terça-feira, outubro 28, 2025

Política & Agro

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Aplicação localizada transforma o manejo de plantas daninhas


Por Danilo Neves, consultor da Smart Sensing

No coração do Cerrado brasileiro, uma prática agrícola vem ganhando força e promete transformar a forma como os produtores lidam com as plantas daninhas. Trata-se da aplicação localizada de herbicidas, tecnologia que alia eficiência no controle de invasoras à redução significativa de custos e impacto ambiental.

A técnica vem sendo estudada e aplicada em diferentes sistemas produtivos e já mostra resultados consistentes, sobretudo no período mais crítico para o manejo: a seca entre julho e setembro, quando o produtor muitas vezes acredita estar diante de uma lavoura “limpa”.

Pesquisadores chamam esse cenário de “falso limpo”: uma aparente ausência de infestação após a colheita do milho safrinha, mas que esconde a presença de plantas resistentes capazes de comprometer a safra seguinte.

Essas poucas plantas sobreviventes podem gerar uma pressão enorme sobre a soja ou o algodão, se não forem controladas a tempo.

E o impacto não é pequeno: levantamento realizado em três fazendas do Cerrado, na safra 2024/25, mostrou que os herbicidas responderam por até 37% do gasto com defensivos agrícolas, representando até 9% do custo total da lavoura.

Para driblar o falso limpo, a recomendação é fazer o manejo antecipado, logo após a colheita do milho. Com a aplicação localizada, esse processo é dividido em duas fases:

•    Dessecação generalista: primeira intervenção, voltada às espécies mais comuns, como trapoeraba, picão-preto e capim-colchão. Em Chapadão do Céu (GO), a economia chegou a 60% de herbicidas sem perda de eficácia.

•    Dessecação específica: realizada cerca de 15 dias depois, foca em plantas de difícil controle, como capim-amargoso e buva. Nesse caso, a economia ultrapassou 90% dos custos em relação ao modelo convencional de área total.

Estudos internacionais reforçam os resultados: reduções de até 77% no uso de herbicidas com a pulverização seletiva em tempo real, sem comprometer a eficiência.

Tecnologia de precisão no campo

O sucesso da técnica passa por inovações como os sensores ópticos que identificam em tempo real a clorofila das plantas vivas, acionando válvulas PWM (Pulse Width Modulation) com precisão. O sistema garante que mesmo as menores plantas emergidas sejam identificadas, sendo que essas são mais fáceis de controlar no estádio inicial de desenvolvimento

Esse controle ponto a ponto melhora a deposição do produto, reduz riscos de deriva e garante economia expressiva, e o que antes era visto como gasto adicional na seca se transforma em investimento de alto retorno.

Na prática, os números impressionam. Em 2025, em uma propriedade de 570 hectares em Goiás, o manejo antecipado custaria mais de R$ 300 por hectare em área total. Com a aplicação localizada, o valor caiu para R$ 76,44 por hectare, menos do que o equivalente a uma saca de soja.

Além da economia, a técnica entrega a lavoura limpa antes da semeadura, reduzindo a pressão de plantas resistentes e facilitando o manejo posterior.

Mais do que uma ferramenta de redução de custos, a aplicação localizada inaugura uma nova lógica de manejo de plantas daninhas no Cerrado. A seca, antes vista como inimiga, passa a ser aliada. Herbicidas já conhecidos, antes deixados de lado, podem ser ressignificados em estratégias inteligentes.

Em tempos de restrições regulatórias e aumento da resistência das plantas, a tecnologia surge não como promessa, mas como realidade no campo.

O Cerrado, palco de alguns dos maiores desafios agrícolas do país, começa a mostrar que a combinação entre ciência, tecnologia e prática de campo pode redesenhar o futuro da produção sustentável no Brasil.





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Municípios de MT recebem máquinas agrícolas do Promaq


Nesta sexta-feira (24), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou a entrega de 50 máquinas agrícolas para 41 municípios de Mato Grosso, no âmbito do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola, o Promaq. A iniciativa é mais um passo do Governo do Brasil em busca da modernização do setor agropecuário e do aumento da produtividade rural, promovendo o desenvolvimento local e reduzindo as desigualdades regionais.

“Esse programa é muito importante para as pequenas famílias do estado e vai ajudar especialmente o nosso município, onde nos esforçamos para oferecer uma melhor qualidade de vida ao produtor rural. Esse trator será de grande ajuda para as nossas famílias”, comemorou o prefeito de Bom Jesus do Araguaia, Marcilei Alves, ao receber a chave do trator, destacando que o município é um importante produtor de leite e que, com o novo equipamento, será possível aprimorar o plantio e garantir melhores condições para o cuidado com o gado.

A cerimônia de entrega ocorreu na Superintendência de Agricultura e Pecuária do estado (SFA/MT), em Várzea Grande. Ao todo, foram entregues 31 tratores, oito pás carregadeiras, nove motoniveladoras (patrol) e duas escavadeiras hidráulicas, com investimento adquirido pelo Mapa por meio de emendas parlamentares.

O secretário-executivo da Pasta, Irajá Lacerda, enfatizou que o governo vem trabalhando em prol do fortalecimento das cadeias produtivas das regiões, entendendo a peculiaridade de cada uma e a importância do investimento no setor. “As entregas de hoje são reflexo da boa política, o reflexo da junção de esforços para trabalhar em prol da nossa gente, dos nossos municípios e pelo Brasil”, disse Irajá.

Nesta etapa, além do município de Várzea Grande, outros 40 foram beneficiados: Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Araguainha, Araputanga, Aripuanã, Boa Esperança do Norte, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte, Carlinda, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Diamantino, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Juara, Juruena, Nossa Senhora do Livramento, Nova Maringá, Nova Nazaré, Nova Olímpia, Novo Horizonte, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Poconé, Porto Alegre do Norte, Porto Esperidião, Porto da Estrela, Poxoréu, Primavera do Leste, Querência, Rosário Oeste, Santa Cruz do Xingu, Santo Antônio do Leverger, São José dos Quatro Marcos, União do Sul, Vale de São Domingos e Várzea Grande.

“Estamos fazendo uma grande entrega de equipamentos para os municípios. São tratores e máquinas que vão atender as estradas vicinais e melhorar a infraestrutura no campo”, destacou o superintendente de Agricultura e Pecuária em Mato Grosso, Edson Paulino.

A meta é entregar mais de 20 mil equipamentos em municípios de todo o Brasil. “É uma ação extraordinária, que leva soluções diretamente para onde os problemas acontecem: nos municípios, perto das pessoas que mais precisam”, completou o superintendente.

Informações à [email protected]





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Chuvas e queda de temperatura marcam a semana no Paraná


Dois sistemas meteorológicos vão impactar o tempo no Paraná nesta semana. A combinação de uma frente fria que avança sobre o oceano, com um sistema de baixa pressão que se forma sobre o Paraguai, fará com que o sol fique escondido atrás de forte nebulosidade. As temperaturas ficam mais baixas e há previsão de chuva em todas as regiões paranaenses.  

“A combinação desses dois sistemas contribui para que, em níveis mais próximos à superfície, ocorra o ingresso de umidade do oceano, que acaba mantendo a nebulosidade mais concentrada na faixa Leste (entre a Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral), enquanto o sistema de baixa pressão favorece o ingresso de umidade da Amazônia para o interior do Paraná”, explica Samuel Braun, meteorologista do Simepar. 

A frente fria já começou a impactar o Paraná no sábado (25), com acumulados abaixo de 20mm principalmente nas regiões Oeste e Noroeste. No domingo (26) os maiores acumulados de chuva foram em Campo Mourão (51 mm), Nova Tebas (Inmet) (36,8mm), Altônia (34,8mm), Campina da Lagoa (Inmet) (33,6mm), e Cruzeiro do Iguaçu (30,2mm).

Além de Cornélio Procópio, Guaíra, Maringá e Paranaguá, que já tinham alcançado a média histórica de acumulado de chuva para outubro onze dias antes do mês acabar, com a chuva deste fim de semana outra estação atingiu a média histórica: em Altônia, a média para outubro é de 215,9mm, e já choveu 252,6mm. 

Nesta segunda-feira (27), a chuva ocasional por todo o Estado segue, e as pancadas de chuva poderão ficar pontualmente mais fortes entre a tarde e a noite da RMC até o Litoral. No Interior o tempo segue abafado, com máximas de até 28°C principalmente no setor Norte. 

Na terça-feira (28), no Interior, as instabilidades aumentam e a chuva pode vir a qualquer momento do dia. “O risco de alguma tempestade é um pouco maior, em virtude da circulação de ventos em diferentes níveis da atmosfera trazendo umidade, que acabam contribuindo para a formação de áreas de chuva. No Oeste, Sudoeste, Noroeste, e nos Campos Gerais, a possibilidade de fortes rajadas de vento é um pouco mais baixa, mas não se descarta a ocorrência de alguma precipitação de granizo”, ressalta Samuel. 

Na região Leste as temperaturas não sobem na terça, e a chuva também ocorre em vários momentos do dia. Na quarta-feira (29), a nebulosidade ainda se faz presente e a chuva será ocasional. O tempo fica abafado no Interior do Estado, com máximas perto dos 28°C no Oeste e Noroeste, e perto dos 20°C no Leste. 

Na quinta e na sexta-feira (31), a chuva diminui, e ocorre de forma isolada. As temperaturas ficam um pouco mais baixas no Centro-Sul, nos Campos Gerais e na RMC, com mínimas entre 10°C e 12°C.

 





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MPF recorre contra exploração de petróleo no Amazonas



MPF questiona licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas


Foto: © José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta sexta-feira (24) que apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contra a decisão que manteve o resultado do leilão de blocos exploratórios de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas e a concessão de licença de pesquisa para eventual exploração.

Na última segunda-feira (20), a Petrobras obteve a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a operação de pesquisa exploratória na Margem Equatorial.

Segundo o MPF, os leilões que antecederam o processo de autorização para a licença de exploração necessitam do Estudo de Impacto Climático (EIC), a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), além da consulta prévia a comunidades indígenas.

“O MPF argumenta que a ausência dos estudos e da consulta na fase pré-licitatória é uma grave ofensa ao ordenamento jurídico e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, afirmou o órgão.

De acordo com a Petrobras, a sonda exploratória se encontra na região do bloco FZA-M-059 e a perfuração está prevista para começar “imediatamente”. O poço fica em águas profundas do Amapá, a 175 quilômetros da costa e a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.

A perfuração dessa fase inicial tem duração estimada em cinco meses, segundo a companhia. Nesse período, a empresa busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. “Não há produção de petróleo nessa fase”, frisou a Petrobras em comunicado. 





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Parlamentares dos EUA apresentarão projeto de lei bipartidário para eliminar…


Logotipo Reuters

19 de setembro (Reuters) – Os representantes dos EUA Don Bacon e Ro Khanna apresentarão uma legislação bipartidária que isentará produtos de café de quaisquer tarifas, disseram porta-vozes dos legisladores à Reuters na sexta-feira.

O Brasil costumava fornecer um terço de todo o café usado nos EUA, mas os embarques diminuíram desde que uma tarifa de 50% foi imposta às importações brasileiras no final de julho.

“Famílias em toda a América estão sentindo o custo dos preços mais altos do café, que já subiram 21%, e tarifar um produto que não podemos cultivar em larga escala comercial só piora a situação”, disse o legislador republicano Bacon.

Os preços do café torrado nos supermercados dos EUA subiram 20,9% em agosto em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics.

“Estou ansioso para trabalhar com o deputado Khanna para apresentar este projeto de lei bipartidário e acredito que ele pode ajudar a desencadear um debate mais amplo sobre o Congresso retomar seu papel constitucional na política tarifária”, acrescentou Bacon, uma das poucas vozes republicanas no Congresso que assumiu posições independentes do presidente Donald Trump.

Preços do café arábica, a variedade suave mais usada por redes de café como a Starbucks, abre uma nova abae Dunkin Donuts, subiram cerca de 50% na Intercontinental Exchange em Nova York desde que o governo Trump impôs sua tarifa sobre as importações brasileiras, incluindo café verde.

“Se você toma café todas as manhãs, como não fica bravo com isso?”, disse Khanna, que é democrata, à Reuters, referindo-se ao aumento de preço.

O projeto de lei busca isentar o café de quaisquer tarifas impostas após 19 de janeiro de 2025, incluindo café torrado e descafeinado, bem como cascas de café, películas e substitutos de café que contenham café em qualquer proporção. Um porta-voz de Khanna disse à Reuters que a legislação seria apresentada na sexta-feira. O Washington Post foi o primeiro a noticiar a introdução do projeto de lei.

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Mandioca volta a crescer e ameaça cana na Tailândia



“A recuperação da demanda chinesa pode redefinir a rentabilidade das culturas”


“A recuperação da demanda chinesa pode redefinir a rentabilidade das culturas"
“A recuperação da demanda chinesa pode redefinir a rentabilidade das culturas” – Foto: Canva

As mudanças recentes no campo tailandês podem alterar o equilíbrio do mercado global de açúcar a partir da safra 2026/27. Segundo dados da StoneX, o país asiático, segundo maior exportador mundial de açúcar e líder em exportações de mandioca, vive uma reavaliação de sua estratégia agrícola: o retorno da rentabilidade da mandioca começa a ameaçar a hegemonia da cana nas principais regiões produtoras.

Com PIB projetado em US$ 1,9 trilhão em 2025, a Tailândia vinha reduzindo a área plantada de mandioca em favor da cana, mas o movimento se inverteu com a retomada da demanda chinesa. A China, que importou 2,5 milhões de toneladas da raiz em 2024, adquiriu 4 milhões entre março e julho de 2025 — 80% originadas da Tailândia. O avanço foi impulsionado pelo encarecimento do milho chinês, que levou a indústria de ração e etanol a buscar alternativas mais baratas.

“A recuperação da demanda chinesa pode redefinir a rentabilidade das culturas na Tailândia. A mandioca volta a ser uma alternativa viável, especialmente se os preços do açúcar continuarem em queda”, avalia o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifácio.

Com isso, o preço da mandioca tailandesa saltou de 1.400 para 1.700 baht por tonelada entre junho e agosto, refletindo também na valorização dos derivados, como a tapioca chips. Caso os preços atinjam o intervalo entre 2.000 e 2.300 baht/t, o cultivo pode se tornar mais atrativo que a cana, especialmente se o açúcar continuar abaixo de US¢16/lb.

O cenário é sensível: uma migração significativa de áreas reduziria a oferta de açúcar e poderia conter o atual superávit global previsto para 2025/26. A Tailândia, responsável por cerca de 10% das exportações mundiais, é peça-chave nesse equilíbrio. No curto prazo, a mandioca volta a ser uma aposta rentável; no médio, o país pode redefinir a dinâmica de dois mercados agrícolas vitais para o mundo.





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32º Congresso Internacional da Indústria do Trigo bate recorde e traça novos rumos para a cadeia tritícula


O 32º Congresso Internacional da Indústria do trigo, realizado entre os dias 20 e 22 de outubro de 2025, no Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, marcou uma edição histórica para o setor. Reunindo um recorde de mais de 630 inscritos e 37 patrocinadores, o evento, organizado pela Associação Brasileira da Indústria do trigo – Abitrigo, reafirmou sua importância como o principal fórum de debate e negócios da cadeia produtiva do grão no Brasil e internacionalmente. 

Com a presença de representantes de 12 países, incluindo Brasil, Argentina, Estados Unidos, China, Alemanha e França, o Congresso destacou sua diversidade e dimensão global. Durante os três dias, especialistas, empresários e executivos discutiram temas essenciais para os desafios e oportunidades da cadeia, como a reforma tributária, novas fronteiras agrícolas, competitividade, inovação tecnológica e as tendências do mercado, como o crescimento do segmento do pão congelado. 

O presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, Daniel Kümmel, destacou a expectativa em torno do evento e a relevância das discussões realizadas. Para ele, decisões estratégicas para o próximo ano da indústria moageira brasileira e mundial foram iniciadas nos painéis, onde líderes e gestores puderam aprofundar visões sobre preços, fornecimento e novas oportunidades de negócios com um network qualitativo. 

“O Congresso consolidou debates que vão orientar muitas decisões do setor nos próximos meses. As discussões sobre tributação, novas fronteiras agrícolas e oportunidades tecnológicas mostram como o mercado caminha para uma fase mais moderna e integrada”, afirmou. Segundo ele, o evento também cumpriu papel essencial de integração. “Mais de 12 países participaram, gerando conexões e parcerias estratégicas que fortalecem toda a cadeia produtiva”. 

O presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, ressaltou o sucesso da edição em todos os aspectos, desde a substância técnica até a participação dos quase 20 países representados, o que ele considerou histórico. O dirigente destacou as apresentações desafiadoras focadas em inovação, tecnologia e o panorama do mercado, que fortaleceram o conhecimento e a competitividade do setor. 

“Foi um Congresso histórico, tanto pela troca de conhecimentos quanto pela qualidade técnica das apresentações. A inovação, a tecnologia e o olhar para o futuro foram os grandes destaques. A Abitrigo continuará trabalhando para que o setor mantenha esse ritmo de modernização e competitividade”, destacou ele. 

Além da programação na plenária, o Congresso promoveu reuniões e encontros com representantes de países vizinhos, reforçando a integração regional na cadeia do trigo. “O ambiente propício para troca de conhecimento, relacionamento e celebração foi um dos grandes legados do encontro. Essa edição do Congresso do Trigo reforçou a importância do evento, projetando o setor para um futuro promissor e integrando as principais lideranças e players do mercado mundial do trigo”, finalizou Kümmel. 





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Falta de chuva e frio freiam semeadura da soja


De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (23), a semeadura da soja no Rio Grande do Sul está em fase inicial, alcançando 2% da área total prevista. O avanço limitado é resultado de fatores econômicos e climáticos, entre eles a estratégia de produtores de adiar o plantio para reduzir riscos de falta de chuva em novembro e dezembro, a priorização da colheita dos cereais de inverno, as baixas temperaturas e a redução da umidade do solo em parte do Estado.

Nas áreas onde a implantação já começou, os produtores realizam a dessecação das coberturas vegetais e ajustes nas condições do solo para facilitar a semeadura. Conforme a Emater/RS-Ascar, muitos agricultores estão encaminhando laudos para agentes financeiros com o objetivo de acessar a linha de crédito criada pelo Governo Federal para apoiar produtores afetados por perdas sucessivas de safra. Apesar disso, a instituição observa tendência de redução no uso de fertilizantes e maior aproveitamento de sementes próprias, reflexo dos custos de produção e das restrições de crédito.

Nos cultivos implantados, as sementes estão nas fases de embebição e germinação. A Emater/RS-Ascar prevê avanço mais significativo da semeadura a partir do final de outubro. Para a safra 2025/2026, a projeção é de cultivo em 6,74 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 3.180 quilos por hectare.

Na região administrativa de Bagé, na Fronteira Oeste, o plantio ocorre de forma pontual e concentrada em pequenas áreas, enquanto a maior parte dos produtores segue voltada à colheita das lavouras de inverno e à preparação do solo. Na Campanha, a falta de chuvas tem dificultado o plantio convencional, especialmente em solos argilosos, onde se formam torrões que prejudicam o contato entre semente e solo. As baixas temperaturas e os ventos constantes também têm limitado o uso de herbicidas, retardando o início mais amplo da semeadura.

Nos Campos de Cima da Serra, região de Caxias do Sul, produtores que planejavam iniciar o plantio optaram por adiar a atividade devido às mínimas abaixo de 5 °C registradas nas primeiras horas do dia, condição que pode comprometer a germinação e a emergência das plântulas.

Na região de Ijuí, o plantio atinge 2% da área estimada. Segundo a Emater/RS-Ascar, o trabalho avança com cautela diante das temperaturas baixas e do início antecipado do ciclo. A expectativa é de aceleração do ritmo nas próximas semanas, acompanhando o aumento das temperaturas e a regularização das chuvas.

Em Pelotas, a semeadura alcança 4% da área projetada. Os agricultores estão concentrados na compra de insumos e na manutenção de maquinário agrícola, preparando-se para intensificar o trabalho nas próximas semanas, caso o clima se mantenha favorável.

Na região de Santa Maria, menos de 1% da área foi semeada até o momento. As lavouras implantadas apresentam germinação e emergência adequadas, mas o avanço da semeadura depende da elevação das temperaturas e da melhoria da umidade do solo.

Em Soledade, cerca de 10% das áreas destinadas ao cultivo já foram plantadas. A maioria das propriedades concluiu a dessecação e aguarda condições ideais para o corte da palhada e a continuidade dos trabalhos.





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EUA e Brasil iniciam tratativas sobre tarifas e sanções


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas impostas às exportações brasileiras. Segundo o governo brasileiro, o encontro, descrito por Lula como “franca e construtiva”, teve como foco a busca de soluções para a suspensão das medidas e o fortalecimento do diálogo econômico entre os dois países. “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, afirmou Lula em publicação nas redes sociais.

De acordo com o Palácio do Planalto, o governo brasileiro considera que a imposição das tarifas carece de base técnica e ignora o fato de que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial em relação ao Brasil. No encontro, Lula renovou o pedido de suspensão das tarifas, propondo um período de negociação. “O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação, da mesma forma a aplicação da lei Magnitsky a algumas autoridades brasileiras, e disse que estava pronto a conversar”, relatou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Segundo Vieira, os dois presidentes tiveram uma conversa “muito descontraída e muito alegre”, aberta à imprensa por alguns minutos. O ministro acrescentou que Trump expressou “admiração pelo perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, perseguido no Brasil, provado sua inocência e vitoriosamente conquistado o terceiro mandato à frente da presidência da República”.

Durante o diálogo, Donald Trump afirmou admirar o Brasil e concordou com a necessidade de revisar as tarifas. “A conclusão final é de que a reunião foi muito positiva, e nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, afirmou o chanceler.

As negociações devem prosseguir ainda neste domingo, em Kuala Lumpur, entre ministros brasileiros e autoridades norte-americanas.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa, também destacou o caráter transparente do diálogo. “O diálogo foi franco, o presidente Lula deixou claro que a motivação utilizada pelos Estados Unidos para impor a elevação de tarifas para o restante do mundo não se aplica ao Brasil por conta do superávit da balança comercial para os Estados Unidos”, afirmou.

Rosa ressaltou ainda o papel estratégico do país na região. “O Brasil tem um papel muito importante na América do Sul, por isso também nos colocamos à disposição para colaborar com os Estados Unidos nos outros temas que possam ser pertinentes.”

Durante o encontro, Lula também mencionou a Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções a autoridades estrangeiras. Segundo o presidente, a aplicação da lei em relação a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro é “injusta”, uma vez que “respeitou-se o devido processo legal e não houve nenhuma perseguição”.

A reunião contou com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio; do secretário do Tesouro, Scott Bessent; e do representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer.





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Explosão de recuperações judiciais expõe crise


O agronegócio brasileiro enfrenta um momento de forte tensão financeira. De acordo com dados da Serasa Experian e de institutos de análise jurídica, os pedidos de recuperação judicial de produtores rurais somaram 700 apenas no primeiro semestre de 2025, um aumento de 45% em relação ao mesmo período de 2024.

O primeiro trimestre já havia sinalizado o agravamento da crise, com 389 pedidos — alta de 44,6% frente a 2024 e de 21,5% em relação ao fim do ano anterior. O avanço é resultado de fatores como o aumento dos custos de insumos, juros elevados, eventos climáticos extremos e a desvalorização das commodities, que comprometeram a liquidez das operações e pressionaram as margens de lucro.

“O modelo de expansão agrícola baseado em crédito e alavancagem, sem o devido preparo técnico e jurídico, criou uma armadilha para muitos produtores. O que parecia um ciclo de prosperidade se converteu rapidamente em uma crise de liquidez”, afirma Rodrigo Totino, advogado e sócio do escritório Tríade Administração Judicial.

O endividamento crescente se reflete na inadimplência. Dados do Banco do Brasil indicam que 3,49% da carteira agrícola estava inadimplente no segundo trimestre de 2025 — recorde histórico, frente a 2,45% em 2024 e 0,96% em 2023. Embora muitos produtores ainda tentem renegociar dívidas antes de recorrer à Justiça, a recuperação judicial tem se tornado a principal alternativa para manter as atividades.

A crise é mais visível no Norte e no norte do Mato Grosso, regiões que passaram da pecuária para o cultivo de grãos, exigindo investimentos altos e garantias frágeis. A queda dos preços das commodities e a instabilidade cambial ampliaram a vulnerabilidade dos produtores, reforçando a necessidade de reorganização financeira e gestão mais profissional no campo.  

“Ela não é sinônimo de falência, mas de reorganização. Ao entrar em RJ, o produtor é obrigado a se profissionalizar, estruturar seu modelo de negócio e renegociar com os credores. É um processo que, embora doloroso, pode representar um recomeço sólido e sustentável”, conclui.

 





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