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Esse período é tradicionalmente caracterizado por alta volatilidade – Foto: Emerson Peres
Segundo informações da StoneX, as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a semana passada com leve baixa, refletindo um cenário de incertezas comerciais e início da safra norte-americana. No fechamento do dia 2 de maio, o contrato com vencimento em julho ficou em 1.058 centavos de dólar por bushel, registrando queda de 0,1% em sete dias. Apesar da ausência de avanços concretos nas negociações entre Estados Unidos e China, o mercado reagiu positivamente aos recentes gestos diplomáticos entre as duas potências.
Nos próximos dias, a atenção dos investidores e agentes do setor estará voltada a dois fatores principais nos Estados Unidos. O primeiro é a expectativa de que o governo anuncie aumentos nos mandatos de mistura de biodiesel e diesel renovável, medida que pode impulsionar a demanda por óleo de soja. O segundo ponto de interesse é o avanço do plantio da nova safra americana de soja, que marca o início do chamado “mercado climático”.
Esse período é tradicionalmente caracterizado por alta volatilidade, pois o desempenho da safra depende fortemente das condições meteorológicas. Qualquer alteração climática significativa pode impactar a produtividade e, consequentemente, os preços internacionais da oleaginosa.
Diante desse cenário, o mercado deve manter um comportamento cauteloso, monitorando tanto os desdobramentos das negociações comerciais quanto o progresso do plantio nos EUA. Ambos os fatores terão papel central na definição da tendência dos preços da soja nas próximas semanas. As informações foram divulgadas nesta semana.
Acumulados de chuva que podem ultrapassar os 300 mm entre esta quarta-feira (7) e a próxima sexta (9). É o que mostram os modelos climáticos para o Rio Grande do Sul.
Diversas regiões do estado (veja mapa abaixo) devem ser afetadas. Além disso, os acumulados tendem a ser acompanhados por granizo e ventos intensos.
A Climatempo enfatiza que os maiores acumulados de chuva no período se concentram na faixa oeste e na Região das Missões, com previsão superior a 300 mm nas áreas em azul escuro no mapa.
Foto: Climatempo
Na imagem acima, é possível notar que os volumes nas regiões gaúchas devem ser os seguintes:
Região de Uruguaiana: variam entre 200 mm e 300 mm;
Campanha e no sul do estado: de 100 mm a 200 mm
Faixa centro-norte, incluindo a Região Metropolitana de Porto Alegre: entre 50 mm e 100 mm
“A situação é de tempo severo, com potencial para granizo, ventos que podem ultrapassar os 90 km/h e até ocorrência de microexplosões — eventos localizados com rajadas de vento muito intensas em curto período de tempo”, diz nota da Climatempo.
Previsão de chuva nas cidades
A Climatempo informa que na quinta-feira (9), os maiores volumes de chuva estão previstos para cidades do oeste e sul do estado:
Uruguaiana: 201 mm estimados;
Quaraí: 167 mm;
Barra do Quaraí: 138 mm;
São Gabriel: 94 mm
Rosário do Sul: 85 mm;
Bagé: 80 mm;
Santana do Livramento: 71 mm;
Dom Pedrito: 64 mm;
São Lourenço do Sul: 60 mm; e
Canguçu: 59 mm
Já na sexta-feira (10), os acumulados mais expressivos migram para o sul e centro do estado:
São Lourenço do Sul: 191 mm previstos;
Camaquã: 175 mm;
Arambaré: 163 mm;
Caçapava do Sul: 154 mm
Mostardas: 146 mm;
São Sepé: 144 mm;
Canguçu: 140 mm;
Encruzilhada do Sul: 137 mm;
Tapes: 123 mm;
São Gabriel: 114 mm
Tendência para o fim de semana
É importante destacar que, para o mês de maio, a média histórica de chuva no Rio Grande do Sul varia entre 140 mm e 180 mm. Isso significa que em apenas dois dias, diversas localidades do estado poderão acumular mais chuva do que o esperado para o mês inteiro.
A tendência para o final de semana é de diminuição dos volumes de chuva, com o avanço de uma massa de ar mais fria, que deve trazer também a queda nas temperaturas.
O que motiva o grande volume de chuva?
A Climatempo lembra que desde o início da semana, uma forte massa de ar seco se estabeleceu sobre a região central do Brasil. Esse sistema, ao impedir o avanço das frentes frias para o Sudeste e Centro-Oeste, acaba “empurrando” essas instabilidades para o Sul do país.
Com isso, as frentes frias que tentam cruzar o Rio Grande do Sul acabam ficando bloqueadas e se deslocam lentamente. Isso favorece a formação de grandes nuvens carregadas, uma vez que o ar frio — mais pesado — interage com a massa quente instalada sobre o estado, promovendo a ascensão do ar e o desenvolvimento de temporais.
Além disso, ventos quentes e úmidos que sopram da faixa norte do Brasil contribuem para o aumento da umidade disponível na atmosfera gaúcha, reforçando as instabilidades.
Duas tragédias no interior de silos de grãos foram registradas nesta semana em diferentes regiões do Brasil, o que reforça sobre os riscos enfrentados por trabalhadores do setor agrícola e a necessidade urgente de medidas rigorosas de segurança no meio rural.
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No último domingo (4), Fabrício Fabiano Moraes, de 34 anos, morreu após cair em um silo de beneficiamento de soja na localidade de Pinheiro, no interior de Candelária, no Vale do Rio Pardo (RS). Segundo os Bombeiros Voluntários de Candelária, ele realizava atividades operacionais quando caiu e foi rapidamente soterrado pelos grãos.
Durante o ocorrido, colegas de trabalho tentaram socorrê-lo, mas ele já estava sem sinais vitais quando as equipes de resgate chegaram. A grande quantidade de soja armazenada dificultou os trabalhos, exigindo um longo esforço para a remoção do corpo. A Polícia Civil apura o caso.
Dois dias depois, nesta terça-feira (6), Lucas Kauan Palhari dos Santos, de apenas 18 anos, também perdeu a vida em circunstância semelhante em uma fazenda na Comunidade Ouro Branco, em Nova Canaã do Norte (MT), a 696 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz conseguiu pedir ajuda e a máquina foi desligada rapidamente, mas os ferimentos foram fatais.
A necessidade de segurança
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o setor agrícola enfrenta desafios na prevenção de acidentes, especialmente devido à falta de dados atualizados sobre ocorridos em silos. Isso dificulta a formulação de medidas eficazes, enquanto o número insuficiente de fiscais não acompanha o crescimento acelerado do agronegócio no Brasil.
Engolfamento e soterramento em silos
O TST identifica dois tipos principais de acidentes em silos: engolfamento, quando o trabalhador é tragado pelos grãos devido a um vácuo no armazenamento, e soterramento, como nos casos recentes, em que placas de grãos caem sobre os trabalhadores.
Os trágicos episódios evidenciam a urgência de reforçar as medidas de segurança nas unidades de armazenamento. O uso rigoroso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é essencial para proteger os trabalhadores contra riscos como asfixia, explosões e soterramentos, comuns em ambientes com alta concentração de poeira de grãos e outros perigos.
A surpreendente confirmação de um encontro bilateral entre os Estados Unidos e a China nesta semana, em Genebra, reacende as expectativas — e também as incertezas — sobre o futuro das relações comerciais entre as duas maiores potências econômicas do planeta. O encontro, que será realizado a partir da sexta-feira (9), colocará frente a frente o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.
Mais do que um gesto diplomático, a reunião pode significar o início de uma reviravolta nas análises que vinham sendo feitas até agora sobre o redesenho do comércio internacional. Após semanas de escalada nas tensões, com tarifas norte-americanas chegando a 145% sobre produtos chineses — uma ofensiva promovida diretamente pelo presidente Donald Trump —, o gesto de diálogo em solo neutro pode representar uma mudança radical de rota.
Do lado chinês, a retaliação também foi dura: tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos, num claro sinal de que Pequim não aceitaria a ofensiva sem reação. Ambos os lados endureceram o discurso nas últimas semanas, indicando que não haveria concessões. Agora, no entanto, o encontro entre Scott Bessent e He Lifeng, acompanhado do representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, promete redesenhar esse cenário.
China – EUA: um encontro, muitos impactos
Apesar da falta de detalhes sobre a agenda ou os termos esperados da conversa, o simples fato de ela ocorrer já sacode o tabuleiro geopolítico e econômico global. O mundo observava uma tendência clara de fragmentação comercial, com cadeias produtivas sendo redirecionadas, empresas relocalizando fábricas e países do sul global sendo alvos de novas disputas por influência econômica.
A depender do tom e dos resultados do encontro, analistas poderão ser obrigados a rever projeções sobre o comportamento do comércio internacional para os próximos anos. Um eventual alívio tarifário entre as duas potências reduziria o custo de insumos industriais, mudaria as decisões de investimento e poderia impactar inclusive a inflação global — especialmente nos Estados Unidos.
Brasil e agronegócio: alerta ligado!
Para o Brasil e, em especial, para o agronegócio brasileiro, as negociações ganham relevância imediata. A guerra comercial entre EUA e China, iniciada ainda no governo Trump, abriu oportunidades para exportadores brasileiros — sobretudo de soja, carne e algodão. A redução dessas tensões pode reconfigurar novamente os fluxos de exportação, exigindo rápida adaptação de produtores e governos.
Além disso, se um acordo efetivo vier a ser firmado, ele pode reduzir a pressão inflacionária nos EUA, o que teria efeitos indiretos sobre as taxas de juros globais — incluindo as brasileiras — e o apetite por commodities.
Conclusão
Este encontro em Genebra pode ser mais do que um gesto diplomático: pode representar uma virada de página em um dos capítulos mais tensos do comércio internacional nas últimas décadas. A depender de seus desdobramentos, o cenário global poderá caminhar para mais previsibilidade e cooperação — ou decepcionar e aprofundar as divisões.
A análise de cada gesto e declaração nos próximos dias será fundamental para entender se o mundo caminha para uma nova ordem comercial ou para mais um capítulo de confrontos. Para o Brasil, não basta apenas assistir — é preciso antecipar cenários, posicionar-se estrategicamente e proteger seus mercados.
Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural
O Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) recebeu, nesta terça-feira (6), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para prestar esclarecimentos sobre as ações conduzidas pela pasta. Entre os assuntos discutidos no encontro, a reforma agrária foi um dos mais debatidos.
Além disso, deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) expressaram preocupação com o aumento das invasões de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante a gestão atual. Eles também questionaram a participação de pessoas ligadas ao movimento em comitês dedicados à promoção da paz no campo.
Segundo o presidente da Capadr e coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), os dados indicam um crescimento expressivo nas invasões de terras desde 2023, o que levanta dúvidas sobre a relação entre o governo federal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e movimentos sociais.
“Só no primeiro ano da atual gestão, foram registradas 72 invasões — número superior ao total entre 2019 e 2022. Resta-nos questionar se algo está sendo feito, porque o que vemos é uma conivência e omissão absurda por parte do governo”, afirmou Nogueira.
O deputado Evair de Melo (PP-ES), coordenador de Direito de Propriedade da FPA, afirmou que termos como “reforma agrária” e “agricultura familiar” teriam sido apropriados ideologicamente pelo MST. “Reforma agrária não tem relação com o MST, nem com o PT ou com o MDA. Onde ela é feita de forma justa e legal, o MST não aparece”, declarou. Reforma agrária em debate
A deputada Carolina de Toni (PL-SC) também cobrou explicações do ministro e disse que as famílias assentadas continuam vivendo em condições precárias, aguardando títulos provisórios ou definitivos para garantir autonomia. Segundo ela, até 2016, grupos clandestinos decidiam quais terras seriam ocupadas e quem seria beneficiado.
“O MST, um grupo terrorista, escolhia mediante violência quais terras seriam tomadas e quem seriam os beneficiários. Essa é a reforma agrária que o atual governo defende? A moralização veio em 2019, com exigência de critérios legais, mas tudo isso acabou em 2023”, criticou.
De Toni destacou que o Brasil tem 87 milhões de hectares destinados à reforma agrária, mais do que os 61 milhões utilizados para o cultivo de grãos. “A produção dessas famílias não chega a um salário mínimo por mês, em média. Isso é indignidade. Quem não obedece às regras impostas pelo MST é punido e excluído. Parece um projeto de clientelismo político”, acusou.
Resposta do ministro sobre a reforma agrária invasões do MST
Paulo Teixeira rebateu as acusações e criticou o que chamou de “criminalização das organizações do campo”. Segundo ele, o Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) está amparado pela Constituição.
“As ocupações foram protestos, não permanentes. Se houver violação do direito de propriedade, a Justiça deve ser acionada. O programa de reforma agrária está sendo executado rigorosamente dentro da lei”, garantiu. Inflação dos alimentos
O ministro também foi questionado sobre a alta no preço dos alimentos. Ele afirmou que várias áreas do governo estão monitorando a inflação e apontou queda recente nos preços de arroz e feijão, impulsionada pelo aumento da produção. Produtos como ovos, milho e óleo também registraram deflação. No entanto, o cenário da carne ainda é instável, influenciado, segundo ele, por fatores externos, como a guerra tarifária iniciada nos Estados Unidos durante o governo Trump.
“O preço dos alimentos começou a ceder, mas ainda precisa cair mais”, disse Teixeira.
A resposta não convenceu o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que criticou a análise do ministro. “Ela é tecnicamente rasa e não reflete a realidade no campo. Alimento barato para quem consome às custas de quem produz é a miséria do agricultor”, rebateu.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que também estava prevista para prestar esclarecimentos à Comissão nesta quarta-feira (7), informou que não poderá comparecer.
O Banco do Brasil concluiu sua participação na 30ª edição da Agrishow na última sexta-feira (2) com R$ 4,75 bilhões em propostas de financiamento acolhidas durante os cinco dias de evento.
O volume é mais de 50% superior à estimativa inicial de R$ 3 bilhões e representa o maior valor já alcançado pelo BB em todas as participações na maior feira de agronegócios da América Latina.
“Esse resultado reafirma o protagonismo do Banco no agro brasileiro, com soluções completas para pequenos, médios e grandes produtores e produtoras de todas as regiões do país”, afirma Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil.
A instituição é a única do setor financeiro a participar de todas as edições da Agrishow desde sua criação, em 1994, e foi homenageada pela organização da feira neste ano pelas 30 edições consecutivas.
No segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, o climatologista Carlos Nobre abriu a programação com uma palestra magna sobre mudanças climáticas. Em sua exposição, o cientista antecipou dados de um estudo em andamento, no qual constata que o Brasil é capaz de zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2040.
Segundo Nobre, são necessárias transições para uma matriz energética 100% limpa, agricultura neutra em carbono, emissões negativas a partir do uso adequado da terra e restauração em grande escala.
“O Brasil tem total potencial para ter 100% de energia limpa e renovável e, até 2040, com agricultura muito mais neutra em carbono, grande restauração florestal. Nosso estudo aponta que podemos remover até 600 milhões de toneladas de CO2 por ano, a partir de 2040, restaurando os biomas”, diz o climatologista.
Qualidade de vida
O cientista destacou que os efeitos dessas medidas, além de ir além do enfrentamento à urgência climática, poderiam garantir mais qualidade de vida às populações.
“Caso vocês não saibam, a queima dos combustíveis fósseis gera poluentes em todas as cidades do mundo. Quantas pessoas morrem devido à poluição urbana no mundo? Seis a sete milhões de pessoas por ano.”
Carlos Nobre destacou que, em 2022, o Brasil era o quinto maior emissor do planeta, com o despejo de 11 toneladas de gases do efeito estufa por pessoa ao ano. Na comparação com outros grandes emissores, a China emitia na época 10,5 toneladas por pessoa, a Índia, 2 toneladas e Estados Unidos 16,5 toneladas por pessoa ao ano.
De acordo com o cientista, o Brasil vem melhorando esse quadro, mas, com as políticas do governo atual, como restauração de 12 milhões de hectares e a meta de zerar o desmatamento de todos os biomas até 2030, o país ainda terá emissão de 1,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, caso seja mantido o uso de energia fóssil e agropecuária de alta emissão.
Consequências à biodiversidade
Sem medidas mais enfáticas de enfrentamento à urgência climática, o climatologista mostra que haverá consequências graves, como o branqueamento de corais, que põe em risco 25% de toda biodiversidade oceânica, a intensificação do aquecimento global, com indicativo de desaparecimento de 99% das espécies, caso o planeta ultrapasse 2 graus acima do período industrial.
Outras consequências desastrosas destacadas por Nobre são o descongelamento de terras com água sólida, responsáveis pela retenção de uma quantidade gigantesca de metano e gás carbônico.
“Se passar de 2 graus, nós vamos liberar mais de 200 bilhões de toneladas de metano e gás carbônico. O metano é um gás muito poderoso do efeito estufa, 30 vezes mais forte que o gás carbônico”, explica.
Ponto de não retorno na Amazônia
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
No Brasil, o risco de a Amazônia atingir um ponto de não retorno é cada vez maior, afirma Carlos Nobre. “Todo o sul da Amazônia está com o período de seca de quatro a cinco semanas mais longo, com ar mais seco e grande aumento da mortalidade das árvores.”
Em uma região que envolve sudeste e sul do Pará e norte de Mato Grosso, a floresta já virou ponto de emissão de carbono, deixando de cumprir o serviço ecossistêmico de captura desses gases.
“A Amazônia, na década de 1990, removia mais de 1,5 bilhão de toneladas de CO2, e essa região está ficando muito próxima do ponto de não retorno”, reforça.
As secas estão mais severas, com fenômenos mais intensos como o El Niño, e o Atlântico mais quente, a Amazônia, mais seca. “Antes tínhamos uma seca severa a cada 20 anos e agora tivemos em 2005, 2010, 2015 e 2016, além da seca mais forte do registro histórico em 2023, 2024.”
Segundo ele, tudo isso impacta na presença dos rios voadores, responsáveis por levar chuvas a grande parte do país. “Só a floresta nos territórios indígenas da Amazônia brasileira é capaz de explicar a presença de até 30% dos rios voadores. Pelo menos 40% da chuva no Cerrado e no Sul do Brasil e em 15% do Sudeste dependem dos rios voadores”, enfatiza.
Todos esses impactos, já percebidos, podem resultar em uma mudança de cenário drástica no país. “Se o desmatamento chegar entre 20 e 25% e o aquecimento global a 2,5ºC, vamos perder pelo menos 50% da Amazônia, talvez até 70%. A floresta vai virar um ecossistema totalmente degradado. Parece uma savana tropical do Cerrado, mas muito degradada, não com a biodiversidade rica aqui do Cerrado”, diz Nobre.
O cientista ressalta que também o Cerrado e a Caatinga estão muito próximos do ponto de não retorno, o que implica mais ondas de calor e riscos para a saúde humana, além de mais incidência de extremos climáticos e pandemias originadas na floresta em desequilíbrio.
Carlos Nobre apontou ainda caminhos para adaptação das cidades aos desafios de diminuir as desigualdades socioeconômicas e de deixar um legado sustentável às futuras gerações.
Estamos em contagem regressiva, pois falta apenas uma semana! No dia 14 de maio, às 18h50, acontece a cerimônia do Prêmio Personagem Soja Brasil, diretamente da Casa Canal Rural, na sede da Aprosoja Brasil, em Brasília (DF). O evento será transmitido ao vivo, e você pode assistir pelo link e ao vivo pela tela do canal.
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Após a fase de votação, agora é hora de descobrir quem são os profissionais que marcaram o setor neste ciclo. A premiação reconhece histórias inspiradoras, de gente que faz a diferença no campo e fora dele, impulsionando o protagonismo do Brasil na produção de soja.
Indicados ao Prêmio Personagem Soja Brasil
Alberto Schlatter, produtor em Chapadão do Sul (MS), une a tradição da família com práticas modernas no campo, investindo em tecnologias que tornam a agricultura mais eficiente, sustentável e alinhada às demandas do futuro.
Anderson Cavenaghi, professor e doutor no Mato Grosso, é referência em proteção de plantas, com pesquisas voltadas ao controle eficaz de plantas daninhas e ao uso responsável de herbicidas, contribuindo para lavouras mais produtivas e ambientalmente seguras.
Cecilia Czepak, pesquisadora da UFG, é destaque nacional no manejo integrado de pragas. Seu trabalho tem fortalecido práticas sustentáveis e contribuído diretamente para a sanidade das lavouras de soja em diversas regiões do país.
Claudia D’Agostini, produtora rural em Sabáudia (PR), também está indicada ao Prêmio Personagem Soja Brasil. Ela comanda a propriedade ao lado da irmã, com foco constante em inovação, adoção de tecnologias e planejamento da sucessão familiar, garantindo continuidade e eficiência na produção.
Julio Cezar Franchini, pesquisador da Embrapa Soja (PR), atua com manejo e conservação de solos. Seu trabalho fortalece a sustentabilidade da agricultura brasileira e promove boas práticas de uso do solo nas lavouras de soja.
Oliverio Alves de Melo, produtor em Balsas (MA), tem papel importante no desenvolvimento agrícola do Cerrado. Com longa trajetória, integra o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira, promovendo a expansão sustentável da soja na região.
As exportações brasileiras de soja em grão deverão ficar em 12,601 milhões de toneladas em maio, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Em maio do ano passado, as exportações ficaram em 13,472 milhões de toneladas. Em abril, as exportações somaram 13,476 milhões de toneladas.
Na semana encerrada no dia 3 de maio, o Brasil embarcou 3,767 milhões de toneladas. Para o período entre 4 a 10 de maio, a Anec indica a exportação de 3,513 milhões de toneladas.
Para o farelo de soja, a previsão de embarque é de 1,876 milhão de toneladas em maio. No mesmo mês do ano passado, o total exportado foi de 1,965 milhão de toneladas. Em abril, somaram 2,211 milhões de toneladas.
Na semana passada, as exportações ficaram em 522,842 mil toneladas e a previsão para esta semana é de 693,110 mil toneladas.
O café, que no primeiro trimestre apresentou um patamar recorde no primeiro trimestre, teve uma forte queda nos valores mensais para o de abril. Isso é o que indica o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A queda, registrada no Indicador Cepea/Esalq, foi para a variedade robusta 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo. A baixa foi de R$ 310,70 por saca, ou 15,5% levando o produto a operar agora a R$ 1.692,32/saca de 60 kg.
De acordo com o Cepea, a baixa pode estar relacionada à colheita da nova safra no Espírito Santo e também em Rondônia. Outros fatores que contribuíram para o cenário foi a guerra tarifária que causou fortes oscilações no mercado externo além das condições climáticas nas principais regiões produtoras.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, a colheita do café capixaba já atingiu 5% da produção esperada. Além disso, as chuvas registradas no final de abril também contribuíram positivamente para o desenvolvimento das lavouras mais tardias.