Cuidado com as vacas na seca garante mais bezerros saudáveis na próxima estação
Durante a seca, o olhar atento do pecuarista sobre o rebanho pode ser a diferença entre uma estação de monta produtiva ou prejuízo na próxima safra de bezerros. A saúde reprodutiva das vacas no inverno, especialmente no terço final da gestação, exige atenção redobrada. Para um planejamento sanitário eficaz e para garantir a saúde reprodutiva do seu rebanho, assista à entrevista completa abaixo!
O programa Giro do Boi desta segunda-feira (7) trouxe uma entrevista esclarecedora com o médico-veterinário Thiago Pantoja, assistente técnico da Zoetis, que deu um panorama completo sobre os cuidados essenciais nesse período crítico.
O desafio da seca para vacas prenhes
O inverno tem castigado o Mato Grosso do Sul com geadas e pastagens secas, reduzindo a oferta de nutrientes justamente no momento em que a maioria das fazendas está com vacas prenhes.
A perda de escore corporal nessa fase pode comprometer não só a parição como também a reconcepção para a próxima estação de monta, que se inicia na primavera.
“É fundamental que as vacas cheguem ao parto com boa condição corporal. Isso facilita a reconcepção e aumenta as chances de emprenhar cedo na estação seguinte”, alertou Pantoja.
Vacinação e vermifugação na reta final da gestação


Entre as recomendações sanitárias mais importantes, o veterinário destacou a vacinação contra leptospirose, IBR e BVD, que previnem perdas gestacionais no terço final da prenhez.
Outro ponto crucial é a vermifugação estratégica, aplicada quando necessário para garantir a sanidade intestinal e a absorção de nutrientes.
Pantoja também ressaltou o papel do manejo racional, ou seja, cuidar da vacada com tranquilidade, evitando estresse e gritaria durante os procedimentos.
“A vacina não causa aborto, mas o manejo incorreto pode provocar perda de prenhez. O bem-estar animal é prioridade.”
Logo após o nascimento, é essencial garantir que o bezerro mame o colostro, rico em anticorpos que protegem contra infecções nos primeiros dias de vida. O tratamento do umbigo com iodo ou produtos específicos, como o Umbicura, também é indispensável.
IATF como estratégia para mais bezerros do cedo


A partir do terceiro ou quarto mês pós-parto, as vacas entram em recuperação hormonal. Nesse momento, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) se torna uma aliada poderosa.
A técnica concentra os partos, aumenta o número de bezerros do cedo – que são mais pesados na desmama e mais valiosos no mercado – e melhora os índices de fertilidade.
A Zoetis, referência em biotecnologia reprodutiva, oferece protocolos adaptáveis a cada realidade de fazenda. O veterinário reforçou a importância de um bom planejamento reprodutivo com orientação técnica.
“Não existe fórmula mágica. A escolha do protocolo ideal depende de escore corporal, manejo, sanidade e genética do rebanho.”
Investir em sanidade é investir no futuro da fazenda


O recado final de Thiago Pantoja é claro: quem cuida da vaca agora, garante o bezerro do futuro. A seca é um desafio, mas com planejamento, assistência veterinária e boas práticas de manejo, o produtor consegue atravessar esse período com segurança.
A semana do Giro do Boi promete mais conteúdos técnicos voltados à reprodução na seca, ajudando o produtor rural a tomar decisões mais assertivas.