o mercado segue atento às possíveis compras chinesas de soja norte-americana. Embora os rumores não tenham se confirmado, a expectativa gira em torno das reuniões comerciais entre Estados Unidos e China, marcadas para este fim de semana na Malásia. A falta de acordo formal pressiona os fundos especulativos a adotarem posturas mais defensivas, o que pode gerar volatilidade adicional.

Para novembro, a projeção indica possibilidade de queda nos preços na CBOT, entre US$ 9,80 e US$ 10,00 por bushel, especialmente se as condições climáticas se mantiverem favoráveis na América do Sul e não houver avanço nas negociações comerciais. Historicamente, os meses de outubro e novembro registraram recuo nos preços em 9 dos últimos 15 anos.

Com um La Niña de intensidade considerada fraca, a tendência é de produtividade nacional positiva, mas com forte variabilidade regional. A orientação técnica para os produtores é redobrar a atenção ao calendário de plantio e adotar estratégias regionais de mitigação para reduzir riscos climáticos.





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AgroNewsPolítica & Agro

Aplicação localizada transforma o manejo de plantas daninhas


Por Danilo Neves, consultor da Smart Sensing

No coração do Cerrado brasileiro, uma prática agrícola vem ganhando força e promete transformar a forma como os produtores lidam com as plantas daninhas. Trata-se da aplicação localizada de herbicidas, tecnologia que alia eficiência no controle de invasoras à redução significativa de custos e impacto ambiental.

A técnica vem sendo estudada e aplicada em diferentes sistemas produtivos e já mostra resultados consistentes, sobretudo no período mais crítico para o manejo: a seca entre julho e setembro, quando o produtor muitas vezes acredita estar diante de uma lavoura “limpa”.

Pesquisadores chamam esse cenário de “falso limpo”: uma aparente ausência de infestação após a colheita do milho safrinha, mas que esconde a presença de plantas resistentes capazes de comprometer a safra seguinte.

Essas poucas plantas sobreviventes podem gerar uma pressão enorme sobre a soja ou o algodão, se não forem controladas a tempo.

E o impacto não é pequeno: levantamento realizado em três fazendas do Cerrado, na safra 2024/25, mostrou que os herbicidas responderam por até 37% do gasto com defensivos agrícolas, representando até 9% do custo total da lavoura.

Para driblar o falso limpo, a recomendação é fazer o manejo antecipado, logo após a colheita do milho. Com a aplicação localizada, esse processo é dividido em duas fases:

•    Dessecação generalista: primeira intervenção, voltada às espécies mais comuns, como trapoeraba, picão-preto e capim-colchão. Em Chapadão do Céu (GO), a economia chegou a 60% de herbicidas sem perda de eficácia.

•    Dessecação específica: realizada cerca de 15 dias depois, foca em plantas de difícil controle, como capim-amargoso e buva. Nesse caso, a economia ultrapassou 90% dos custos em relação ao modelo convencional de área total.

Estudos internacionais reforçam os resultados: reduções de até 77% no uso de herbicidas com a pulverização seletiva em tempo real, sem comprometer a eficiência.

Tecnologia de precisão no campo

O sucesso da técnica passa por inovações como os sensores ópticos que identificam em tempo real a clorofila das plantas vivas, acionando válvulas PWM (Pulse Width Modulation) com precisão. O sistema garante que mesmo as menores plantas emergidas sejam identificadas, sendo que essas são mais fáceis de controlar no estádio inicial de desenvolvimento

Esse controle ponto a ponto melhora a deposição do produto, reduz riscos de deriva e garante economia expressiva, e o que antes era visto como gasto adicional na seca se transforma em investimento de alto retorno.

Na prática, os números impressionam. Em 2025, em uma propriedade de 570 hectares em Goiás, o manejo antecipado custaria mais de R$ 300 por hectare em área total. Com a aplicação localizada, o valor caiu para R$ 76,44 por hectare, menos do que o equivalente a uma saca de soja.

Além da economia, a técnica entrega a lavoura limpa antes da semeadura, reduzindo a pressão de plantas resistentes e facilitando o manejo posterior.

Mais do que uma ferramenta de redução de custos, a aplicação localizada inaugura uma nova lógica de manejo de plantas daninhas no Cerrado. A seca, antes vista como inimiga, passa a ser aliada. Herbicidas já conhecidos, antes deixados de lado, podem ser ressignificados em estratégias inteligentes.

Em tempos de restrições regulatórias e aumento da resistência das plantas, a tecnologia surge não como promessa, mas como realidade no campo.

O Cerrado, palco de alguns dos maiores desafios agrícolas do país, começa a mostrar que a combinação entre ciência, tecnologia e prática de campo pode redesenhar o futuro da produção sustentável no Brasil.





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inovação da Embrapa leva assistência técnica digital à suinocultura familiar



A transformação digital chegou de vez à suinocultura familiar brasileira. Desenvolvido em parceria entre a Embrapa Suínos e Aves (SC) e a ManejeBem – Assessoria em Agricultura Sustentável, o EcoPiggy é um aplicativo que promete revolucionar a assistência técnica e extensão rural (Ater) ao conectar produtores, técnicos e instituições em tempo real.

O lançamento oficial ocorrerá no dia 29 de outubro, durante a AveSui 2025, em Cascavel (PR) — maior polo de produção de proteína animal do mundo. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Ater pode aumentar em até 365% a produtividade agrícola, e o EcoPiggy surge justamente para ampliar o alcance e a qualidade desse serviço entre os pequenos suinocultores do país.

Tecnologia a serviço do campo

O aplicativo permite atendimento remoto e personalizado, superando as limitações de acesso e o déficit de profissionais especializados. “O EcoPiggy entra nesse cenário para fornecer apoio remoto e qualificar a tomada de decisão no campo”, explica Marcelo Miele, pesquisador da Embrapa e líder do projeto.

Com tecnologias voltadas à coleta de dados, relatórios automáticos e integração entre campo e escritório, a ferramenta agiliza o planejamento, o acompanhamento e a comunicação entre técnicos e produtores. Também disponibiliza conteúdos sobre gestão da água, manejo de dejetos, adubação agrícola e painéis com indicadores de nutrientes e custos, promovendo o uso eficiente de recursos e práticas sustentáveis.

Outro diferencial é a integração com o Sistema de Gestão Ambiental da Suinocultura (SGAS), da própria Embrapa, criando um ecossistema de informações técnicas que reforça o controle ambiental da atividade. “O aplicativo foi construído com base em conhecimento científico, com agilidade e expertise tecnológica de uma empresa que entende o campo”, completa Miele.

Conectividade e simplicidade

De acordo com os desenvolvedores, o EcoPiggy é leve e intuitivo, facilitando o contato direto entre produtores e técnicos via chat, integrado ao WhatsApp. Mesmo com acesso limitado à internet, parte das funcionalidades pode ser usada off-line, incluindo o envio posterior de mensagens e arquivos.

“A conectividade ainda é um desafio em muitas regiões, por isso desenvolvemos um sistema híbrido. O produtor pode registrar suas informações off-line e, assim que o sinal retorna, faz o upload automático”, afirma Juliane Blainski, CEO da ManejeBem.

Da pesquisa à prática: uma parceria de aprendizado

A parceria entre a Embrapa e a startup catarinense nasceu em 2020, durante o Programa Inova, quando ambas identificaram a oportunidade de unir a agilidade do ambiente de inovação com o rigor técnico da pesquisa pública.

Segundo Blainski, o processo envolveu desafios e aprendizados: “Tivemos de conciliar a velocidade de uma startup, que cria e testa rapidamente, com o rigor científico da Embrapa, que preza pela precisão dos dados e pelo impacto ao produtor. Foi um grande aprendizado e uma experiência de integração entre ciência e inovação.”

Grande parte do desenvolvimento ocorreu de forma remota, durante a pandemia da Covid-19. As etapas de validação contaram com visitas de campo a Concórdia (SC) e Palmitinho (RS), onde suinocultores e técnicos participaram ativamente dos testes.

“Essas visitas foram fundamentais para entender como o aplicativo seria usado na prática e fazer os ajustes necessários. Queríamos garantir que ele realmente atendesse às demandas do campo”, detalha Miele.

Foco no pequeno produtor e na sustentabilidade

Voltado prioritariamente a pequenos suinocultores, o EcoPiggy busca democratizar o acesso à assistência técnica e contribuir para uma produção mais eficiente e sustentável. O sistema envia alertas sobre excesso de dejetos, calcula oferta e demanda de nutrientes (NPK) e permite o diagnóstico da adubação com dejetos suínos, além de oferecer indicadores de custos e produtividade.

Para Blainski, a ferramenta reforça o papel estratégico da tecnologia na agricultura familiar:

“Nosso propósito é fortalecer o pequeno produtor e aproximá-lo do conhecimento técnico. O EcoPiggy ajuda o técnico a fazer essa ponte entre o saber científico e a aplicação prática no campo.”

A CEO adianta que novas versões do aplicativo já estão em desenvolvimento, incluindo módulos sobre compostagem, biodigestão e inteligência territorial. “Queremos reforçar o papel da inovação digital na sustentabilidade da agricultura familiar”, afirma.

Com o EcoPiggy, a suinocultura brasileira dá mais um passo rumo a um modelo de assistência técnica digital, sustentável e inclusiva, ampliando o alcance das boas práticas ambientais e o protagonismo da ciência nacional no apoio ao campo.



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