domingo, julho 27, 2025

Autor: Redação

News

Formigas na lavoura: vilãs ou aliadas?



Quando se fala em formigas na lavoura, muitos produtores logo associam à perda de produtividade. E com razão: espécies como saúvas e quenquéns são conhecidas por causar desfolhamento severo, comprometendo a saúde e o desenvolvimento das plantas. No entanto, nem todas as formigas representam risco. Algumas exercem funções ecológicas fundamentais, sendo até indicadoras da saúde ambiental.

Quem explica esse cenário é a bióloga Ana Eugênia de Carvalho Campos, especialista em insetos sociais. Segundo ela, o primeiro passo é entender que formigas são insetos altamente organizados, com funções complexas dentro do ecossistema.

“Se a gente retirasse formigas e cupins da floresta amazônica, ela colapsaria”, afirma.

Quais espécies causam prejuízo à lavoura?

As vilãs: cortadeiras

As principais inimigas do agricultor são as formigas cortadeiras, dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns). Elas cortam folhas e as transportam para o ninho para cultivar fungos que servem de alimento para a colônia. Esse comportamento pode comprometer toda uma área produtiva se não for monitorado e controlado adequadamente.

Além disso, certas espécies de formigas mantêm uma relação simbiótica com pragas como pulgões e cochonilhas, protegendo esses insetos em troca de substâncias açucaradas que eles produzem. Isso indiretamente agrava o problema fitossanitário.

Estratégias eficazes de controle

Para lidar com as formigas problemáticas, a bióloga destaca a importância do manejo integrado de pragas (MIP). Ações como:

  • Monitoramento pré-plantio para localizar e controlar ninhos;
  • Uso de barreiras físicas nas plantas, impedindo a escalada das cortadeiras;
  • Aplicação localizada de iscas formicidas;
  • Adoção de produtos biológicos e químicos com responsabilidade;
  • Manutenção de áreas com vegetação nativa nas entrelinhas do cultivo.

Essas práticas promovem resiliência no agroecossistema, diminuindo a dependência de produtos químicos e reduzindo impactos ambientais.

Formigas benéficas: por que preservá-las?

Segundo dados da literatura científica, o Brasil abriga cerca de 2.500 espécies de formigas, sendo a maioria benéfica ao solo e à biodiversidade. Elas ajudam a:

  • Arejar o solo, promovendo a infiltração da água;
  • Incorporar matéria orgânica e nutrientes;
  • Controlar populações de outros insetos;
  • Dispersar sementes, favorecendo a regeneração vegetal.

Em regiões semiáridas, por exemplo, há registros de que certas plantas só germinam após passarem pelo trato das formigas, o que demonstra seu papel insubstituível.

Bioindicadoras de sustentabilidade

As formigas também têm se mostrado excelentes bioindicadoras de mudanças climáticas e degradação ambiental. Quando há desequilíbrio em determinada área, a comunidade de formigas se transforma: espécies mais sensíveis desaparecem, e outras mais resistentes ocupam o espaço.

Por isso, projetos de restauração ecológica já utilizam o monitoramento de formigas como métrica de sucesso, inclusive em áreas de mineração e reflorestamento.

A especialista Ana Eugênia falou sobre esse tema e muito mais no programa A Protagonista, em uma conversa com Jaqueline Silva. Com base em sua experiência no estudo de formigas e no manejo sustentável no agro, ela trouxe reflexões valiosas sobre o equilíbrio ecológico nas lavouras. Acompanhe a entrevista completa e entenda por que conhecer melhor esses insetos pode transformar sua produção.



Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Carga limpa no sorgo pode elevar rentabilidade



A tecnologia tem sido grande aliada nesse processo



A tecnologia tem sido grande aliada nesse processo
A tecnologia tem sido grande aliada nesse processo – Foto: Divulgação

A busca por maior qualidade na produção de sorgo tem se tornado estratégica para o produtor rural, que deseja aliar rentabilidade e competitividade. A colheita com “carga limpa”, livre de impurezas como palha, sementes daninhas e terra, permite melhor aproveitamento dos grãos e redução de custos com secagem, armazenamento e transporte. Além disso, cargas mais limpas evitam descontos nos armazéns e podem elevar em até 10% o valor final recebido.

A tecnologia tem sido grande aliada nesse processo. A Advanta Seeds, por exemplo, desenvolveu a tecnologia Igrowth, a primeira solução não transgênica voltada ao cultivo de sorgo com tolerância a herbicidas da família das imidazolinonas. Essa inovação, criada por mutagênese, permite controle mais eficaz das plantas daninhas, contribuindo para uma lavoura mais limpa e produtiva, além de facilitar a colheita mecanizada.

Segundo Pedro Lima, engenheiro agrônomo e gerente de marketing da Advanta Seeds, o uso de híbridos com essa tecnologia assegura grãos mais puros, melhora o rendimento operacional e proporciona precocidade e tolerância ao acamamento. A prática da carga limpa, porém, depende de todo um sistema: do planejamento de plantio ao treinamento da equipe.

“Com essa inovação, o produtor tem mais liberdade no controle de plantas daninhas, que são grandes vilãs na hora da colheita, contribuindo para cargas sujas e perdas de produtividade”, destacou.

Com a perspectiva de exportações de sorgo para mercados exigentes como a China, o produtor precisará redobrar os cuidados no campo. Um dos pontos críticos é o controle do Sorgo Halepense (Sorghum halepense), planta daninha proibida no comércio internacional por seus impactos agronômicos e ambientais. A presença dessa invasora pode comprometer a comercialização, inclusive com risco de devolução de cargas.

 





Source link

News

Você viu? Fábrica dá férias coletivas a 640 funcionários por causa de tarifas dos EUA



Fabricante de produtos à base de madeira, como guarnições e molduras, a indústria Millpar decidiu dar férias coletivas de 15 dias a 640 funcionários da unidade de Guarapuava, na região dentral do Paraná. Essa notícia ficou entre as reportagens mais lidas do Canal Rural nesta semana.

A assessoria de imprensa da companhia destaca que a produção é direcionada para exportação, sendo o mercado norte-americano o maior consumidor.

De acordo com a comunicação, devido à tarifa de 50% imposta às exportações brasileiras aos Estados Unidos, os ajustes na produção são “medidas estratégicas para preservar a companhia e garantir o avanço sustentável de suas operações a longo prazo”.

Todos os funcionários temporariamente afastados são do setor de manufatura de produtos exportados. Segundo a assessoria, a empresa cogita estender a medida a mais trabalhadores, a depender do desenrolar da situação nos próximos dias.

Importância do setor ao Paraná

Ao todo, a Millpar possui 1.109 colaboradores divididos entre as unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu, no centro-sul paranaense. Contudo, segundo a assessoria de imprensa, a medida foi aplicada, inicialmente, apenas na primeira planta, atingindo 57,7% dos trabalhadores.

A Millpar produz itens à base de madeira, como molduras, rodapés, forros, painéis para embalagens, componentes para escadas, janelas e móveis, entre outros itens.

Reportagem do G1 também enfatiza que estimativas da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) mostram que o Paraná é um dos principais exportadores de produtos de madeira para os Estados Unidos.

No estado, o setor madeireiro gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, considerando os trabalhadores florestais e os que atuam em indústrias do segmento.

De acordo com a Apre, em 2024 o Paraná exportou mais de US$ 627 milhões em produtos florestais, como molduras de madeira, paineis compensados, madeira cerrada e diferentes tipos de celulose.



Source link

News

Venezuela deve começar a cobrar tarifas de 77% sobre produtos do Brasil



Em um comunicado surpresa nessa sexta-feira (25), a Venezuela anunciou que passará a cobrar tarifas aduaneiras de 77% sobre produtos brasileiros.

A sobretaxa atinge, principalmente, o óleo e o grão de soja vendidos ao país vizinho, mas também margarina, farinha, cacau, cana-de-açúcar e produtos lácteos e afeta, sobretudo, os exportadores que escoam esses produtos por Roraima.

Desta forma, a medida atinge bens com certificados de origem que, conforme acordos firmados anteriormente, deveriam estar isentos de alíquotas de importação.

A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) foi informada que a cobrança também atingiu Argentina, Paraguai e Uruguai, os demais sócios do Mercosul.

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud lembra que a Venezuela está suspensa do bloco desde 2017 por descumprimento de normas democráticas acordadas entre os membros.

“Portanto, não tem legitimidade para manipular regras comerciais em nome do bloco regional. Mesmo assim, continuava usufruindo de benefícios tarifários com base no Acordo de Complementação Econômica (ACE-69), do qual agora também desvirtua os termos”, destaca.

Em 2024, o Brasil alcançou superávit de quase US$ 778 milhões com o país vizinho, o equivalente a R$ 4,3 bilhões com o país vizinho.

Em entrevista à CBN, o assessor econômico da Fier Fábio Martinez afirmou que a cobrança de taxas extras pode inviabilizar investimentos na região.

“A Federação da Indústria ainda não fez o cálculo. A gente tem ali em torno de 70% das nossas exportações que vão para Venezuela. Então teremos algum impacto considerável, mas a gente está esperando para verificar de fato se essa tarifa foi uma coisa definitiva por parte do governo venezuelano ou só transitória. Claro que o foco principal dessa indústria está na Guiana e no Caribe, mas o mercado venezuelano é muito importante para a gente e se a gente tiver de fato essa incidência dessa taxa, isso acaba inviabilizando talvez novos projetos de indústria que foquem no mercado venezuelano”, ressaltou.

De acordo com a federação, os produtos comercializados para a Venezuela já sofriam uma cobrança de 17%. Agora, no caso da soja, que é o item mais exportado, a cobrança extra será de até 77%.

A Fier ainda aguarda um posicionamento das autoridades venezuelanas para identificar as causas da cobrança das tarifas.

A dívida da Venezuela com o Brasil é, atualmente, superior a R$ 9 bilhões por conta de financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros mecanismos.

“Ainda assim, escolhe hostilizar o único país que lhe estendeu apoio político contínuo nas últimas décadas. O presidente Lula sempre defendeu o diálogo com Caracas e, em diversos momentos, usou o prestígio diplomático brasileiro para blindar o regime de Nicolás Maduro em fóruns internacionais”, ressalta Daoud.

Para ele, a medida tarifária venezuelana é uma tentativa desesperada de proteger seu mercado interno, marcado por hiperinflação e desabastecimento crônico. “Em vez de fortalecer laços com os poucos países que ainda lhe estendem a mão, Maduro decide punir o Brasil, prejudicando diretamente pequenos e médios produtores brasileiros da fronteira.”

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que tem acompanhado, em coordenação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, os relatos sobre dificuldades enfrentadas por exportadores brasileiros na Venezuela.

Contudo, a nota do Itamaraty não faz menção a tarifas impostas pelo governo de Nicolás Maduro porque ainda não há uma confirmação oficial do governo venezuelano de imposição das tarifas ao Brasil.



Source link

News

Zé Mineiro ensina 5 lições valiosas de vida e trabalho



A história de José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, é uma verdadeira aula de empreendedorismo com alma rural. Fundador da JBS, da Friboi e da holding J&F, ele construiu um império a partir de decisões simples, mas corajosas, movidas pela fé no trabalho e no poder da família.

Em um episódio do Memórias do Brasil Rural, exibido no Canal Rural (assista abaixo), Zé compartilhou momentos marcantes da sua trajetória, desde a infância em Minas Gerais até as negociações que mudaram o rumo da indústria da carne no Brasil. A seguir, reunimos cinco lições valiosas que sua trajetória pode ensinar a qualquer pessoa que acredita no agro como caminho de vida.

1. Visão de futuro é a base de grandes decisões

Ainda jovem, Zé Mineiro viu o pai tomar uma decisão ousada: deixar Minas Gerais e seguir rumo ao sertão de Goiás em busca de oportunidades. Essa coragem de mudar o rumo da vida pela esperança de algo maior se tornaria marca registrada do empreendedor.

“O futuro era muito pouco ali. Meu pai falou: ‘Vamos pro sertão’. E fomos.”

2. Conhecimento vem da prática e da curiosidade

O início da trajetória no comércio de gado evidenciou uma limitação: não sabiam pesar boi. A solução? Abriram um açougue para aprender. A atitude mostra que, mais importante do que saber tudo, é ter humildade para aprender e buscar soluções.

“Agora nós tamo trabalhando com uma mercadoria que vale quanto pesa… e não tem uma mínima ideia de peso. O único jeito é montar um açougue.”

Leia também: Ele construiu um império na pecuária; aprenda com José Humberto

3. Trabalhar duro não é opção, é o caminho

Ao enfrentar uma peste suína em seu rebanho, Zé Mineiro passou três dias e três noites sem dormir, derretendo banha para salvar parte da produção. A história é um exemplo claro de que persistência e trabalho são indispensáveis quando os desafios surgem.

“Eu fiquei três dias e três noites sem dormir. Não podia parar nem um minuto.”

4. União familiar e simplicidade são pilares duradouros

Zé Mineiro atribui boa parte de sua trajetória ao ambiente familiar unido e à simplicidade no viver e no liderar. Sem ostentação e com muito respeito pelo próximo, ele fez da humildade uma força.

“Eu sou muito humano, a família toda é muito unida. Eu não tenho um inimigo na minha vida.”

5. Fé, crédito e planejamento: a fórmula do progresso

Zé Mineiro destaca a importância do crédito e da ajuda certa para impulsionar quem está no campo. Segundo ele, o produtor precisa de incentivo real para prosperar, e fé para continuar fazendo sua parte todos os dias.

“Trabalhando, Deus ajuda todo mundo igual. Mas você tem que fazer a sua parte bem feita.”

A trajetória de Zé Mineiro prova que grandes conquistas nascem da soma entre trabalho duro, visão de futuro e valores bem firmados. Mais do que construir uma das maiores empresas do agronegócio mundial, ele deixou um legado de humildade, persistência e respeito pelas origens. Suas palavras inspiram não apenas quem está no campo, mas todos que acreditam na força de uma vida simples, bem vivida e guiada pelo propósito.

Confira o episódio do Memórias do Brasil Rural em que Zé Mineiro conta a história da JBS e da Ffriboi



Source link

News

Venezuela deve começar a cobrar 77% de tarifas sobre produtos do Brasil



Em um comunicado surpresa nessa sexta-feira (25), a Venezuela anunciou que passará a cobrar tarifas aduaneiras de 77% sobre produtos brasileiros.

A sobretaxa atinge, principalmente, o óleo e o grão de soja vendidos ao país vizinho, mas também margarina, farinha, cacau, cana-de-açúcar e produtos lácteos e afeta, sobretudo, os exportadores que escoam esses produtos por Roraima.

Desta forma, a medida atinge bens com certificados de origem que, conforme acordos firmados anteriormente, deveriam estar isentos de alíquotas de importação.

A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) foi informada que a cobrança também atingiu Argentina, Paraguai e Uruguai, os demais sócios do Mercosul.

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud lembra que a Venezuela está suspensa do bloco desde 2017 por descumprimento de normas democráticas acordadas entre os membros.

“Portanto, não tem legitimidade para manipular regras comerciais em nome do bloco regional. Mesmo assim, continuava usufruindo de benefícios tarifários com base no Acordo de Complementação Econômica (ACE-69), do qual agora também desvirtua os termos”, destaca.

Em 2024, o Brasil alcançou superávit de quase US$ 778 milhões com o país vizinho, o equivalente a R$ 4,3 bilhões com o país vizinho.

Em entrevista à CBN, o assessor econômico da Fier Fábio Martinez afirmou que a cobrança de taxas extras pode inviabilizar investimentos na região.

“A Federação da Indústria ainda não fez o cálculo. A gente tem ali em torno de 70% das nossas exportações que vão para Venezuela. Então teremos algum impacto considerável, mas a gente está esperando para verificar de fato se essa tarifa foi uma coisa definitiva por parte do governo venezuelano ou só transitória. Claro que o foco principal dessa indústria está na Guiana e no Caribe, mas o mercado venezuelano é muito importante para a gente e se a gente tiver de fato essa incidência dessa taxa, isso acaba inviabilizando talvez novos projetos de indústria que foquem no mercado venezuelano”, ressaltou.

De acordo com a federação, os produtos comercializados para a Venezuela já sofriam uma cobrança de 17%. Agora, no caso da soja, que é o item mais exportado, a cobrança extra será de até 77%.

A Fier ainda aguarda um posicionamento das autoridades venezuelanas para identificar as causas da cobrança das tarifas.

A dívida da Venezuela com o Brasil é, atualmente, superior a R$ 9 bilhões por conta de financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros mecanismos.

“Ainda assim, escolhe hostilizar o único país que lhe estendeu apoio político contínuo nas últimas décadas. O presidente Lula sempre defendeu o diálogo com Caracas e, em diversos momentos, usou o prestígio diplomático brasileiro para blindar o regime de Nicolás Maduro em fóruns internacionais”, ressalta Daoud.

Para ele, a medida tarifária venezuelana é uma tentativa desesperada de proteger seu mercado interno, marcado por hiperinflação e desabastecimento crônico. “Em vez de fortalecer laços com os poucos países que ainda lhe estendem a mão, Maduro decide punir o Brasil, prejudicando diretamente pequenos e médios produtores brasileiros da fronteira.”

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que tem acompanhado, em coordenação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, os relatos sobre dificuldades enfrentadas por exportadores brasileiros na Venezuela.

Contudo, a nota do Itamaraty não faz menção a tarifas impostas pelo governo de Nicolás Maduro porque ainda não há uma confirmação oficial do governo venezuelano de imposição das tarifas ao Brasil.



Source link

News

Aplicativo ajuda a reduzir o uso de defensivos nas lavouras



De olho no smartphone, produtores de algodão e soja do oeste da Bahia podem diminuir o uso de defensivos, reduzindo o custo de produção e o risco de danos ao meio ambiente. Na tela do celular, ou do computador, uma ferramenta mostra quando é realmente necessário aplicar produtos na lavoura, combinando dados climáticos e estatísticas de ocorrência de duas ameaças às culturas: a mancha-da-ramulária do algodoeiro e a ferrugem-asiática da soja.

Desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), a ferramenta funciona por meio de um aplicativo e de uma plataforma online. Chamada de MonitoraOeste, a tecnologia inicialmente contemplava apenas informações sobre as duas doenças causadas por fungos, cujos prejuízos às lavouras podem superar 75%. Depois, passou a reunir informações também sobre a principal praga da cotonicultura, o bicudo, capaz de reduzir as colheitas em até 87%.

A Abapa monitora a presença das três doenças no campo, inclusive por meio de armadilhas. Todos os dados desses levantamentos são inseridos no MonitoraOeste, o que permite ao produtor visualizar rapidamente, no celular, como está o nível de ocorrência das doenças e do bicudo em sua localidade.

O sistema também gera notificações de cada nova ocorrência registrada e reúne dados de estações meteorológicas instaladas na região. Com essas informações, a tecnologia usa um modelo matemático que as analisa e gera mapas de favorabilidade. Eles indicam, em tempo real, se há probabilidade de as doenças surgirem e se desenvolverem a cada período.

Os dados permitem aos produtores decidir quando aplicar ou não defensivos, a partir das condições locais. O pesquisador da Embrapa Territorial (SP) Julio Cesar Bogiani afirma que três fatores são necessários para a proliferação de doenças nas lavouras: presença do agente causador, dos hospedeiros (as plantas) e condições climáticas favoráveis.

O que o MonitoraOeste faz é reunir dados e transformá-los em informações sobre essas condições para mostrar quando o ambiente está mais propício ao desenvolvimento das doenças. Assim, ajuda o produtor a tomada de decisões.

Sem essas informações, os agricultores acabam adotando um calendário fixo definido pelos fabricantes dos defensivos. Com os índices de favorabilidade fornecidos pelo aplicativo, eles conseguem fazer aplicações de forma mais racional.

Em anos com baixa probabilidade de ocorrência das doenças, podem reduzir uma, duas ou mais aplicações, mantendo a eficiência do controle fitossanitário, detalha o pesquisador. Bogiani ainda chama a atenção para a disponibilização de dados em tempo real, característica fundamental do MonitoraOeste para a assertividade na decisão do produtor.

O MonitoraOeste pode ser utilizado gratuitamente por agricultores da região. “Estamos levando essa funcionalidade do aplicativo para todos da cadeia produtiva, mostrando que eles devem baixar para consultar a qualquer momento”, anuncia o gerente do programa fitossaniário da Abapa, Antônio Carlos Araújo.

Ele destaca a utilidade de ter, na palma da mão, mapas como o da ocorrência do bicudo do algodoeiro, para saber quando agir, evitando prejuízos, seja uma infestação da lavoura por falta de ação quando necessário seja pelo desperdício de produtos aplicados em momento inadequado.

Há outros benefícios também como o aumento da produtividade e a redução do potencial de resistência dos fungos causadores das doenças aos fungicidas. Técnicos da Abapa, ouvidos pela Embrapa no processo de avaliação do impacto da tecnologia, enfatizaram a contribuição dela para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e para a conservação de habitats e recursos genéticos. Assim, a redução no número de aplicações de defensivos reduz o uso de maquinários movidos a combustíveis fósseis e reduz o risco de contaminação de ambientes e pessoas.

A pesquisadora da Embrapa Celina Maki Takemura destaca a rede de pessoas envolvidas como ponto forte do produto. “Produtores, técnicos, pesquisadores e instituições trocando informação, ajudando-se mutuamente e mantendo o sistema funcionando. Essa colaboração constante é o que mantém a ferramenta viva e relevante. Não é só um aplicativo — é um esforço coletivo”, observa. “O projeto nasceu de uma demanda real do campo e continua sendo construído junto com quem usa. Isso faz diferença”, complementa a cientista.

“Ficou evidente a importância que os técnicos entrevistados atribuem ao sistema”, avalia o pesquisador Juan Diego Ferelli de Souza, da área de Transferência de Tecnologias da Embrapa Territorial. “O relatório de avaliação de impactos do Monitora Oeste demonstra a importância de soluções práticas e confiáveis para auxiliar os produtores rurais, apoiando o processo de tomada de decisões e contribuindo para o aumento da produtividade e para a redução dos custos e dos riscos da produção”.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo



Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Importações de fertilizantes crescem 9,29% no primeiro semestre



Paranaguá lidera entrada de fertilizantes no Brasil




Foto: Canva

As importações brasileiras de fertilizantes totalizaram 19,41 milhões de toneladas entre janeiro e junho de 2025, volume 9,29% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Os dados constam da edição de julho do Boletim Logístico, divulgado nesta quarta-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base em informações da plataforma Comex Stat.

Segundo a Conab, o cenário de alta nas importações ocorre apesar da volatilidade nos preços e das restrições na oferta global, impulsionado por uma demanda constante do agronegócio. “A procura por insumos agrícolas segue em expansão, especialmente em países como o Brasil, onde o setor produtivo se antecipa à safra 2025/26 com projeções positivas de produção”, informou a Companhia.

Os portos brasileiros acompanharam esse crescimento. Em Paranaguá, as entradas somaram 5,14 milhões de toneladas no primeiro semestre, ante 4,32 milhões em igual período de 2024. Pelo Arco Norte, foram movimentadas 3,75 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 3,65 milhões do ano anterior. Já no Porto de Santos, as importações totalizaram 2,82 milhões de toneladas, em comparação com 3,38 milhões no mesmo intervalo de 2024.

A Conab avalia que o aumento das importações reflete o otimismo do setor agrícola diante das expectativas de mais uma safra recorde, apesar dos desafios impostos pelo cenário geopolítico global.





Source link

News

Avicultura familiar une gerações e impulsiona novos investimentos em São Paulo


Uma decisão familiar transformou a rotina de Flávio Biglia e seus dois filhos. Natural de Campinas (SP) e com carreira consolidada no Direito, ele decidiu investir na avicultura familiar após conhecer de perto o funcionamento de um aviário no interior paulista. A ideia inicial era adquirir uma fazenda com seringueira, mas um contato com um produtor amigo mudou o rumo da história.

“O modelo de negócio me chamou atenção: pouco uso de mão de obra, alta tecnologia e retorno interessante. Foi aí que tudo começou”, conta Flávio.

Com o aval da empresa integradora, a JBS/Seara, e apoio de uma construtora especializada, o projeto saiu do papel. Em março de 2024 começaram as obras dos primeiros dois aviários — e o primeiro alojamento aconteceu apenas quatro dias antes da visita da equipe de reportagem do Interligados – Vida no Campo

Vida no Campo: Toda sexta-feira, às 11h30 da manhã, tem episódio novo no Interligados

Do escritório para o campo: filhos assumem o protagonismo

A grande virada veio com a decisão de envolver os filhos, ambos com experiência internacional.

“Se não fosse por eles, eu não teria começado. Hoje tenho 60 anos e quero desacelerar. A ideia é que eles toquem o projeto com autonomia”, explica.

Avicultura familiar da Família Biglia transforma rotina de família em SP | Canal Rural
Avicultura familiar transforma rotina de família em SP | Canal Rural

Com entusiasmo e espírito empreendedor, os irmãos acompanham de perto cada detalhe da produção, da construção ao manejo, e já planejam o futuro: mais dois aviários devem ser finalizados até setembro de 2025. E há espaço para crescer: a propriedade tem potencial para novos núcleos.

Tecnologia, retorno e sucessão como pilares da nova fase

A família escolheu uma estrutura moderna e totalmente automatizada. O uso de sensores, controle remoto por Wi-Fi e ambientes climatizados permite uma gestão eficiente e menos dependente de mão de obra intensiva. Isso, segundo eles, favorece a sucessão familiar no campo.

“Antes, muitos jovens saíam da zona rural. Hoje, com tecnologia e estrutura, querem ficar e empreender”, destaca a filha, Flávia Biglia.

A parceria com a JBS também foi decisiva para iniciar o investimento com segurança. A empresa oferece suporte técnico, insumos, acompanhamento semanal e orientação constante aos produtores.

“Mesmo sem experiência, conseguimos começar com confiança. A empresa esteve presente desde o início. Isso faz toda a diferença”, diz Flávio.

Visão de futuro e propósito na produção de alimentos

O sentimento de pertencimento ao campo e o orgulho de produzir alimentos são combustíveis para os próximos passos. A família se reconhece como parte do agronegócio brasileiro e já se vê contribuindo com uma cadeia essencial: a produção de proteína acessível e de qualidade.

“Saber que estamos ajudando a colocar alimento na mesa das pessoas é gratificante. Esse primeiro lote vai nos ensinar muito — e queremos aprender sempre mais”, afirma a filha.

Para quem pensa em investir na avicultura, Flávio é direto:

“Entre. Pesquise, participe de feiras, converse com produtores e vá atrás de boas parcerias. Vale a pena. O retorno é real e o campo pode surpreender.”

Faça parte da nossa comunidade no WhatsApp!
Entre no grupo do Interligados e fique por dentro de notícias, dicas técnicas e novidades das cadeias de aves e suínos, além de acompanhar o dia a dia no campo. É rápido, fácil e cheio de conteúdos especiais! 🧡 🔗 Clique aqui e junte-se a nós.



Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Produção de mandioca sofre com podridões



Mandioca tem preços baixos entre R$ 20 e R$ 25




Foto: Canva

A colheita da mandioca segue em andamento nas principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul, com destaque para Santa Rosa e Soledade. As informações constam do Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (24) pela Emater/RS-Ascar.

Na região de Santa Rosa, os trabalhos já atingem cerca de 80% das áreas cultivadas. Segundo a Emater, o excesso de chuvas nos meses anteriores comprometeu parte da produção. “Houve registro de podridões e manchas nas raízes, o que dificultou o descascamento e afetou a qualidade e o cozimento da mandioca”, informaram os técnicos. Em municípios como Garruchos, não há, até o momento, sinais de preparo de novas áreas para o cultivo.

Na região administrativa de Soledade, a colheita ocorre de forma contínua, com destaque para os municípios de Venâncio Aires, Mato Leitão, Ibarama, Vera Cruz e Santa Cruz do Sul. Apesar do ritmo de trabalho, os preços seguem em baixa nesta safra, oscilando entre R$ 20,00 e R$ 25,00 por caixa de 22 kg.

Em São Sebastião do Caí, na região de Lajeado, a Emater aponta que a produtividade das lavouras superou as expectativas, embora a comercialização da raiz esteja limitada diante do cenário atual.





Source link