quinta-feira, julho 31, 2025

Autor: Redação

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DDG no semiconfinamento: substitui milho sem comprometer o lucro?


Será que o DDG é boa alternativa ao milho em dietas de semiconfinamento? Um especialista em nutrição animal responde se o Grãos Secos de Destilaria com Solúveis pode substituir o cereal sem desbalancear a ração e comprometer os resultados. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Pecuaristas, a busca por alternativas mais econômicas para a alimentação do gado é constante, especialmente quando se trata do milho, um dos insumos mais caros na pecuária.

José Paulo, pecuarista de São Félix do Xingu, no estado do Pará (município com o maior rebanho do país), utiliza uma ração baseada em 90% de milho e 10% de núcleo proteico.

Ele busca diminuir o uso de milho e questiona se o DDG (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) pode ser um substituto eficaz para animais em semiconfinamento.

Nesta quarta-feira (30), o zootecnista Tiago Felipini, especialista em nutrição animal e consultor da Alcance Planejamento Rural, respondeu a essa dúvida crucial no quadro “Giro do Boi Responde”.

Felipini adverte que, apesar de parecer uma alternativa econômica, a substituição direta do milho por DDG, nesse cenário específico, não é recomendada.

Por que o DDG não é ideal para substituir o milho nessa dieta?

Bovinos se alimentando com DDG no cocho. Foto: Divulgação
Bovinos se alimentando com DDG no cocho. Foto: Divulgação

Tiago Felipini desaconselha a inclusão de DDG em uma dieta que já utiliza um núcleo proteico formulado para milho, mesmo que o DDG apresente um preço mais atrativo na região.

A razão é simples e se baseia na composição nutricional do DDG: ele possui um alto teor proteico (mais de 18% de proteína bruta), o que o classifica primariamente como um produto proteico, e não energético, como o milho.

Quando o DDG é adicionado a uma ração concentrada que foi preparada exclusivamente para ser usada com milho, a dieta é desbalanceada. Isso pode resultar em consequências negativas para o desempenho dos animais:

  • Resultados inconsistentes: Os animais podem não atingir o ganho de peso esperado. Por exemplo, se a meta é 1.500 gramas de ganho diário, o gado pode ficar estagnado em 1.200 gramas, mesmo com o aumento da dosagem de ração. Isso ocorre porque o balanço entre energia e proteína é crucial para o desempenho.
  • Dieta desbalanceada: A inclusão de uma fonte proteica adicional (DDG) em uma dieta que já conta com um núcleo proteico pode levar a um excesso de proteína e falta de energia. Esse desequilíbrio compromete o balanço nutricional necessário para a engorda eficiente dos animais.

Alternativas adequadas para substituir o milho

Boi sustentável no cocho: DDG e WDG aceleram o abate com menor impacto
Boi sustentável no cocho: DDG e WDG aceleram o abate com menor impacto

Felipini é claro em sua recomendação: nesse caso específico, o DDG não se encaixa como substituto do milho.

No entanto, ele oferece outras alternativas de resíduos da agroindústria que podem, sim, ser trabalhadas no lugar do milho, desde que sejam predominantemente fontes energéticas.

Alguns exemplos de resíduos energéticos que podem substituir o milho em dietas de semiconfinamento sem desequilibrar o balanço nutricional são:

  • Casquinha de soja: Subproduto da indústria de processamento de soja, rica em energia e fibra digestível.
  • Polpa cítrica: Resíduo da indústria de sucos, que se destaca pelo seu alto valor energético.

Esses produtos, por serem principalmente fontes de energia, são mais compatíveis com a formulação de rações concentradas baseadas em milho e núcleo proteico. Eles permitem uma substituição sem desequilibrar a dieta, mantendo o desempenho dos animais.

Para qualquer modificação na dieta do rebanho, é crucial consultar um especialista em nutrição animal.

Esse profissional poderá formular a dieta corretamente, garantindo que o balanço nutricional seja mantido e que os objetivos de desempenho dos animais sejam alcançados de forma eficiente e econômica.



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Saiba os preços de soja em dia de anúncios de tarifa por Trump



O mercado brasileiro de soja teve um dia de baixa liquidez e preços em queda nos portos, pressionados pelo recuo nas cotações em Chicago, de acordo com análise de Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado. Apesar de alguma compensação nos prêmios, o movimento geral foi de desvalorização.

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No interior, o basis continua pressionado, mas algumas praças registraram redução nas pedidas por parte dos produtores. Com as cotações em baixa na bolsa e o dólar oscilando sem oferecer suporte consistente, o dia foi de calmaria e sem grandes volumes negociados.

Soja no Brasil

  • Passo Fundo (RS): caiu de R$ 132,00 para R$ 131,00
  • Santa Rosa (RS): caiu de R$ 133,00 para R$ 132,00
  • Rio Grande (RS): caiu de R$ 138,00 para R$ 137,00
  • Cascavel (PR): caiu de R$ 132,00 para R$ 131,00
  • Paranaguá (PR): caiu de R$ 137,00 para R$ 136,00
  • Rondonópolis (MT): caiu de R$ 121,00 para R$ 120,00
  • Dourados (MS): manteve em R$ 120,00
  • Rio Verde (GO): manteve em R$ 120,00

Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quarta-feira com preços mais baixos. A posição novembro, a mais negociada, encerrou abaixo de US$ 10,00 pela primeira vez desde abril, marcando a quinta sessão consecutiva de perdas.

O mercado seguiu pressionado pelo clima favorável ao desenvolvimento das lavouras, indicando uma ampla oferta da commodity. A demanda pelo produto americano segue restrita, fechando um cenário baixista fundamental.

Contratos futuros de soja

Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 14,00 centavos de dólar ou 1,42% a US$ 9,67 3/4 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 9,95 3/4 por bushel, perda de 13,75 centavos ou 1,36%.

Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 1,60, ou 0,60%, a US$ 264,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 56,50 centavos de dólar, com perda de 1,04 centavo ou 1,8%.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,32%, sendo negociado a R$ 5,5882 para venda e a R$ 5,5862 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5367 e a máxima de R$ 5,6302.



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Café brasileiro luta para se encaixar na lista de exceções à tarifa dos EUA



Com o anúncio oficial sobre as tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, feito nesta quarta-feira (30) em decreto assinado por Donald Trump, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que seguirá em tratativas com seus pares norte-americanos, como a National Coffee Association (NCA).

O objetivo será que o produto passe a integrar a lista de exceções elaborada pela Casa Branca, a exemplo do suco de laranja, das castanhas, minérios, aviões, produtos celulósicos e de madeira.

“Na relação comercial cafeeira entre EUA e Brasil, as nações são imprescindíveis uma à outra, uma vez que os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o principal fornecedor ao país, ao passo que os EUA respondem por 16% das exportações do produto nacional, sendo o principal destino de nossas exportações”, diz a nota do Cecafé.

O Conselho ressalta que o café também é de suma relevância aos Estados Unidos, haja vista que 76% do povo norte-americano consome a bebida. Além disso, estudos mostram que a população do país gasta cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados (US$ 301 milhões por dia) ao ano.

De acordo com estudo conduzido pela Technomic, em 2022, o café é responsável por mais de 8% do valor de toda a indústria de serviços alimentícios no país da América do Norte.

“A indústria cafeeira norte-americana sustenta mais de 2,2 milhões de empregos no país, gerando mais de US$ 101 bilhões em salários, o que beneficia todos os estados e comunidades locais. Além disso, a cada US$ 1 que os EUA importam de café, são injetados outros US$ 43 na economia norte-americana, fazendo com que o setor movimente US$ 343 bilhões ao ano, montante que representa 1,2% do PIB dos Estados Unidos”, sustenta a nota do Cecafé.

“Diante da relevância do café aos consumidores e à economia norte-americana, entendemos que se faz necessária a revisão da decisão de taxar os cafés do Brasil – ato que implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra –, medida pela qual seguiremos trabalhando junto a nossos parceiros nos Estados Unidos, de maneira que consigamos lograr êxito no sentido de, ao menos, o café ser incluído entre os produtos que fiquem isentos da tributação de 50%”, finaliza o texto do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.



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Energia solar reduz até 95% da conta de luz no campo, diz especialista



Com a escalada dos custos de produção, muitos produtores rurais têm buscado alternativas para manter a competitividade e garantir eficiência nas suas propriedades. Uma solução que ganha cada vez mais espaço é o uso de energia solar no agronegócio, com potencial para gerar até 95% de economia na conta de luz, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar).

Para entender melhor esse avanço, o programa Planeta Campo conversou com Rodrigo Kimura, diretor de energia do Grupo CESBE e Giya, que explicou como os sistemas fotovoltaicos vêm se consolidando como aliados estratégicos para irrigação, resfriamento de instalações e outras demandas energéticas do setor rural.

Crescimento acelerado da energia solar no campo

De acordo com Kimura, o Brasil reúne condições ambientais ideais para o uso da energia solar, e o crescimento dessa fonte no país tem sido expressivo, especialmente a partir de 2017. “Hoje, a energia solar já é a segunda maior fonte de geração do país. Temos o equivalente a quatro usinas de Itaipu em potência instalada”, destaca.

No setor rural, as instalações fotovoltaicas ocupam o terceiro lugar no ranking, ficando atrás apenas dos segmentos residencial e comercial. Ainda assim, há muito espaço para expansão: apenas 5% dos consumidores brasileiros aderiram ao sistema solar até agora.

Um dos principais fatores para esse avanço, segundo Kimura, é a queda no custo dos equipamentos. “O que custava R$ 10 em 2012, hoje custa R$ 2,50. Isso torna a tecnologia muito mais acessível para os produtores”, explica.

Três pilares: economia, sustentabilidade e inovação

Kimura resume os principais benefícios da energia solar no campo em três pilares:

  1. Economia – É o principal motivo apontado por produtores que aderem à tecnologia. A redução na conta de energia pode chegar a até 95%.
  2. Sustentabilidade – A energia solar é limpa, renovável, não gera resíduos e nem ruído, contribuindo para práticas ambientalmente corretas.
  3. Inovação – A evolução constante dos equipamentos permite maior eficiência e confiabilidade. “Hoje, um painel ocupa o mesmo espaço, mas gera praticamente o dobro de energia em relação a dez anos atrás”, afirma.

Investimento viável e retorno rápido

Embora o investimento inicial ainda seja considerado elevado por muitos produtores, Kimura garante que a viabilidade econômica compensa. “Cada projeto é personalizado. É preciso fazer um diagnóstico do consumo e dimensionar o sistema adequado. Mas, em média, o retorno do investimento acontece em cerca de 3 anos”, afirma.

A durabilidade também é um fator importante: uma usina fotovoltaica pode operar por até 30 anos, com 85% da eficiência original no final desse período. “É um investimento de longo prazo, mas com retorno visível a curto prazo”, pontua.

Energia limpa como estratégia para o futuro do agro

Além do alívio no bolso do produtor, a adoção da energia solar representa um passo importante rumo à transição energética no campo. Sistemas fotovoltaicos vêm se tornando parte da estratégia de muitos agricultores e pecuaristas que buscam reduzir emissões, aumentar a eficiência dos sistemas produtivos e atender às exigências de mercados mais sustentáveis.

“A energia solar não é só uma moda ou tendência. Ela é uma solução concreta que entrega resultado econômico e ambiental. E tudo indica que esse movimento só vai crescer nos próximos anos”, conclui Rodrigo Kimura.



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FPA pede cautela e diplomacia afiada diante da tarifa dos EUA ao Brasil



Diante da oficialização do anúncio de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira (30), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota em que manifesta preocupação e que a medida representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países.

“A nova alíquota produz reflexos diretos e atingem o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”, destaca.

Diante desse cenário, a FPA defende “uma resposta firme e estratégica”. Para a entidade, o momento é de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações.

“A FPA reitera a importância de fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações. A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”, conclui o texto.



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Antes do tarifaço, agro baiano exportou R$ 302 milhões aos EUA



A Bahia exportou mais de R$ 302 milhões em produtos agropecuários para os Estados Unidos em junho de 2025, de acordo com o novo relatório da Assessoria Econômica do Sistema Faeb/Senar, divulgado nesta terça-feira (29), pela entidade.

O número reforça a importância do mercado norte-americano para o agro baiano. No entanto, nesta quarta-feira (30), o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o decreto antecipadamente, que taxa em mais 40% as importações de produtos brasileiros, afetando diversos setores, incluindo o agro baiano, totalizando 50% em tarifas para o Brasil.

A medida oficializa o que foi anunciado anteriormente pelo governo norte-americano, e entrará em vigor em 7 dias após publicação do decreto. Apenas foram isentos castanhas, suco de laranja, aviões e minérios.

A Faeb informou que na Bahia, a tarifa gera apreensão no setor produtivo, especialmente nas cadeias da silvicultura, cacauicultura e fruticultura em geral, uma vez que a celulose, os derivados de cacau (manteiga, gordura e óleo) e os sucos de frutas lideram a pauta baiana de embarques para os EUA.

EUA é importante parceiro comercial do agro baiano

Segundo o relatório da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), os EUA são o segundo maior parceiro comercial do setor, consolidado como um dos principais destinos das exportações do agro baiano em junho, atrás apenas da China.

O valor total superior a US$ 55 milhões representa uma fatia importante das vendas externas do setor, que somaram US$ 491,5 milhões no mês.

Os principais produtos exportados para os Estados Unidos no período foram:

  • Celulose: 42,7%;
  • Manteiga, gordura e óleo de cacau: 37,2%;
  • Sucos de frutas: 4,5%;
  • Demais produtos: 15,6%.

Além de movimentar a balança comercial, os segmentos exportadores têm peso relevante na geração de emprego e renda nas regiões produtoras, especialmente no sul, extremo sul e no Vale do São Francisco.

Tarifas também representam riscos a médio e longo prazo

Em coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (28), o presidente da Faeb, Humberto Miranda, destacou que é preciso focar em resolver primeiramente os reflexos nas culturas que serão mais afetadas, a exemplo da fruticultura.

“Os EUA é o nosso maior comprador de manga do Vale do São Francisco, o que tem gerado uma insegurança muito grande no produtor e na sociedade, porque isso vai gerar consequência para todos. Isso vai gerar desemprego, endividamento, problema de crédito, e inflação” afirmou Miranda.

A exportação dos derivados do cacau também vai sofrer reflexos com o “tarifaço de Trump” – como vem sendo chamado.

O produtor rural e diretor da Faeb, Guilherme Moura, alerta que a nova tarifa pode alterar todo processo de produção e distribuição da manteiga do cacau, entre outros derivados.

“A Bahia é uma grande produtora de derivados de cacau. As três maiores fábricas processadoras de manteiga de cacau, por exemplo, estão instaladas em Ilheus, onde boa parte de toda manteiga é processada. O mercado americano absorve boa parte desse produto, sendo o nosso principal destino. Essa situação pode fazer com que toda a cadeia produtiva seja desorganizada.”

Relatório de exportações do agronegócio baiano

O documento é produzido mensalmente pela Assessoria Econômica da Faeb, com base em dados de referência de diversas instituições, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), através do Agrostat; Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); e Comex Stat.


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Pasto seco: capiaçu e kurumi são a solução da Embrapa para sua fazenda


As forrageiras BRS Capiaçu e Kurumi surgem como alternativas estratégicas para o pasto seco em sua fazenda, garantindo segurança alimentar, alta produtividade e redução de custos na alimentação do gado.Assista ao vídeo.

Pecuaristas, o desafio das mudanças climáticas, com secas cada vez mais severas, e a oscilação dos preços dos insumos exigem um planejamento forrageiro e nutricional eficiente.

Em tempos de pasto seco, ter alternativas viáveis e de alta qualidade para a alimentação do gado é crucial para a rentabilidade da fazenda.

A Dinapec 2025, realizada em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, sede da Embrapa Gado de Corte, foi palco de importantes pesquisas que visam a sustentabilidade e a inovação na produção pecuária.

Entre as ferramentas apresentadas, destacaram-se as forrageiras BRS capiaçu e BRS kurumi, que oferecem soluções robustas para o desafio do pasto seco.

BRS capiaçu: a fábrica de ração na fazenda

Lavoura de capiaçu. Foto: Divulgação/EmbrapaLavoura de capiaçu. Foto: Divulgação/Embrapa
Lavoura de capiaçu. Foto: Divulgação/Embrapa

O BRS capiaçu, que completa 10 anos de proteção, consolidou-se como uma alternativa crucial na alimentação do gado, especialmente no período de inverno, quando o valor nutricional das pastagens diminui drasticamente.

Paulino Andrade, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, ressalta que o capiaçu tolera veranicos e a falta de chuva melhor que outras opções de forrageiras, o que o torna ideal para enfrentar os desafios climáticos da pecuária brasileira.

Suas características o tornam uma verdadeira “fábrica de ração na fazenda”, oferecendo múltiplos benefícios:

  • Alto potencial produtivo e boa qualidade nutricional: Permite que produtores, inclusive em regiões como Cassilândia, no estado de Mato Grosso do Sul, produzam o próprio volumoso, barateando significativamente o custo da alimentação do rebanho.
  • Segurança alimentar: Garante que o produtor tenha com o que alimentar seus animais no período seco, reduzindo a dependência de insumos externos e a vulnerabilidade do sistema produtivo.
  • Democrático: É uma tecnologia acessível desde o pequeno ao grande produtor, servindo como base do volumoso tanto para gado confinado (corte) quanto para vacas confinadas (leite).

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a Embrapa tem se empenhado em disseminar o conhecimento sobre seu manejo e utilização correta através de cursos, palestras e treinamentos em todo o país.

Manejo do capiaçu: pontos de atenção

capim-elefante BRS Capiaçu, da Embrapacapim-elefante BRS Capiaçu, da Embrapa
Foto: Rubens Neiva/Embrapa

Para que o BRS capiaçu entregue todo o seu potencial produtivo, alguns pontos de manejo são fundamentais e devem ser rigorosamente observados:

  • Plantio correto e fósforo na base: Começar bem, com análise de solo e correção adequada (principalmente com fósforo na base), é essencial para um bom estabelecimento da cultura.
  • Reposição de nutrientes: Por ser uma forrageira altamente produtiva (podendo gerar até 300 toneladas de matéria verde por ano), o capiaçu extrai muitos nutrientes do solo. A reposição adequada (via adubação química e orgânica) é crucial para manter a produtividade ao longo do tempo e evitar a necessidade de replantio precoce.
  • Ponto de ensilagem: O material deve ser ensilado com cerca de 20% de matéria seca. A altura de corte varia, então a recomendação mais segura é determinar a matéria seca com o uso de um micro-ondas e uma balança de cozinha (o passo a passo detalhado está disponível no site da Embrapa Gado de Leite). Essa metodologia de determinação de matéria seca é válida para qualquer tipo de silagem e também para o manejo de pastejo rotacionado.

Em caso de dúvidas, a Embrapa recomenda que os produtores procurem um técnico agrônomo ou zootecnista de sua região, seja em cooperativas, Emateres, Agraer ou Apta.

Além do BRS capiaçu, a Embrapa apresentou o BRS kurumi, outra ferramenta estratégica para baratear o custo de produção e melhorar a margem na alimentação animal. O kurumi é um capim elefante anão, com internódios curtos, o que o torna ideal para pastejo direto.

Suas vantagens incluem:

  • Altura de pastejo ideal: Facilita o consumo pelo gado, promovendo um pastejo mais eficiente e uniforme.
  • Alta palatabilidade: Os animais demonstram grande aceitação e gostam muito de consumir essa forrageira.
  • Alta digestibilidade: Permite um melhor aproveitamento dos nutrientes pelo rebanho, resultando em maior ganho de peso ou produção de leite.
  • Rico em proteína e energia: Sua composição nutricional reduz a necessidade de concentrado na dieta, gerando economia para o produtor.

A combinação estratégica do BRS kurumi para pastejo direto e o BRS capiaçu para volumoso conservado (silagem, por exemplo) resolve grande parte dos problemas de alimentação do produtor, seja ele de gado de leite ou de corte.

Ambas as forrageiras têm um rendimento extraordinário por hectare, produzindo muita matéria seca acumulada por dia, e são ricas em nutrientes, digestíveis e palatáveis. O único cuidado com o kurumi é não deixar a forrageira passar do ponto ideal de corte para pastejo, para manter suas qualidades nutricionais.



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Suco de laranja e castanhas não serão taxados por Trump



O decreto publicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializa a promessa de taxar em 50% os produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano.

Contudo, conforme declaração do secretário de Comércio do país, Howard Lutnik, alguns produtos, cuja dependência do mercado brasileiro é maior, ficaram de fora do tarifaço. São os casos do suco de laranja, das castanhas, dos minérios e aviões, além de produtos celulósicos e madeira.

Entretanto, o café não escapou da sobretaxa. Atualmente, o Brasil é responsável por 33% do grão consumido nos Estados Unidos, população que mais ingere a bebida no mundo. Outro item que passará a ser taxado em 50% será a manga. Produtores brasileiros vendem, a cada ano, cerca de 2.500 contêineres da fruta aos norte-americanos.

Na prática, o decreto de Trump antecipa o anúncio, visto que as medidas entrariam em vigor apenas na sexta-feira (1º de agosto), mas, agora, passam a valer após sete dias da publicação do decreto, ou seja, em 6 de agosto.

No documento publicado no site da Casa Branca com o anúncio das sobretaxas comerciais, coloca-se como motivo das sanções as “políticas, práticas e ações recentes do governo do Brasil que ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”.

O texto continua: “membros do governo do Brasil tomaram medidas que interferem na economia dos Estados Unidos, infringem os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos, violam direitos humanos e minam o interesse dos Estados Unidos em proteger seus cidadãos e empresas.”



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Período de estiagem reforça importância da união dos produtores em MT



O período de estiagem em Mato Grosso é marcado por altas temperaturas, baixa umidade do ar e vegetação ressecada, cenário que favorece a rápida propagação de incêndios. Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBM-MT), 27,7% dos focos registrados em 2024 ocorreram em Terras Indígenas, o que reforça a necessidade de vigilância constante, principalmente em áreas limítrofes.

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Diante desse cenário crítico, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) fortalece a cooperação entre agricultores para conter e prevenir o avanço das chamas. Em diversas regiões do estado, produtores se organizam em uma verdadeira força conjunta de enfrentamento.

Experiências dos produtores

A produtora Josi Paula Souza, de Água Boa, vive essa realidade de perto. Sua propriedade faz divisa com território indígena e já sofreu prejuízos devido às queimadas no período de estiagem. “Na nossa propriedade, eventualmente ocorrem incêndios causados por indígenas. É um trabalho constante de vigilância, pois precisamos cuidar da nossa área e da divisa com as terras indígenas.

Esse fogo atinge a pastagem e o solo, que demora muito para se recuperar. Ficamos um ano sem o pasto. É uma perda da pastagem e da terra também, que exige um longo período de recuperação”, relata.

Ações da Aprosoja MT para enfrentar a estiagem

O delegado do núcleo de Querência, Valdair Hauenstein Granja, afirma que o apoio mútuo entre vizinhos tem sido fundamental. ”Estamos sempre prontos para ajudar ou receber ajuda quando surge o fogo. A união é essencial para controlar o incêndio rapidamente e reduzir prejuízos. Ao menor alerta no grupo de WhatsApp, quem estiver mais próximo deve agir imediatamente”, reforça.

Na região de Querência, um grupo com mais de 300 produtores foi criado exclusivamente para essa finalidade. Já em Lucas do Rio Verde, a mobilização começa antes mesmo do início da seca. O delegado da Aprosoja local, Gilberto Eberhardt, explica que, em parceria com o Corpo de Bombeiros, os agricultores participaram de reuniões para mapear propriedades com geolocalização e identificar equipamentos disponíveis.

“O que vemos é a união de todos para se preparar no combate aos incêndios. Recentemente, tivemos uma reunião com o Corpo de Bombeiros, no Sindicato Rural, para mapear todas as propriedades com geolocalização. A ideia é que cada produtor informe os equipamentos disponíveis em sua propriedade para o combate ao fogo. É fundamental que todos os produtores acessem o site da Aprosoja MT, onde estão disponíveis informações para prevenir e saber onde buscar ajuda”, destaca Gilberto.



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Bem-estar animal melhora produtividade, manejo e relação no agro



Cada vez mais produtores rurais têm percebido que investir em bem-estar animal vai muito além de uma escolha ética trata-se de uma estratégia eficaz para melhorar os resultados da fazenda. A produtora Paula Prado, que migrou do mundo corporativo para assumir a gestão da fazenda da família, é prova disso.

Ao trazer práticas de manejo mais humanizadas, sem custos iniciais e baseadas no respeito e na confiança com a equipe, ela colheu frutos tanto no comportamento do rebanho quanto nos resultados financeiros da propriedade.

Ações práticas que fazem a diferença

Paula implementou mudanças comportamentais no manejo antes mesmo de qualquer investimento financeiro. Entre as ações:

  • Eliminação do uso de esporas e choque no trato com a tropa e o gado
  • Relacionamento baseado em respeito com a equipe, refletido no cuidado com os animais
  • Aproveitamento de recursos naturais, como águas limpas e sombreamento
  • Escolinha de bezerros: ambientação gradual ao curral, em pequenos lotes
  • Massagem em bezerros recém-nascidos, associada ao manejo humanizado

Todas essas práticas visam reduzir o estresse dos animais, melhorar sua interação com os peões e criar uma rotina mais equilibrada.

Benefícios visíveis na produtividade

O impacto dessas mudanças vai além do comportamento do rebanho. Paula percebeu:

  • Redução no batimento cardíaco e gasto calórico dos animais devido ao sombreamento
  • Menor perda de carne por hematomas em decorrência do manejo agressivo
  • Melhoria no ganho de peso e na qualidade da arroba
  • Água sempre limpa e disponível, com manutenção constante dos bebedouros

Esses resultados se traduzem em ganhos financeiros reais, reforçando que o bem-estar animal é uma prática sustentável e economicamente viável.

Manejo humanizado: uma cultura que transforma

Além dos ganhos zootécnicos, o manejo humanizado transformou o relacionamento entre equipe, gestão e rebanho. A experiência prévia de Paula em recursos humanos permitiu aplicar princípios de confiança, comunicação e respeito valores que refletem diretamente na produtividade e no bem-estar de todos os envolvidos.

Liderança feminina e transformação no campo

Mesmo enfrentando preconceitos por ser mulher, urbana e gestora à distância, Paula mostrou que é possível liderar com firmeza e empatia. Sua atuação prova que a sensibilidade feminina é uma aliada estratégica para integrar equipes, promover acolhimento e gerar impacto positivo na comunidade.

“Se faz bem para o animal, faz bem para quem cuida, para quem consome e para quem vive esse agro todos os dias.”

Acompanhe a entrevista que Paula Prado deu ao programa A Protagonista:



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