quinta-feira, outubro 30, 2025

Política & Agro

AgroNewsPolítica & Agro

Avaliação Nacional de Vinhos faz história e mostra a força do vinho brasileiro em novas regiões produtoras


Três das 16 amostras mais representativas são de vinícolas fora do Rio Grande do Sul, na maior edição na história do evento marcada pela diversidade de terroirs

A 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025 reafirmou o caráter plural, diverso e em constante evolução do setor vitivinícola brasileiro. O evento, que reflete o avanço técnico e a consolidação de novas fronteiras produtivas, mostrou que o vinho do Brasil conquista cada vez mais representatividade em diferentes regiões do país. Pela primeira vez na história, três das 16 amostras mais representativas da safra são de vinícolas fora do Rio Grande do Sul, berço da vitivinicultura nacional. A presença de rótulos de São Paulo e do Distrito Federal, somada à de vinhos da Serra Gaúcha, Campanha Gaúcha e Campos de Cima da Serra –, confirma o amadurecimento e a força do vinho brasileiro em novas e tradicionais áreas produtoras, resultado de investimento técnico, conhecimento e da riqueza de terroirs espalhados pelo território nacional. 

A diversidade também se expressa nas castas: 15 variedades de uva estão entre as 16 amostras selecionadas, evidenciando a amplitude de estilos, a versatilidade dos terroirs e o potencial enológico do Brasil. As notas medianas obtidas na Degustação de Seleção, conduzida por 90 enólogos que avaliaram as amostras às cegas seguindo normas internacionais, variaram entre 90 e 95 pontos, demonstrando o alto nível de qualidade da Safra 2025.

“A Avaliação Nacional de Vinhos é a degustação do futuro porque permite ao público antecipar, com base técnica e transparência, o que o Brasil terá no mercado nos próximos meses. Este ano, o que vimos foi um retrato fiel da evolução do setor, com qualidade elevada, novas regiões se afirmando e uma pluralidade de estilos que traduzem a força e a diferenciação do vinho brasileiro. É um momento de celebração e aprendizado, que reafirma a missão da ABE de promover conhecimento e valorizar o trabalho de quem faz o vinho no país”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), enólogo Mário Lucas Ieggli.

Mais do que uma degustação, a Avaliação Nacional de Vinhos é um marco técnico e cultural do setor, consolidando-se como o maior e mais importante encontro do vinho brasileiro. É o momento em que produtores, enólogos, sommeliers, jornalistas e apreciadores de todas as regiões se reúnem para brindar a representatividade de uma safra e compreender os caminhos da vitivinicultura nacional.

Nesta edição, cerca de 800 apreciadores acompanharam a apresentação das 16 amostras mais representativas da Safra 2025, degustadas simultaneamente no Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS). O público foi conduzido por um painel de comentaristas do Brasil, da África do Sul, do Chile, da Espanha, da Itália, do México, Portugal e do Uruguai, formado por profissionais de diferentes áreas, refletindo a proposta da ABE de conectar o vinho brasileiro a públicos diversos.

Troféu Vitis 2025

Tradicionalmente, a ABE presta homenagem a personalidades que se destacam na valorização e promoção do vinho brasileiro. Nesta edição, o Troféu Vitis 2025 Amigo do Vinho Brasileiro foi concedido ao deputado estadual Guilherme Pasin, em reconhecimento ao seu compromisso com o fortalecimento do setor, à defesa de políticas públicas voltadas à vitivinicultura e à criação de iniciativas que ampliam o alcance e a visibilidade do vinho nacional. Já o Troféu Vitis 2025 Enológico foi entregue ao enólogo e ex-presidente da ABE Ademir Brandelli, cuja trajetória une técnica, pioneirismo e legado. Fundador da Vinícola Don Laurindo, Brandelli é símbolo de integridade e de dedicação à vitivinicultura, tendo contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento do Vale dos Vinhedos e para a consolidação da identidade do vinho brasileiro no país e no mundo.

AS 16 AMOSTRAS REPRESENTATIVAS E SEUS COMENTARISTAS

VINHO BASE ESPUMANTE

1. Pinot Noir – Vinícola Geisse (Pinto Bandeira/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: enólogo André Donatti (Brasil)

Nota da comentarista – 95

2. Pinot Noir – Casa Valduga (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: Guilherme Pasin (Brasil)

Nota da comentarista – 95

VINHO BRANCO NÃO AROMÁTICO

3. Riesling Itálico – Vinícola Gaio (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Jesús Enrique de Las Heras Roger (Espanha)

Nota da comentarista – 95

4. Chardonnay – Vinícola Gazzaro (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: José Arruda (Portugal)

Nota da comentarista – 94

VINHO BRANCO AROMÁTICO

5. Sauvignon Blanc – Vinícola Philosophia (São Roque/SP)

Mediana de Seleção – 92

Comentarista: Adriaan Oelofse (África do Sul)

Nota da comentarista – 94

6. Moscato Giallo – Vinícola Grutinha (Caxias do Sul/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Luigi Piva (Itália)

Nota da comentarista – 95

VINHO ROSÉ

7. Cabernet Fran – Vinhos Casacorba (Nova Roma do Sul/RS)

Mediana de Seleção – 91

Comentarista: enólogo Giovani Giotto (Brasil)

Nota da comentarista – 95

VINHO TINTO JOVEM

8. Pinot Noir – Cooperativa Vinícola Aurora (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 91

Comentarista: Heloísa Bertoli (Brasil)

Nota da comentarista – 92

9. Rebo – Vinícola Campestre (Vacaria/RS)

Mediana de Seleção – 90

Comentarista: Vittorino Novello (Itália)

Nota da comentarista – 92

VINHO TINTO

10. Marselan – Villa Triacca Hotel Vinícola & Spa (Brasília/DF)

Mediana de Seleção – 94

Comentarista: Elói Zorzetto (Brasil)

Nota da comentarista – 94

11. Cabernet Sauvignon – NOVA Vinhos e Espumantes (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Quintin Testa (México)

Nota da comentarista – 92

12. Cabernet Franc – Vinícola Don Guerino (Alto Feliz/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Julio Carlos Ziegelmann (Brasil)

Nota da comentarista – 94

13. Merlot – Vinícola Cerro de Pedra (Candiota/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Juan Alba (Brasil)

Nota da comentarista – 93

14. Tannat – Vinícola Monte Reale (Flores da Cunha/RS)

Mediana de Seleção – 93

Comentarista: Gabriela Zimmer (Uruguai)

Nota da comentarista – 93

15. Cabernet Franc/Syrah/Marselan – Vinícola Ercoara (Brasília/DF)

Mediana de Seleção – 94

Comentarista: Felipe de Solminihac (Chile)

Nota da comentarista – 94

16. Touriga Nacional/Tannat/Petit Verdot/Tempranillo/Merlot/Cabernet Sauvignon – Vinícola Miolo (Bento Gonçalves/RS)

Mediana de Seleção – 95

Comentarista: Stêvão Limana (Brasil)

Nota da comentarista – 94

A AVALIAÇÃO EM DADOS E NÚMEROS

•    O que? 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025

•    Quando? 25 de outubro de 2025

•    Onde? Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves

•    Público dia 25 de outubro – 800 apreciadores do Brasil (AM, BA, DF, ES. GO, MG, PE, PR, RJ, RS, SC e SP), Chile, Itália, Portugal e Uruguai

•    NÚMERO DE AMOSTRAS – 533

Base Espumante – 81 – 15,2%

Branco não aromático – 73 – 13,7%

Branco aromático – 55 – 10,3%

Rosé – 39 – 7,3%

Tinto jovem – 30 – 5,7%

Tinto – 255 – 47,8%

•    Vinícolas – 76

•    Estados das vinícolas – Bahia 09, Distrito Federal 23, Espírito Santo 02, Goiás 01, Minas Gerais 22, Rio de Janeiro 05, Rio Grande do Sul 446, Santa Catarina 06 e São Paulo 19

•    Degustação de Seleção – 90 enólogos

•    Serviço do Vinho – Mais de 100 alunos do Curso de Viticultura e Enologia do IFRS- BG, IFSC – Urupema; UNIPAMPA – Dom Pedrito; IFSUL – Campus Visconde da Graça; UCS – Caxias do Sul. 

•    Volume de vinhos degustado – 1.280 garrafas – 960 litros (80 garrafas por amostra)

•    Troféu Vitis 2025 – Amigo do Vinho Brasileiro – Guilherme Pasin

•    Troféu Vitis 2025 Enológico – Ademir Brandelli

•    Comentaristas: 16

Brasil

1.    André Donatti – Enólogo

2.    Elói Zorzetto – Jornalista

3.    Guilherme Pasin – Deputado estadual

4.    Heloísa Bertoli – Executiva de negócios

5.    Juan Alba – Ator e entusiasta do vinho

6.    Julio Carlos Ziegelmann – Executivo de investimentos

7.    Stêvão Limana – Jornalista e sommelier

8.    Giovani Giotto – Enólogo

África do Sul

9.    Adriaan Oelofse – Doutor em Biotecnologia do Vinho

Chile

10.    Felipe de Solminihac – Engenheiro agrônomo e enólogo

Espanha

11.    Jesús Enrique de Las Heras Roger – Engenheiro químico

Itália

12.    Luigi Piv – Engenheiro mecânico

13.    Vittorino Novello – Pós-doutor em Viticultura e Enologia 

México

14.    Quintin Testa – Mestre em Qualidade e Produtividade

Portugal

15.    José Arruda – Presidente da Associação Mundial de Enoturismo (Ametur)

Uruguai

16.    Gabriela Zimmer – Sommelière e educadora





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Solo seco e nutrição desequilibrada ameaçam o café



Na prática, o processo envolve análise química do solo, calagem, e reposição


Na prática, o processo envolve análise química do solo, calagem, reposição equilibrada de macro e micronutrientes
Na prática, o processo envolve análise química do solo, calagem, reposição equilibrada de macro e micronutrientes – Foto: Sheila Flores

A cafeicultura brasileira vive um momento de atenção. Segundo relatório da Reuters, entre 2002 e 2023, cerca de 737 mil hectares foram desmatados em áreas destinadas ao café, e em algumas regiões a umidade do solo caiu até 25%. Essa combinação de solo seco e desequilíbrio nutricional ameaça o rendimento da safra, exigindo manejo mais técnico e preciso para garantir produtividade e qualidade.

O preparo do solo com estrutura adequada e correção da acidez é essencial para que o café alcance seu potencial produtivo. A adoção de fertilizantes de alta performance e o suporte técnico especializado são hoje diferenciais estratégicos no campo, pois proporcionam maior eficiência e segurança na reposição dos nutrientes.

Na prática, o processo envolve análise química do solo, calagem, reposição equilibrada de macro e micronutrientes e o uso de fertilizantes líquidos ou solúveis, com absorção mais eficiente. Essas medidas são especialmente importantes nas fases de florescimento e formação dos grãos, quando o estresse hídrico pode reduzir o rendimento.

Com o solo bem preparado e a nutrição ajustada, a lavoura ganha resiliência mesmo sob condições climáticas adversas. Em um país que responde por mais de um terço da produção mundial de café, práticas de manejo e fertilização equilibrada deixaram de ser um diferencial e se tornaram fundamentais para manter a competitividade e a sustentabilidade do setor.

“Um solo bem preparado, com estrutura adequada, nutrientes disponíveis e correção de acidez, é condição básica para que a planta de café expresse seu potencial produtivo”, afirma Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro.

 





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Embrapa lança aplicativo e participa de painel sobre liderança feminina durante AveSui 2025



A AveSui 2005 ocorre de 28 a 30 de outubro, em Cascavel, no Paraná



Foto: Pixabay

A Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC) lança nesta semana, durante a AveSui 2025, o aplicativo EcoPiggy, que tem como objetivo fortalecer a assistência técnica remota a produtores familiares de suínos em todo o Brasil. Desenvolvido em parceria com a ManejeBem – Assessoria em Agricultura Sustentável Ltda., o aplicativo conecta em tempo real, via chat, técnicos, suinocultores, e organizações envolvidos na gestão ambiental da produção. O lançamento oficial ocorre no dia 29, às 16h30, no estande institucional da Embrapa na feira.

Além da apresentação do EcoPiggy, a Embrapa levará um pouco da sua trajetória institucional nos últimos 50 anos, com destaque especial para aplicativos e soluções tecnológicas para gerenciamento econômico, ambiental e sanitário em granjas de suínos e aves. Entre estes aplicativos, está o BiosSui, lançado em junho durante a solenidade de aniversário da instituição. Os visitantes do estande ainda poderão conferir informações sobre o Custo Fácil, Sistema de Gestão Ambiental da Suinocultura – SGAS e a Calculadora ABC+ Calc – também lançada neste ano em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa e Instituto 17.

Outro destaque da Embrapa na AveSui será a participação da pesquisadora Janice Zanella na condução do painel “Liderança Feminina: mulheres que inspiram”, no dia 28. Com ela, estarão Sula Aves, da  ABPA; Andrea Ianni, da FaBene; Eliana Renúncio, da Aurora Cop; e Betriz Orso, do Sindicato Rural de Cascavel.

A AveSui 2005 ocorre de 28 a 30 de outubro, em Cascavel, no Paraná. 





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Comissão vota na terça MP que limita custos da energia ao consumidor



O relator da MP é o senador Eduardo Braga (MDB-AM)


Foto: Pixabay

A comissão mista da medida provisória que limita o repasse de custos do setor de energia elétrica ao consumidor (MP 1304/25) deve votar o relatório final na terça-feira (28), a partir das 16 horas, na Ala Alexandre Costa, plenário 3. O relator da MP é o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

O objetivo da MP é evitar o aumento da conta de luz decorrente da contratação obrigatória de usinas termelétricas. A obrigação vigora desde 17 de junho, quando o Congresso Nacional derrubou vetos presidenciais à Lei das Offshores para devolver ao texto a prorrogação de subsídios do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a decisão poderia gerar custos adicionais de até R$ 35 bilhões por ano. Pelas regras atuais, o valor estimado seria repassado aos consumidores finais.

 





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

ABIEC leva carne bovina à Anuga 2025 na Alemanha


A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) participa na próxima semana da Anuga 2025, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do mundo, realizada de 4 a 8 de outubro no centro de exposições Koelnmesse, em Colônia, na Alemanha. A ABIEC estará presente em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), à frente do estande do projeto Brazilian Beef, vitrine da carne bovina nacional no mercado mundial.

O evento, de caráter bianual, reúne empresas, especialistas e formadores de opinião para apresentar tendências, inovações e tecnologias que estão moldando o futuro do setor. Em sua última edição, em 2023, a Anuga contou com 7,9 mil expositores de 118 países e recebeu mais de 140 mil visitantes de 200 nações, movimentando negócios estimados em US$ 530 milhões.

A ABIEC marcará presença com um estande de mais de 830 metros quadrados (Hall 6.1 – E070A), onde promove o tradicional churrasco brasileiro. Serão servidos cerca de uma tonelada de carne bovina em cortes premium, como picanha, filé mignon e bife ancho, para degustação de importadores, compradores e demais visitantes.

Este ano, o espaço contará com a participação de 28 empresas associadas, quase dez a mais do que a edição anterior, reforçando a representatividade da carne bovina brasileira no mercado internacional. Estarão presentes: Astra, Barra Mansa Alimentos, Best Beef, Better Beef, Boi Bras, Boi Brasil, Comesul, Cooperfrigu, Estrela Alimentos, Frialto, Frigol, Frigon, Frigosul, Frisa, Iguatemi, LKJ Frigorífico, Masterboi, Mercúrio Alimentos, Minerva Foods, Naturafrig, Plena, Prima Foods, Ramax, Rio Maria, RXM, Sudambeef, Supremo e Zanchetta.

A abertura oficial do estande do Brazilian Beef ocorrerá no dia 4 de outubro, por volta das 13h, com a presença de autoridades locais, representantes do governo brasileiro e lideranças empresariais. A missão contará também com a participação do Presidente da Abiec, Roberto Perosa.

Na edição anterior, a participação da ABIEC resultou em cerca de US$ 340 milhões em negócios imediatos e expectativa de US$ 2,8 bilhões nos 12 meses seguintes.

Europa como mercado estratégico

A União Europeia é um dos destinos mais tradicionais e exigentes da carne bovina brasileira. Em 2024, o bloco esteve entre os quatro maiores mercados da carne bovina do Brasil, atrás de China, Estados Unidos e Emirados Árabes, com a importação de aproximadamente 82,3 mil toneladas, que geraram receita de US$ 602 milhões. Entre janeiro e agosto de 2025, as exportações para a União Europeia somaram 69 mil toneladas, com vendas de US$ 551 milhões.

“O mercado europeu é estratégico para o Brasil, não apenas pelo volume, mas também pelo perfil de consumo, que valoriza cortes nobres e exige altos padrões de qualidade e sustentabilidade. A Anuga será uma oportunidade de mostrar a evolução da pecuária brasileira e reafirmar o compromisso do setor com a oferta de um produto seguro, sustentável e de excelência”, destaca Roberto Perosa, presidente da ABIEC.

 





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Página do programa Monitora Milho SC está de cara nova


A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é uma das principais pragas que afetam a cultura do milho. Responsável por transmitir as viroses do mosaico estriado e do raiado fino, além das bactérias dos enfezamentos pálido e vermelho, estes insetos, quando não controlados, podem causar danos severos à produção. Durante as safras de 2020/21 e 2021/22, Santa Catarina registrou perdas significativas de produção, com queda superior aos 20%. Os prejuízos foram provocados pela combinação entre os efeitos da cigarrinha e a estiagem, que impactaram diretamente as lavouras. 

Desde que o Estado experimentou um aumento populacional significativo do inseto, a Epagri tem atuado para diminuir seus efeitos e encontrar soluções mais eficientes para os produtores. Pensando nisso, surgiu em 2021 o programa Monitora milho SC, iniciativa do Comitê de Ação contra cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Ao longo de quase cinco anos, pesquisadores da Epagri produziram uma série de publicações que procuram compreender a dinâmica do inseto e desenvolver estratégias eficientes para o setor produtivo. Agora, todas essas informações estão reunidas em um único espaço, na página do programa Monitora Milho SC. Na página, basta acessar o botão ‘Contribuição da Epagri para o desenvolvimento do conhecimento sobre o patossistema da cigarrinha-do-milho’ para acessar artigos, informes técnicos, vídeos e conhecer as principais linhas de pesquisa. 

Segundo Maria Cristina Canale, pesquisadora da Epagri/Cepaf, responsável pelo Monitora Milho SC, esta é uma forma de visibilizar o trabalho desenvolvido pela Epagri e seus parceiros na investigação sobre o controle dos enfezamentos e viroses do milho. No mesmo sentido, o gerente do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), Vagner Miranda Portes, avalia que esta mudança reflete um desejo de apresentar à sociedade todo o esforço dos últimos cinco anos. “A Epagri tem se posicionado como um referência nos estudos sobre cigarrinha-do-milho e nosso objetivo é disponibilizar essas informações de forma acessível e centralizada”, diz.

Outra atualização importante é a disponibilização dos boletins informativos das semanas anteriores. Antes, os produtores tinham acesso apenas ao boletim mais recente, o que dificultava o acompanhamento da evolução do problema ao longo do tempo. Agora, os boletins anteriores ficam disponíveis em um só lugar, facilitando a consulta do histórico da safra. 

O programa Monitora Milho SC emite semanalmente, durante o período de safra, informes sobre a média estadual de cigarrinhas, monitoradas por meio de armadilhas instaladas em 55 lavouras em todas as regiões de Santa Catarina. Um dos diferenciais do programa, segundo Maria Cristina, é a realização do exame de PCR nas amostras para atestar a presença dos patógenos que causam as viroses e os enfezamentos do milho. Deste modo, os produtores conseguem acompanhar a evolução do problema e receber informações atualizadas com orientações específicas para o manejo mais adequado a cada cenário. Os produtores catarinenses encontram os boletins atualizados também no aplicativo Epagri Mob, que pode ser baixado gratuitamente em celulares Android e IOS.

 





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Plantio de soja se estende e irregularidade das chuvas preocupa produtores em todo o Mato Grosso


Mesmo com avanço em algumas regiões, a Associação dos Produtores de soja e milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) tem acompanhado com preocupação a safra 25/26 que tem enfrentado déficit hídrico, calor acima da média e chuvas mal distribuídas. Em diferentes regiões do estado, produtores relatam dificuldades na germinação e no desenvolvimento das lavouras, consequência direta da irregularidade das precipitações. O atraso também acende o alerta para o milho de segunda safra, que pode ter a janela de plantio reduzida caso o cenário climático persista.

O presidente da entidade, Lucas Costa Beber, destaca que o problema atinge diversos municípios. “Este ano a chuva realmente não está sobrando, ela tem vindo a conta-gotas. Em regiões como Sorriso, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Colíder e Campo Verde, o cenário é o mesmo, lavouras travadas e produtores interrompendo o plantio pela falta de chuva. Diferente de outros anos, quando a chuva podia até atrasar, mas depois firmava, agora ela vem, o produtor acredita que vai continuar, planta uma parte e logo precisa parar e parte dessa soja já plantada germina mal, fica com estande mal distribuído, as plantas com porte reduzido. É um ano totalmente diferente.” Segundo ele, a situação preocupa não apenas pelo impacto imediato na soja, mas também pelo efeito em cadeia sobre a próxima safra. “A partir de agora, cada dia é menos produção no milho e essa soja semeada mais tarde também tem o problema de ataque de pragas, como mosca branca, além dos impactos na produtividade”, alerta.

O presidente ainda acrescenta que os relatos vindos de várias regiões confirmam que o problema não se restringe ao atraso no plantio, mas também ao estresse hídrico nas lavouras já estabelecidas. “O relato dos produtores do estado é que, mesmo em municípios mais adiantados, como Sorriso, que na semana passada já tinha cerca de 85% da área plantada, as plantas estão sofrendo estresse hídrico e, por calor, apresentando porte reduzido, o que pode diminuir a área foliar e comprometer também a produtividade final da lavoura. Em alguns pontos do estado houve relato de replantio, apesar dos números não serem significativos, e também é importante considerar que o produtor tem que fazer a conta: onde ele realiza o plantio, há um custo aproximado de 10 sacas por hectare, além do risco de atrasar ainda mais a janela de semeadura do milho safrinha”, reforça Lucas Costa Beber.

Em Campo Verde, o delegado coordenador do núcleo, Rafael Marsaro, também confirma a dificuldade enfrentada pelos produtores. “Plantamos com a umidade das chuvas de setembro, mas depois ficamos 15 dias sem precipitação. A soja de 30 dias está com crescimento muito abaixo do esperado. O solo está seco e não retém umidade. O plantio avança, mas a produtividade está em risco. A janela do algodão já passou e a do milho começa a ficar comprometida”, relata Rafael. Para os produtores, os números oficiais de plantio não refletem a realidade do campo. Embora muitas áreas já estejam semeadas, as lavouras enfrentam condições desfavoráveis para o desenvolvimento das plantas. “Os dados mostram que a soja está plantada, mas com desenvolvimento muito aquém do esperado. Há áreas com quase um mês de plantio e crescimento limitado, outras com 15 dias ainda saindo do chão, e lavouras recém-plantadas que nem germinaram. Aqui na minha propriedade, estamos aguardando e rezando para que as chuvas previstas para a próxima semana realmente venham, porque a janela do algodão já se foi. Consegui mudar o planejamento para o milho, mas a maioria dos produtores do estado não tem essa possibilidade.

Já está ficando difícil até para o próprio milho. A produtividade da soja está comprometida”, disse o produtor Rafael Marsaro. O cenário climático desafiador se soma a outros entraves, como o alto custo de produção e o acesso restrito ao crédito, o que aumenta a pressão sobre o produtor neste início de safra. A Aprosoja Mato Grosso segue acompanhando o andamento do plantio em todas as regiões e reforça seu compromisso em representar os produtores, buscando soluções e políticas que ajudem o setor a superar os desafios deste início de safra.





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Falta de acordo EUA-China e La Niña moldam perspectivas da soja


O mercado da soja encerrou a semana com comportamento lateralizado, influenciado por fatores climáticos internos e instabilidades no cenário internacional. A análise da Grão Direto aponta que, mesmo com leve oscilação nos contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado físico brasileiro manteve-se estável, sustentado por prêmios portuários ainda elevados.

Na CBOT, o contrato para agosto de 2025 registrou leve valorização de 0,52%, fechando a US$ 9,67 por bushel. Já o vencimento para março de 2026 teve queda marginal de 0,10%, encerrando a semana a US$ 10,22 por bushel. No câmbio, o dólar recuou 1,98%, sendo cotado a R$ 5,44, apesar da alta de mais de 1% no Índice Dólar (DXY), que refletiu o movimento global em busca de ativos de segurança.

Internamente, o avanço do plantio foi favorecido pelas chuvas regulares no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso. No Sudeste, o ritmo permaneceu lento, restrito a áreas irrigadas, enquanto o Sul já sente os primeiros efeitos do La Niña, com previsão de estiagens e ondas de calor. A condição climática deve seguir como fator-chave para o desenvolvimento das lavouras nas próximas semanas.

No cenário internacional, o mercado segue atento às possíveis compras chinesas de soja norte-americana. Embora os rumores não tenham se confirmado, a expectativa gira em torno das reuniões comerciais entre Estados Unidos e China, marcadas para este fim de semana na Malásia. A falta de acordo formal pressiona os fundos especulativos a adotarem posturas mais defensivas, o que pode gerar volatilidade adicional.

Para novembro, a projeção indica possibilidade de queda nos preços na CBOT, entre US$ 9,80 e US$ 10,00 por bushel, especialmente se as condições climáticas se mantiverem favoráveis na América do Sul e não houver avanço nas negociações comerciais. Historicamente, os meses de outubro e novembro registraram recuo nos preços em 9 dos últimos 15 anos.

Com um La Niña de intensidade considerada fraca, a tendência é de produtividade nacional positiva, mas com forte variabilidade regional. A orientação técnica para os produtores é redobrar a atenção ao calendário de plantio e adotar estratégias regionais de mitigação para reduzir riscos climáticos.





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Aplicação localizada transforma o manejo de plantas daninhas


Por Danilo Neves, consultor da Smart Sensing

No coração do Cerrado brasileiro, uma prática agrícola vem ganhando força e promete transformar a forma como os produtores lidam com as plantas daninhas. Trata-se da aplicação localizada de herbicidas, tecnologia que alia eficiência no controle de invasoras à redução significativa de custos e impacto ambiental.

A técnica vem sendo estudada e aplicada em diferentes sistemas produtivos e já mostra resultados consistentes, sobretudo no período mais crítico para o manejo: a seca entre julho e setembro, quando o produtor muitas vezes acredita estar diante de uma lavoura “limpa”.

Pesquisadores chamam esse cenário de “falso limpo”: uma aparente ausência de infestação após a colheita do milho safrinha, mas que esconde a presença de plantas resistentes capazes de comprometer a safra seguinte.

Essas poucas plantas sobreviventes podem gerar uma pressão enorme sobre a soja ou o algodão, se não forem controladas a tempo.

E o impacto não é pequeno: levantamento realizado em três fazendas do Cerrado, na safra 2024/25, mostrou que os herbicidas responderam por até 37% do gasto com defensivos agrícolas, representando até 9% do custo total da lavoura.

Para driblar o falso limpo, a recomendação é fazer o manejo antecipado, logo após a colheita do milho. Com a aplicação localizada, esse processo é dividido em duas fases:

•    Dessecação generalista: primeira intervenção, voltada às espécies mais comuns, como trapoeraba, picão-preto e capim-colchão. Em Chapadão do Céu (GO), a economia chegou a 60% de herbicidas sem perda de eficácia.

•    Dessecação específica: realizada cerca de 15 dias depois, foca em plantas de difícil controle, como capim-amargoso e buva. Nesse caso, a economia ultrapassou 90% dos custos em relação ao modelo convencional de área total.

Estudos internacionais reforçam os resultados: reduções de até 77% no uso de herbicidas com a pulverização seletiva em tempo real, sem comprometer a eficiência.

Tecnologia de precisão no campo

O sucesso da técnica passa por inovações como os sensores ópticos que identificam em tempo real a clorofila das plantas vivas, acionando válvulas PWM (Pulse Width Modulation) com precisão. O sistema garante que mesmo as menores plantas emergidas sejam identificadas, sendo que essas são mais fáceis de controlar no estádio inicial de desenvolvimento

Esse controle ponto a ponto melhora a deposição do produto, reduz riscos de deriva e garante economia expressiva, e o que antes era visto como gasto adicional na seca se transforma em investimento de alto retorno.

Na prática, os números impressionam. Em 2025, em uma propriedade de 570 hectares em Goiás, o manejo antecipado custaria mais de R$ 300 por hectare em área total. Com a aplicação localizada, o valor caiu para R$ 76,44 por hectare, menos do que o equivalente a uma saca de soja.

Além da economia, a técnica entrega a lavoura limpa antes da semeadura, reduzindo a pressão de plantas resistentes e facilitando o manejo posterior.

Mais do que uma ferramenta de redução de custos, a aplicação localizada inaugura uma nova lógica de manejo de plantas daninhas no Cerrado. A seca, antes vista como inimiga, passa a ser aliada. Herbicidas já conhecidos, antes deixados de lado, podem ser ressignificados em estratégias inteligentes.

Em tempos de restrições regulatórias e aumento da resistência das plantas, a tecnologia surge não como promessa, mas como realidade no campo.

O Cerrado, palco de alguns dos maiores desafios agrícolas do país, começa a mostrar que a combinação entre ciência, tecnologia e prática de campo pode redesenhar o futuro da produção sustentável no Brasil.





Source link

AgroNewsPolítica & Agro

Municípios de MT recebem máquinas agrícolas do Promaq


Nesta sexta-feira (24), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou a entrega de 50 máquinas agrícolas para 41 municípios de Mato Grosso, no âmbito do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola, o Promaq. A iniciativa é mais um passo do Governo do Brasil em busca da modernização do setor agropecuário e do aumento da produtividade rural, promovendo o desenvolvimento local e reduzindo as desigualdades regionais.

“Esse programa é muito importante para as pequenas famílias do estado e vai ajudar especialmente o nosso município, onde nos esforçamos para oferecer uma melhor qualidade de vida ao produtor rural. Esse trator será de grande ajuda para as nossas famílias”, comemorou o prefeito de Bom Jesus do Araguaia, Marcilei Alves, ao receber a chave do trator, destacando que o município é um importante produtor de leite e que, com o novo equipamento, será possível aprimorar o plantio e garantir melhores condições para o cuidado com o gado.

A cerimônia de entrega ocorreu na Superintendência de Agricultura e Pecuária do estado (SFA/MT), em Várzea Grande. Ao todo, foram entregues 31 tratores, oito pás carregadeiras, nove motoniveladoras (patrol) e duas escavadeiras hidráulicas, com investimento adquirido pelo Mapa por meio de emendas parlamentares.

O secretário-executivo da Pasta, Irajá Lacerda, enfatizou que o governo vem trabalhando em prol do fortalecimento das cadeias produtivas das regiões, entendendo a peculiaridade de cada uma e a importância do investimento no setor. “As entregas de hoje são reflexo da boa política, o reflexo da junção de esforços para trabalhar em prol da nossa gente, dos nossos municípios e pelo Brasil”, disse Irajá.

Nesta etapa, além do município de Várzea Grande, outros 40 foram beneficiados: Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Araguainha, Araputanga, Aripuanã, Boa Esperança do Norte, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte, Carlinda, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Diamantino, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Juara, Juruena, Nossa Senhora do Livramento, Nova Maringá, Nova Nazaré, Nova Olímpia, Novo Horizonte, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Poconé, Porto Alegre do Norte, Porto Esperidião, Porto da Estrela, Poxoréu, Primavera do Leste, Querência, Rosário Oeste, Santa Cruz do Xingu, Santo Antônio do Leverger, São José dos Quatro Marcos, União do Sul, Vale de São Domingos e Várzea Grande.

“Estamos fazendo uma grande entrega de equipamentos para os municípios. São tratores e máquinas que vão atender as estradas vicinais e melhorar a infraestrutura no campo”, destacou o superintendente de Agricultura e Pecuária em Mato Grosso, Edson Paulino.

A meta é entregar mais de 20 mil equipamentos em municípios de todo o Brasil. “É uma ação extraordinária, que leva soluções diretamente para onde os problemas acontecem: nos municípios, perto das pessoas que mais precisam”, completou o superintendente.

Informações à [email protected]





Source link