sábado, julho 26, 2025
News

Brasil pode liderar nova revolução energética


O petróleo foi o combustível do século 20. Agora, o motor do futuro será movido por metais invisíveis ao olhar comum, mas essenciais à nova economia mundial: os chamados metais das terras raras. Eles estão presentes em praticamente tudo que envolve tecnologia limpa e digital, de turbinas eólicas a carros elétricos, passando por baterias, painéis solares e até mísseis e satélites.

Mas a chave para essa nova era não é só o mineral. É também a fonte de energia.
E é aqui que entra a transição energética, liderada por fontes renováveis como o sol, o vento, a biomassa e o hidrogênio verde.

O que poucos se dão conta é que o Brasil é um dos únicos países do mundo com potencial real de dominar essas duas frentes ao mesmo tempo.

O que o Brasil tem?

  • Reservas importantes de terras raras, ainda pouco exploradas, principalmente no Norte e Nordeste.
  • Uma matriz energética limpa, com mais de 80% da eletricidade vinda de fontes renováveis.
  • Capacidade agrícola e biomassa, que o posicionam para liderar a produção de hidrogênio verde.
  • Tecnologia, mão de obra e base industrial que podem ser ativadas com estímulo e coordenação.

Ou seja: o Brasil pode ser fornecedor, desenvolvedor e consumidor das soluções do futuro.

Países como China, EUA e União Europeia já entenderam essa lógica. A disputa geopolítica pelas terras raras está em curso, com governos investindo bilhões para garantir cadeias de suprimento seguras. Ao mesmo tempo, a corrida por energia limpa acelera com metas climáticas ambiciosas até 2030 e 2050.

Se o Brasil seguir apenas exportando minério bruto, ficará preso à velha lógica colonial: fornecendo insumo barato e comprando a tecnologia cara.

Mas se assumir seu papel como potência mineral e energética, pode se tornar protagonista global — com autonomia, soberania e valor agregado.

O que falta?

  • Um plano nacional de terras raras, com foco em pesquisa, beneficiamento e agregação de valor.
  • Parcerias público-privadas para integrar ciência, indústria e setor energético.
  • Uma estratégia de segurança energética e soberania tecnológica.
  • E, acima de tudo, visão de longo prazo e vontade política.

O mundo caminha para uma economia de baixo carbono e alta tecnologia. Os pilares dessa nova era são claros: metais estratégicos e energia limpa. O Brasil é um dos poucos países com as duas chaves nas mãos.

A pergunta que fica é simples, mas poderosa: vamos entregar essas chaves ou usá-las para abrir o nosso próprio futuro?

Miguel Daoud

*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural


Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *