quinta-feira, outubro 30, 2025

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CRA aprova regras para o registro de terras públicas em faixas de fronteira


A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou nesta terça-feira (21) o projeto de lei que cria regras para facilitar o registro de terras públicas em faixas de fronteira que tenham sido vendidas ou concedidas (PL 4.497/2024). Do deputado Tião Medeiros (PP-PR), a matéria recebeu parecer favorável na forma do substitutivo apresentado pelo relator, senador Jaime Bagattoli (PL-RO), e segue agora para o Plenário em regime de urgência.

O projeto altera a Lei de Registros Públicos e a que trata da regularização fundiária na faixa de fronteira para, segundo o autor, destravar registros que hoje enfrentam entraves por falta de regras claras, regularizando imóveis e incentivando o desenvolvimento na região.

Para o senador Beto Faro (PT-PA), o substitutivo de Jaime Bagattoli apresenta avanços. Ele disse, no entanto, ainda ver pendências graves no texto. Faro apontou pontos que poderiam ser considerados inconstitucionais, como uma possível regularização por ato declaratório. O senador foi o único a registrar voto contrário ao projeto.

Em resposta, o relator afirmou que atendeu algumas demandas do governo e disse que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) terá cinco anos para confirmar a parte social do uso da terra.

— Esse projeto vai dar muito mais segurança ao produtor, à União e a todos nós — declarou Bagattoli.

Os senadores Jayme Campos (União-MT) e Tereza Cristina (PP-MS) manifestaram apoio ao projeto. Tereza Cristina lembrou ao senador Beto Faro que o texto ainda vai ao Plenário e depois terá de retornar à Câmara dos Deputados, por ter sido modificado no Senado. Assim, alguma modificação poderá ser implementada.

— Nós precisamos caminhar. O projeto é muito razoável e traz segurança jurídica — registrou a senadora.

O senador José Lacerda (PSD-MT) disse que o projeto é importante por atingir 588 municípios e cerca de 11 milhões de habitantes. Ele lembrou que várias leis já tentaram resolver a questão da regularização das terras de fronteira, mas que sempre têm surgido novas demandas.

— Este momento é oportuno para o projeto, para que essa questão seja resolvida de forma definitiva. Senão, daqui a pouco vamos ter mais pedidos de ratificação — disse o senador.  

Segundo a Constituição, as terras devolutas, entendidas como aquelas indispensáveis à preservação ambiental bem como à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares e das vias federais de comunicação, pertencem à União. Os estados são proprietários das terras devolutas que não sejam da União.

Além disso, a Lei das Faixas de Fronteira exige o consentimento do Conselho de Segurança Nacional para a alienação de terras públicas de qualquer ente federativo na faixa de fronteira, o que é dispensado em casos de leis especiais, como a lei que transferiu terras federais para Roraima e Rondônia.

De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), as concessões de terras devolutas em faixa de fronteira, feitas pelos estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio da União. A outra diretriz é a de que a ratificação do registro dessas terras deve ser feita de modo a comprovar o cumprimento do princípio da função social da propriedade, ou seja, gerar riqueza e emprego, reduzir desigualdades e respeitar o meio ambiente, sob pena de sanções legais.

Para Bagattoli, as experiências legislativas anteriores para ratificação dos registros imobiliários foram desastrosas pela burocracia imposta pelas leis. A burocracia representaria, para o senador, um boicote silencioso aos produtores rurais, com exigências que inviabilizam a ratificação.

“A verdade é que a União, desde o século 19, sabia das ocupações na faixa de fronteira e sempre manteve silêncio. Tratava-se de um silêncio oportunista: a União se beneficiava com a ocupação das faixas de fronteira por conta da proteção da integridade do território nacional, mas queria resguardar a possibilidade de reclamar as terras a qualquer tempo”, destaca.

O novo texto estabelece que são imediatamente ratificados os registros imobiliários de imóveis rurais vendidos ou concedidos pelos estados em terras devolutas da União situadas em faixas de fronteira e outras sem a aprovação do Conselho de Segurança Nacional, incluídos os seus desmembramentos e remembramentos inscritos no registro de imóveis até 23 de outubro de 2015. 

A ratificação iniciará com o requerimento do interessado ao registrador de imóveis, devendo apresentar o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), que servirá como prova do cumprimento da função social, sem a necessidade da apresentação de outros documentos.  

O registrador deverá verificar se há algum ato estadual de transmissão na cadeia dominial filiatória do imóvel, ou seja, no histórico completo e cronológico de todas as transmissões de propriedade do imóvel, desde a sua origem até o proprietário atual.

Segundo o projeto, decairá em cinco anos o direito da União para invalidar, apenas por via judicial, a ratificação, contados da data da averbação. A averbação de ratificação deverá ser requerida ao registrador de imóveis no prazo decadencial de 15 anos da entrada em vigor da futura lei. 

Ainda, a ratificação dos registros imobiliários referentes a imóveis com área superior a 2,5 mil hectares ficará condicionada à aprovação do Congresso Nacional no prazo de dois anos do recebimento dos autos, configurando aprovação automática após o fim do período.

Uma vez realizada a averbação da ratificação, o registrador comunicará ao Incra. A partir da comunicação, o órgão terá cinco anos para analisar se o imóvel cumpre ou não a sua função social, podendo declarar ineficaz a ratificação ao publicar o decreto de desapropriação por interesse social. O Incra poderá desapropriar o imóvel que não cumpre a sua função social sem ter de pagar nenhuma indenização. 

De acordo com a Lei de Registros Públicos, para a matrícula do imóvel rural é necessária a sua identificação, que será feita com a indicação do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas características, confrontações, localização e área. 

Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, a identificação prevista será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado com a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo as coordenadas dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com a precisão de sua posição a ser fixada pelo Incra. 

O novo texto estabelece que a identificação referida será obrigatória para efetivação do registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, a partir de 31 de dezembro de 2028. Já para os imóveis rurais cuja somatória das áreas não exceda a quatro módulos fiscais, a obrigatoriedade será´ exigida após quatro anos da publicação de ato normativo do Poder Executivo que regulamenta a isenção de custos financeiros a esses proprietários.

O projeto também estabelece que não será´ exigido o georreferenciamento previamente a atos de registro relativos a: heranças; partilha e a doações de extinção de casamento e união estável; atualização de especialidades subjetiva e objetiva; constrições judiciais, como penhora ou indisponibilidade; instituição, modificação e extinção de garantias reais e atos decorrentes.

As áreas que não se encaixem nos requisitos da ratificação ficarão submetidas às regras de regularização fundiária da Lei 11.952, de 2009.

O presidente da CRA, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), foi quem dirigiu a reunião. Ele informou que o PL 3.100/2023, previsto para ser votado nesta terça, foi retirado de pauta a pedido do relator, senador Pedro Chaves (MDB-GO). O projeto autoriza o uso de recursos dos fundos constitucionais no Programa Nacional de Crédito Fundiário (Terra Brasil) com o objetivo de ampliar o acesso dos agricultores familiares à terra por meio do crédito fundiário.





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Extrativistas têm até final de dezembro para solicitar pagamentos ao Sociobio Mais relativos a 2025


Os extrativistas têm até 60 dias para solicitar à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) os pagamentos relativos ao Sociobio Mais. A partir deste ano, as informações para requerer a subvenção dos produtos extrativos comercializados abaixo do preço mínimo estabelecido devem ser enviadas para a Companhia até o próximo dia 20 de dezembro.

“Os extrativistas devem estar atentos ao novo prazo. Antes era possível enviar as solicitações até o final de fevereiro do ano seguinte. Dentre as mudanças implementadas com o Sociobio Mais, o prazo de envio foi alterado para o final do ano civil de forma a dar mais celeridade, segurança e transparência à ação de apoio aos produtores extrativos”, reforça o gerente de produtos da Sociobiodiversidade da Conab, Fernando Motta.

Para solicitar o benefício, é preciso entregar as notas fiscais comprovando a venda do produto abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Além disso, os extrativistas devem apresentar, além da nota fiscal comprovando a comercialização, o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) ativo, e estar em situação regular nos sistemas da Conab. 

As solicitações de pagamentos à Conab quanto à comercialização dos produtos extrativos devem ser realizadas por meio do SociobioNet, um sistema desenvolvido pela estatal no ano passado. Os extrativistas não precisam mais entregar os documentos nas superintendências regionais da estatal. Para os extrativistas utilizarem o SociobioNet será preciso instalar o sistema em um computador. Não é preciso fazer autenticação, ou seja, login. Os dados pessoais serão fornecidos durante o preenchimento do formulário. Vale destacar que, após realizado o download do sistema, o fornecimento dos dados e a inserção de notas poderão ser realizados de maneira off-line. No entanto, a transmissão desses documentos para a Companhia requer conexão com a Internet.

Outra mudança implementada no Sociobio Mais se refere à forma de pagamento que passa a ter um valor fixo para alguns produtos determinados. A partir de  2025, o pirarucu de manejo, a amêndoa de babaçu e borracha natural extrativa terão bônus de pagamento fixo e não mais variável, mesmo que a venda destes produtos ocorra acima do preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Assim, o valor fixo de pagamento estabelecido para a borracha é de R$ 3,00 pelo quilo. Já as quebradeiras de coco babaçu e os manejadores de pirarucu que comercializarem seus produtos irão receber R$ 2,50 por quilo vendido da amêndoa e do peixe, respectivamente.

A nova fórmula de cálculo da subvenção para estes produtos tem como objetivo incentivar os produtores a negociar melhor os preços para suas vendas, sem pressões de atravessadores para diminuição de preços de comercialização. Já para os demais produtos, o pagamento a ser recebido pelos extrativistas permanece como a diferença entre o preço mínimo vigente e o valor de venda de produtos extrativos declarados em nota fiscal. Os produtos que terão bônus fixo ou variável, os valores de subvenção e os preços mínimos são estabelecidos anualmente pelos ministérios gestores.

Atualmente, a Conab garante o preço para os dezessete produtos extrativos: açaí, andiroba, babaçu, baru, borracha natural, buriti, cacau, castanha-do-brasil, juçara, macaúba, mangaba, murumuru, pequi, piaçava, pinhão, umbu e pirarucu de manejo. A iniciativa visa ao fortalecimento e ao desenvolvimento socioeconômico dos povos e comunidades tradicionais, à permanência do homem na floresta e à garantia de renda, além de conservação, preservação e uso sustentável dos recursos naturais.

O Sociobio Mais será executado pela Conab, com diretrizes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Fazenda (MF), do Planejamento e Orçamento (MPO) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), sendo o MDA o coordenador e gestor orçamentário das ações.





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Sul e Sudeste vão enfrentar forte aumento das temperaturas nos próximos dias


Uma massa de ar polar está atuando no país neste momento, trazendo frio intenso e geadas para o Sul e Sudeste. No entanto, previsões indicam que o calor volta até o final da semana, com um aumento de mais de 10°C nos termômetros.

Nos últimos dias, uma massa de ar frio avançou pelas regiões Sul e Sudeste e fez as temperaturas despencarem. Algumas das menores temperaturas registradas pelas estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) nesta terça-feira (21) foram:

Com temperaturas tão baixas, houve ocorrência de geadas pontuais em vários municípios do Sul e do Sudeste ao longo dos últimos dias, especialmente em regiões de maior altitude como serras, montanhas e picos.

No entanto, previsões já indicam uma mudança no tempo até o final da semana.

Embora a massa de ar frio ainda mantenha as baixas temperaturas em grande parte do país ao longo da semana, existe uma tendência de que, gradualmente, as temperaturas voltem a subir. A previsão para São Paulo capital ilustra essa situação:

Isso ocorre porque o ar frio seguirá em direção ao oceano, deixando de atuar no país, e a radiação solar voltará a aquecer o solo, fazendo as temperaturas se elevarem gradualmente ao longo da semana. Já a partir de quarta-feira, geadas se tornam improváveis no Sul, ocorrendo apenas nos pontos mais altos da Serra da Mantiqueira, no Sudeste.

Já no domingo (26), a massa de ar frio terá deixado de atuar na maior parte do país, dando espaço para um aquecimento que voltará a deixar as temperaturas mais altas do que o normal – especialmente na região que compreende Paraná, São Paulo e Minas Gerais, onde o aquecimento será mais pronunciado.

Por enquanto, não há previsão de outra frente fria ou massa de ar frio tão intensa quanto essa avançando pelo país ao longo de Outubro. A tendência é, portanto, que Novembro se torne um mês mais quente do que esse. Ainda assim, vale notar que uma frente fria menos abrangente vai atuar ao longo da última semana de Outubro.

Um novo sistema frontal irá se formar na semana que vem e pode fazer as temperaturas caírem novamente no Sul e no Sudeste do país, inclusive com possibilidade de formação de geadas no Rio Grande do Sul.

Embora as temperaturas possam cair também no Sudeste ao longo da semana que vem, essa frente terá menor abrangência e o frio NÃO será tão intenso quanto o registrado ao longo da semana atual. Até o momento, não há previsão de novas geadas na região Sudeste após esta semana.

De qualquer maneira, não deixe de conferir as atualizações das previsões e nem as previsões específicas para o seu município, que estão disponíveis aqui no portal da Meteored. Assim você evita ser pego de surpresa pelo frio intenso.





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Projeto permite que créditos de atividade preservacionista paguem multas ambientais do setor rural



PL prevê uso de créditos de conservação ambiental para quitar multas e compensações


Foto: Canva

O Projeto de Lei 448/25, em análise na Câmara dos Deputados, permite ao produtor rural usar créditos gerados por serviços de conservação ambiental, como restauração de uma área degradada, como forma de pagamento de multas por infrações ambientais.

Pelo texto, os créditos também poderão ser usados para pagar compensações financeiras decorrentes do licenciamento ambiental ou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O TAC é ferramenta legal, proposta pelo poder público, que serve para resolver problemas sem precisar ir para a Justiça.

“O projeto tem por objetivo tornar mais inteligente o sistema, gerando a possibilidade de compensação de débitos do produtor rural ou do empresário com créditos advindos de sua atividade preservacionista”, explica o deputado Zé Trovão (PL-SC), autor do projeto.

O texto altera duas leis ambientais (Código Florestal e Lei 14.119/21, que trata do pagamento por serviços ambientais).

Próximos passos

O projeto será analisado, de forma conclusiva, nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.





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Exportações de frutas somam US$ 909 milhões em 2025


Mesmo diante dos desafios enfrentados pelo setor, o terceiro trimestre de 2025 reafirmou a força da fruticultura brasileira. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), com base no Comex Stat, as exportações de frutas frescas cresceram 30,2% em valor e 16,3% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 323,6 milhões e 290,6 mil toneladas embarcadas no trimestre. No acumulado do ano, as vendas somam US$ 909,8 milhões e 836,9 mil toneladas.

O resultado reflete o trabalho conjunto entre produtores, exportadores e instituições representativas. Mesmo após o anúncio do “tarifaço” americano, que gerou preocupação no início do semestre, o setor reagiu com firmeza. “Em um primeiro momento, foi necessário refletir sobre as alternativas e avaliar os impactos, mas em nenhum momento deixamos de produzir o planejado. O setor continuou negociando, trabalhando e mostrando sua força. Os números alcançados são o reflexo direto desse esforço coletivo, que une produtores, exportadores e instituições em torno de um mesmo propósito: mostrar ao mundo a força e a excelência da fruticultura brasileira”, afirmou o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho.

Coelho destacou ainda que, além de produzir, o setor sabe negociar e buscar novos mercados. Segundo ele, “o trabalho vai muito além da porteira, envolve planejamento, qualificação, parcerias e uma visão cada vez mais global”.

O desempenho positivo também é atribuído à participação do Brasil em feiras internacionais. Em 2025, o país marcou presença em eventos estratégicos como a Fruit Logistica, na Alemanha, a Fruit Attraction, em São Paulo e Madrid, e a Asia Fruit Logistica, em Hong Kong. Esses encontros reforçaram a imagem do país como fornecedor confiável e sustentável.

De acordo com a diretora de ESG da Abrafrutas, Priscila Nasrallah, o Brasil tem avançado de forma consistente na adoção de certificações socioambientais e de qualidade, o que amplia a confiança dos mercados e consolida o compromisso do setor com critérios ESG. “Temos trabalhado continuamente para fortalecer a imagem do Brasil no exterior, diversificar mercados e abrir novas oportunidades para nossos produtores. Em breve, a Abrafrutas apresentará uma grande novidade, que vai potencializar ainda mais os negócios e a visibilidade do país no comércio internacional de frutas”, afirmou Nasrallah.

Entre as principais frutas embarcadas no período, a manga manteve a liderança, com alta de 3,8% em valor e 36,9% em volume, impulsionada pela demanda da União Europeia e do Reino Unido. O limão teve leve aumento de 0,02% em valor e 7,97% em volume, consolidando sua presença na Europa e no Oriente Médio. O melão registrou alta de 29,77% em volume e 47,01% em valor, favorecido pela estabilidade da oferta nordestina. As exportações de melancia cresceram 97,4% em valor e 64,9% em volume, enquanto as de banana aumentaram 40,8% em valor e 63,8% em volume.





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Brasil fortalece comércio agro com Ásia e Oriente Médio


O governo brasileiro anunciou a abertura de novos mercados para produtos agropecuários. Entre os destaques estão as exportações de castanha-do-Brasil para o Japão, ovos processados para Singapura, heparina purificada suína para a Coreia do Sul, carne de patos, outras aves e carne de coelho para o Egito, além de derivados de ossos bovinos, chifres e cascos para uso industrial na Índia.

Segundo o governo, o Japão, com cerca de 124 milhões de habitantes, importou mais de US$ 3 bilhões em produtos agropecuários brasileiros em 2024. O país asiático tem forte demanda por ingredientes de alta qualidade para panificação e confeitaria, setores em que a castanha-do-Brasil se destaca pelo teor de selênio. “A abertura gera ganhos para produtores e processadores brasileiros, além de ampliar o leque de fornecedores para a indústria japonesa”, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Em Singapura, as autoridades sanitárias autorizaram a entrada de ovos processados do Brasil. Com mais de 6 milhões de habitantes e dependente de importações para suprir mais de 90% do consumo interno, o país demanda produtos padronizados com maior durabilidade e segurança alimentar. “O mercado de hotéis e restaurantes singaBrasil amplia exportações com novos mercados abertospurense exige insumos de qualidade e estabilidade operacional, o que torna o produto brasileiro competitivo”, destacou o Mapa.

A Coreia do Sul também aprovou a importação de heparina purificada suína do Brasil, insumo farmacêutico ativo utilizado em medicamentos anticoagulantes. O país, com população superior a 51 milhões de pessoas, importou quase US$ 3 bilhões em produtos agropecuários brasileiros no último ano, com destaque para soja, açúcar, cereais e farinhas. De acordo com o governo, de janeiro a setembro, 37% das novas aberturas de mercado tiveram como destino o continente asiático.

O Egito, parceiro tradicional do Brasil em proteínas animais, autorizou a importação de carne de patos, outras aves e carne de coelho. As compras egípcias vêm crescendo em razão do reconhecimento da certificação halal e da previsibilidade do fornecimento brasileiro. “A diversificação de produtos reflete a confiança do mercado egípcio na produção nacional”, afirmou o Mapa.

Durante missão oficial do vice-presidente da República à Índia, foi acordada a exportação de derivados de ossos bovinos, chifres e cascos, destinados à produção de gelatina e outros usos industriais, incluindo a indústria têxtil. Segundo o ministério, a medida “fortalece a economia circular e agrega valor ao complexo pecuário brasileiro”.

Com os anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 460 novas oportunidades comerciais desde o início de 2023. O governo destacou que os resultados “reforçam a estratégia de diversificação de destinos e de produtos, especialmente aqueles com maior valor agregado”, fruto da parceria entre o Mapa e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).





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Comercialização do milho avança devagar e especialistas apontam desafios…


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A comercialização do milho segue em ritmo mais lento neste ano, com analistas apontando que o produtor brasileiro ainda segura boa parte da safra aguardando por melhores preços. Ao mesmo tempo, o mercado enfrenta pressões do câmbio, da oferta e da demanda, que trazem riscos, mas também algumas oportunidades. 

O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que a segunda safra de 2025 tem alta produção, mas as vendas estão atrasadas. “A ideia é que a safrinha tenha recolhido 112 milhões de toneladas. Nesse momento nós acreditamos que tem 63 milhões de toneladas negociadas, o que dá mais ou menos 56%. Está atrasado, a média nesse momento de safrinha seria estar negociado pelo produtor pelo menos 60%.” 

Brandalizze acrescenta que ainda restam volumes da safra de verão 2024/25 a serem negociados, o que mantém grande quantidade de milho disponível nas mãos dos produtores. “Ainda tem cerca de 10 milhões de toneladas para serem negociadas. Então, nessa conta, teriam ainda, mais ou menos,  59 milhões de toneladas livres na mão do produtor entre safra e safrinha.” 

Para Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, o ritmo de comercialização também é lento em algumas regiões, apesar de Mato Grosso avançar mais nas negociações. “A safrinha já tem algo ao redor de 50% comercializado. Da safrinha de 2026 alguma coisa ao redor de 5 a 6%. Só para você ter uma ideia no Mato Grosso o IMEA fala em 68% comercializado e a safrinha de 2026 eles falam em 15%.” 

Ele destaca ainda a participação das indústrias de etanol no mercado, que compram antecipadamente para garantir o abastecimento antes da chegada da nova safrinha. “Lembrando que esses números agora além da questão de importação nós estamos falando também de negócios realizados pelas empresas de etanol que eles têm o costume de fazer as compras antecipadas. Então eles ficam comprando ao longo desse ano para depois consumir esse milho ali entre fevereiro a maio até a chegada da nova safrinha.” 

Rafael ressalta que os preços seguem pressionados e que só haveria espaço para recuperação em caso de valorização cambial. “Acredito que vamos passar com muito milho aqui no Brasil e isso vai ser uma pressão para segurar os preços. Porém se tiver alguma coisa de alta no câmbio é onde poderíamos ter melhor preço.” Ele também avalia que “a melhor oportunidade do ano já passou” e que o mercado segue lateralizado neste momento. 

A análise é compartilhada por Gilberto Leal, que também chama atenção para os impactos do câmbio na formação das cotações. “O dólar a R$ 5,29 nos como exportadores acaba de certa forma nos prejudicando. O milho aqui nós estamos em uma realidade diferente, né, Carlinha? O eixo da 163 hoje mudou a formação de preço, mudou totalmente o preço do milho, o price, né?” 

Segundo ele, os preços atuais mostram um cenário distinto de 2024, quando o cereal alcançou valores elevados. “Hoje o milho para entrega em dezembro, com pagamento em janeiro, está em torno de R$ 50,00 a R$ 51,00, valores bem abaixo da mesma janela do ano passado. Isso já indica um balanço diferente do milho no Brasil, principalmente no Mato Grosso.” 

Leal avalia que a entrada da nova safra mais cedo pode pressionar ainda mais as cotações no início de 2026. “Com a entrada mais cedo da colheita, teremos uma oferta maior em janeiro. A lei da oferta e demanda não tem conversa: preços tendem a ceder, e a indústria sabe disso.” 

Para o analista, além da abundância de milho no mercado interno, a exportação também encontra dificuldades diante do câmbio atual. “Com dólar a 5,29, o nosso milho que precisa sair um pouquinho para exportação tem dificuldade. Acaba encarecendo ainda mais em termos de matriz de competitividade. O nosso milho segue bem travado na exportação também.” 





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Bem-estar animal ganha espaço na suinocultura nacional


A suinocultura brasileira mantém posição de destaque mundial tanto em volume de produção quanto em competitividade. Em 2024, o Brasil produziu 5,3 milhões de toneladas de carne suína, com um rebanho de 46,6 milhões de animais abatidos e 2,1 milhões de matrizes ativas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que houve aumento de 2,9% em relação ao ano anterior e crescimento de 52,8% nos últimos dez anos, mantendo o país na quarta posição entre os maiores produtores e exportadores desde 2015, atrás apenas de China, União Europeia e Estados Unidos.

A Ásia segue como principal destino da carne suína nacional. Filipinas, China, Hong Kong, Japão e Singapura concentraram 63,8% das exportações — cerca de 775 mil toneladas. Nesse contexto, o investimento em bem-estar animal passou a ser considerado um fator estratégico para o comércio internacional. A Conab destacou que “a crescente exigência dos países importadores torna a adequação das práticas de manejo um diferencial competitivo”.

Na União Europeia, o uso de celas de gestação — estruturas que restringem o movimento de porcas prenhas — é proibido desde 2013, com exceção dos 28 primeiros dias após a inseminação. A prática também foi banida em Noruega, Suécia, Suíça, Reino Unido e Nova Zelândia (com implementação total prevista para 2025), além de 11 estados dos Estados Unidos.

Nesse cenário, a 6ª edição do Observatório Suíno, relatório elaborado pela Alianima, consolida-se como instrumento de monitoramento e avaliação do setor. O documento utiliza questionários distintos para produtores e compradores, como redes de restaurantes e supermercados. Segundo Maria Fernanda Martin, zootecnista e gerente de relações corporativas e bem-estar animal da Alianima, o objetivo do levantamento é “identificar gargalos, reconhecer boas práticas e estimular o avanço contínuo do setor em direção a sistemas mais sustentáveis”. Ela afirmou ainda que “neste ano, observamos um avanço na gestação coletiva por parte da maioria dos fornecedores, assim como nos compromissos públicos com a adoção do sistema cobre e solta para novas instalações”.

O relatório aponta que todos os fornecedores são capazes de fornecer informações sobre a origem da carne suína livre de celas de gestação, o que reforça a rastreabilidade e a viabilidade técnica da cadeia. Com base em dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os produtores comprometidos representam 62,2% das matrizes ativas alojadas no país.

Entre os principais desafios para ampliar o alojamento em grupo, 89% dos fornecedores citaram o financiamento como maior obstáculo, seguido pela precificação do produto final (78%) e o planejamento das instalações (67%). A zootecnista destacou que o cenário demonstra amadurecimento técnico do setor e maior busca por qualificação.

O sistema “cobre e solta”, que permite maior mobilidade das fêmeas em baias após a cobertura, começa a ser adotado com mais frequência. Apesar das exigências de espaço e manejo mais complexo, empresas já percebem benefícios para a saúde física e mental dos animais. As desvantagens relatadas incluem perdas reprodutivas, brigas, dificuldade em manter o escore corporal, custos de implementação e necessidade de mais espaço. Já as vantagens mais citadas foram bem-estar, saúde e melhor desempenho das matrizes.

As celas de maternidade também foram apontadas como problema de bem-estar, por limitarem o movimento das porcas e impossibilitarem comportamentos naturais, como a construção de ninhos. O relatório mostra que 67% dos fornecedores têm planos para ampliar o espaço das maternidades, um aumento de 29% em relação ao levantamento anterior.

No manejo de leitões, todas as empresas produtoras afirmaram não realizar castração cirúrgica, e 78% já aboliram o desgaste de dentes. No entanto, práticas como o corte de orelhas e caudas ainda persistem. As empresas citam dificuldades em adotar alternativas devido ao custo e à falta de soluções eficazes contra a caudofagia.

“É importante notar que há uma diminuição na intenção das empresas em banir o corte de cauda ao longo dos anos, como mostra a edição deste ano, em que apenas uma empresa, a MBRF, assinalou a resposta positiva. O corte de cauda segue sendo o manejo mais complexo para o banimento por conta da causa multifatorial do problema de mordedura entre os leitões”, explicou Martin. Segundo ela, apesar dos desafios, o interesse crescente do setor é um indicativo positivo de avanço.





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Pequenos negócios podem pedir devolução de tributos sobre exportações


Iniciativa do governo federal voltada a microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas (MPEs) exportadoras, o Programa Acredita Exportação já está disponível. A partir desta terça-feira (21), os empreendedores podem pedir a compensação ou ressarcimento de até 3% sobre o valor exportado, devolvendo de forma simplificada os tributos pagos ao longo da cadeia produtiva.

A medida representa um avanço na desoneração das exportações e busca aumentar a competitividade das empresas de menor porte no comércio internacional, antecipando efeitos previstos na reforma tributária. O programa é uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e o Ministério da Fazenda, com suporte da Receita Federal.

O pedido é feito de forma totalmente digital, pelo site da Receita Federal. O Acredita Exportação beneficia tanto vendas de bens como de serviços.

Para orientar os empreendedores, o Mdic e a Receita realizaram uma live no YouTube, explicando o passo a passo do processo de solicitação e como acessar o sistema de ressarcimento pelo site da Receita Federal.

Sancionado em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Acredita Exportação prevê devolução de até 3% do valor exportado. O crédito pode ser ressarcido em dinheiro ou utilizado para compensar tributos federais — como Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

O primeiro período de referência será para as exportações realizadas de 1º de agosto a 30 de setembro de 2025. Após o fechamento de cada trimestre, as empresas devem reunir as informações das notas fiscais e calcular o crédito de 3%. Mais detalhes estão disponíveis no guia completo do Acredita Exportação, divulgado pelo Mdic.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), 11,5 mil MPEs exportaram em 2024, representando 40% do total de empresas exportadoras do país — que somaram 28,8 mil. Juntas, essas pequenas empresas movimentaram US$ 2,6 bilhões em vendas internacionais.

Há dez anos, em 2014, eram pouco mais de 5,3 mil exportadoras de pequeno porte, o que correspondia a 28,6% do total, mostrando o avanço expressivo do setor.

Além do Acredita Exportação, as micro, pequenas e médias empresas podem buscar outros programas de incentivo. Entre as iniciativas estão o Brasil Mais Produtivo, que oferece capacitação e consultorias; o Programa de Financiamento à Exportação (o Proex); o Seguro de Crédito à Exportação, com garantia do Fundo de Garantia à Exportação (SCE/FGE); e o Desenrola Pequenos Negócios, voltado à renegociação de dívidas.





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Participação de fêmeas no abate em Mato Grosso segue elevada



Fêmeas representam 44% dos abates em MT



Foto: Pixabay

Segundo análise semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (20), mesmo com a redução no abate de matrizes, a presença de novilhas de corte tem mantido o ritmo elevado de abate de fêmeas em Mato Grosso. Em setembro de 2025, as fêmeas representaram 44,03% do total abatido no estado.

Na comparação com agosto, o volume de fêmeas enviadas aos frigoríficos recuou 4,14%. De acordo com o Imea, “apesar dessa redução mensal, a intensidade do recuo foi menor que a observada no mesmo período do ano passado, quando a queda havia sido de 14,82%”.

No acumulado de 2025, a participação de fêmeas está 6,81 pontos percentuais acima do registrado no mesmo intervalo de 2024, o que, segundo o instituto, indica “uma oferta ainda robusta, especialmente de novilhas terminadas”. Essa elevada participação tem exercido pressão sobre as cotações do boi gordo ao longo do ano.

O Imea avalia que, embora haja expectativa de ajustes positivos nos preços no final do quarto trimestre, “movimentos expressivos de alta no curto prazo não são esperados”, já que o volume de fêmeas terminadas ainda se mantém em patamar elevado.





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