O setor do agronegócio acompanha com atenção os próximos passos do Projeto de Lei que trata do Licenciamento Ambiental no Brasil. A proposta, já aprovada pelo Congresso, aguarda sanção presidencial e deve trazer mudanças importantes na forma como atividades rurais e empreendimentos são licenciados. Especialistas alertam, porém, para pontos do texto que podem gerar questionamentos jurídicos e até judicialização.
O advogado especialista em direito ambiental Leonardo Munhóz destacou, no quadro Será que é legal?, do Programa Planeta Campo, que dispositivos do projeto apresentam inconsistências com legislações anteriores e com decisões já consolidadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma delas envolve a aplicação do Licenciamento Ambiental por Compromisso (LAC) para atividades de médio impacto ambiental – prática que, segundo ele, não encontra respaldo histórico nem em normas nacionais, como a Resolução Conama 237, nem em legislações internacionais.
“O LAC sempre foi previsto para empreendimentos de pequeno impacto. Ao ampliar para médio impacto, o PL pode abrir margem para questionamentos judiciais e trazer insegurança jurídica para produtores e órgãos licenciadores”, afirmou Munhóz.
Outro ponto sensível do texto é a revogação de dispositivos da Lei da Mata Atlântica. O artigo 60 do PL retira trechos que atribuem ao Ibama a competência para autorizar a supressão de vegetação nativa no bioma. Para o especialista, essa alteração pode conflitar com a legislação atual, já que o licenciamento de atividades e a autorização para supressão de vegetação são processos distintos e deveriam ser tratados de forma separada.
Segundo Munhoz, o ideal seria alterar a Lei da Mata Atlântica por meio de um projeto específico, e não dentro de um PL voltado para o licenciamento ambiental. Essa sobreposição de normas, avalia ele, pode aumentar o risco de judicialização e gerar mais incerteza para empreendedores e órgãos ambientais.
O projeto de lei agora aguarda a decisão do Presidente Lula, que pode sancionar integralmente o texto, vetar trechos polêmicos ou editar medida provisória para buscar um meio-termo. Enquanto isso, o setor produtivo e organizações ambientais acompanham de perto a tramitação, preocupados com os impactos práticos da nova legislação na rotina do licenciamento e na preservação dos biomas.
Confira na íntegra o comentário de Leonardo Munhoz:
O mercado de soja iniciou a semana com poucas negociações e preços oscilando de forma mista nas principais praças do país. Segundo o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, nesta segunda-feira (28), a nova baixa registrada em Chicago foi compensada por prêmios firmes e pela alta do dólar, o que ajudou a sustentar as cotações internas.
Apesar da melhora pontual nos preços em algumas regiões, o ritmo de comercialização permaneceu lento. A indústria demonstrou interesse na compra, mas o spread entre comprador e vendedor continuou elevado, o que manteve o mercado com pouca oferta.
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais baixos. O mercado foi pressionado pela combinação de ampla oferta mundial, a fraca demanda pelo produto norte-americano e a força do dólar frente a outras moedas.
A previsão de clima favorável às lavouras dos Estados Unidos, com diminuição do calor e ocorrência de chuvas, cria uma expectativa de grande safra no país, também influenciando de forma baixista.
As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 409.714 toneladas na semana encerrada no dia 24 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na semana anterior, as inspeções de exportação haviam atingido 377.020 toneladas. Em igual período do ano passado, o total foi de 408.582 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1º de setembro, as inspeções somam 47.203.279 toneladas, contra 42.770.645 toneladas no mesmo intervalo da temporada anterior.
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 10,00 centavos de dólar ou 1%, a US$ 9,88 3/4 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,11 1/2 por bushel, perda de 9,50 centavos ou 0,93%.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 2,80, ou 1,02%, a US$ 269,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 56,55 centavos de dólar, com ganho de 0,06 centavo ou 0,1%.
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,54%, sendo negociado a R$ 5,5921 para venda e a R$ 5,5901 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5688 e a máxima de R$ 5,6063.
Indígenas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão e Tocantins participaram, em junho e julho, das duas primeiras turmas do “Curso de Formação de Pilotos Remotos Brigadistas (CFPR Brigadistas)”, promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Realizada em Brasília, a ação tem como objetivo formar brigadistas para utilização de drones para monitoramento e controle de incêndios florestais.
A iniciativa, fruto de parceria entre o órgão e a Fundação Bunge, prevê, de 2025 a 2029, apoio a até 40 brigadas indígenas por meio de formações e auxílio na estruturação e funcionamento de salas de situação móveis nos cinco estados brasileiros.
O curso conta com aulas teóricas e práticas sobre regulamentações, meteorologia e planejamento de voo com drones, além de ações em campo que simulam situações que poderão ser enfrentadas em seus territórios.
“Eu acho importante essa mesclagem do nosso uso com essa tecnologia avançada. É importante não descartar nosso conhecimento tradicional, mas sim complementá-lo”, afirma o chefe da brigada pronto emprego da Terra Indígena Xerente, em Tocantínia (TO), Gildimar Sitrê Xerente.
Dados da plataforma Monitor do Fogo, do Mapbiomas, mostram que 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2024, uma área maior do que o território da Itália, o que representa um crescimento de 13,6 milhões de hectares em relação a 2023.
“A parceria com a Fundação Bunge vem em um momento muito oportuno. Essa proposta da Fundação, de termos esses drones com os brigadistas nas operações, nos traz uma segurança maior de que, numa frente de combate em cenários muito intensos, um brigadista pode levantar o drone, fazer o mapeamento, ver como o fogo está se comportando, e tomar uma decisão mais eficiente e segura para enfrentar esses incêndios, que estão cada vez mais perigosos”, considera a coordenadora-geral do Prevfogo/Ibama, Flávia Saltini Leite.
Participam também da parceriao Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e a Coordenação de Operações Aéreas (Coaer), do Ibama.
O estado do Rio Grande do Sul encerrou a semana com vendas tímidas de soja e compradores focados no longo prazo, segundo informações da TF Agroconômica. “Pagamento Agosto R$ 139,00 (+0,22%) pagamento 30/08, setembro R$ 143,50 pagamento 30/09, outubro R$ 145,00 pagamento 30/10. No interior os preços de fábricas seguiram o balizamento de cada praça. R$ 134,00 (+2,29%) Cruz Alta – Pgto. 30/08 – para exportador, R$ 132,00 (+0,76%) Passo Fundo – Pgto. fim de agosto, R$ 132,00 Ijuí – Pgto. 30/08 – para fábrica R$ 133,00 Santa Rosa / São Luiz – Pgto. 24/08. Preços de pedra em Panambi caíram para R$ 123,00 a saca ao produtor”, comenta.
Comercialização lenta e estrutura pressionada em Santa Catarina. “A lentidão nas vendas preocupa, já que o aumento da produção pressiona uma capacidade de armazenagem e logística que já está sobrecarregada com a chegada da safra de inverno. No porto de São Francisco, a saca de soja é cotada a R$ 137,19 (-1,16%)”, completa.
Oferta elevada e déficit de armazenagem pressionam o mercado de soja no Paraná. “Em Paranaguá, o preço chegou R$ 137,30 (+0,81%). Em Cascavel, o preço foi 124,97 (+1,71%). Em Maringá, o preço foi de R$ 125,56 (+1,55%). Em Ponta Grossa o preço foi a R$ 126,39 (+3,20%) por saca FOB, Pato Branco o preço foi R$ 137,19 (-1,17%). No balcão, os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 118,00”, indica.
Vendas lentas e pressão logística marcam a soja em Mato Grosso do Sul. “A lentidão nas vendas segue preocupando, indicando cautela por parte dos produtores e desafios para escoar a produção em um mercado pressionado por uma capacidade estática de armazenamento que deixa a desejar, mas como já explicado anteriormente, isso se repete por todo o Brasil, pois a produção cresce mais rápido do que a estrutura. Em Dourados, o spot da soja ficou em R$ 120,65 (+0,02%), Campo Grande em R$ 120,80 (+0,14%), Maracaju em R$ 120,63, Chapadão do Sul a R$ 118,24 (-1,09%), Sidrolândia a em R$ 125,09”, informa.
Mato Grosso amplia exportações para a China, mas enfrenta gargalo logístico crítico. “Campo Verde: R$ 118,20 (+0,15%). Lucas do Rio Verde: R$ 116,66, Nova Mutum: R$ 114,30 (+0,18%). Primavera do Leste: R$ 119,88 (+1,58%). Rondonópolis: R$ 119,88 (+1,58%). Sorriso: R$ 111,38”, conclui.
A última semana de julho será marcada pelo predomínio do tempo seco em grande parte do Brasil, especialmente nas áreas centrais. Segundo dados da meteorologia do Canal Rural, a condição favorece o avanço da segunda safra, como o milho safrinha e o sorgo, mas também colabora para o aumento da secura no solo.
A região Norte é uma exceção e deve seguir com chuvas constantes. Em algumas áreas, os volumes podem ultrapassar 50 milímetros. O litoral leste do Nordeste também mantém acumulados positivos, favorecendo o abastecimento hídrico.
No Sealba, área que compreende Sergipe, Alagoas e o nordeste da Bahia, a umidade do solo continua elevada, o que contribui para o bom desenvolvimento da terceira safra.
No Sul, após as chuvas do fim de semana, o tempo seco volta a predominar nos próximos dias. Até o início de agosto, a previsão do tempo indica baixos volumes de precipitação. Apesar da entrada de umidade em algumas áreas do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva prevista é fraca e não deve atrapalhar os trabalhos em campo.
A passagem de uma frente fria seguida por uma massa de ar frio derruba as temperaturas no Sul e Sudeste. Em Araçatuba, por exemplo, a quarta-feira deve começar com 9 graus e atingir máxima de 25 graus.
Há ainda previsão de geada em algumas áreas do Sul nesta terça-feira, dia 29, e até possibilidade de neve na serra catarinense e na serra gaúcha.
Pecuaristas, a busca por maior lucratividade na pecuária brasileira, especialmente em nosso clima tropical, tem levado muitos a explorar o potencial do gado tricross. Assista ao vídeo e confira a resposta completa.
Mas, em meio a tantas opções, quais são as combinações genéticas que realmente trazem resultado, evitando problemas de adaptação e de parto, que podem comprometer a rentabilidade?
Nesta terça-feira (28), o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos e autor do blog “Crossbreeding”, respondeu a essa dúvida frequente no quadro “Giro do Boi Responde”.
Ele detalhou como criar fêmeas tricross verdadeiramente tropicalizadas que prosperam sob o calor e a umidade característicos do Brasil.
Para que uma fêmea tricross tenha boa longevidade e desempenho em pastos tropicais, ela precisa, antes de tudo, ser tropicalizada.
Isso significa, em resumo, que ela deve apresentar as características de pelo curto, liso e brilhante, que conferem uma melhor termorregulação e, consequentemente, maior conforto e produtividade em climas quentes.
A regra é clara e fundamental para o sucesso: fêmeas tropicais devem ter, no máximo, meio-sangue de raças do frio (europeias) em sua composição genética.
Se o pecuarista já possui uma fêmea meio-sangue europeia (como angus x nelore, hereford x nelore, ou simental x nelore), o próximo cruzamento deve ser realizado com uma raça tropical.
O resultado desse acasalamento será um animal final com 75% de sangue tropical, ideal para as condições brasileiras.
Para dar continuidade a um sistema que aproveita a fêmea filha da meio-sangue e garante sua adaptabilidade, Alexandre Zadra recomenda as seguintes raças tropicais para o cruzamento tricross:
Outras raças também estão evoluindo em sua capacidade de adaptabilidade aos trópicos, como o bonsmara e o canchim.
No entanto, o canchim, por ser formado com charolês, é mais indicado para um cruzamento terminal, visando o abate, e não necessariamente a formação de fêmeas de reposição para o clima tropical.
O brangus também tem rebanhos que demonstram melhoria em sua adaptabilidade, e fêmeas com pelo curto podem ser selecionadas para uso no Brasil tropical.
A mensagem principal para o pecuarista é que, para qualquer fêmea ser selecionada como uma boa reprodutora em ambientes quentes e úmidos, ela deve, obrigatoriamente, apresentar as características de pelo curto, liso e brilhante.
Essa característica é a base para o sucesso do gado tricross no Brasil, garantindo que as fêmeas consigam se manter produtivas e lucrativas mesmo sob as condições desafiadoras do nosso clima tropical.
Plantar, colher e viver do que a terra dá. Essa é a rotina de muitos brasileiros que sustentam suas famílias e abastecem mesas em todo o país. Nesta segunda-feira (28), é celebrado o Dia do Agricultor, uma data que homenageia esses profissionais essenciais para a economia, alimentação e o desenvolvimento do Brasil.
Um desses exemplos é Raimundo Ferreira. Há três anos, ele deixou o Sul do Tocantins para viver no Oeste da Bahia exclusivamente da agricultura.
Criado na roça, vivia da pecuária e agora dedica os dias à lida com a terra, numa propriedade às margens do Rio Branco, em Riachão das Neves (BA).
“Eu trabalhava mais pros outros do que pra gente. A gente trabalhava como funcionário, era só pra ter o sustento”, relembra Raimundo.
Agora, vivendo de forma simples e próximo à natureza, Raimundo não apenas garante o sustento da própria família.
O que ele produz é direcionado à alimentação escolar da região, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Somente na primeira quinzena de julho, ele e a Associação de Pequenos Produtores Rurais do Assentamento Rio Branco entregaram mais de 1.500 pés de alface para escolas de municípios vizinhos.
A produção na propriedade é diversificada e inclui peixe, abelhas, hortaliças, feijão, milho, mandioca e batata.
“O que der aqui, a gente está produzindo. A terra é generosa, e a gente faz de tudo um pouco”, conta o agricultor.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia é o segundo estado do Brasil com maior número de pessoas ocupadas na agricultura.
São 910 mil trabalhadores acima de 14 anos atuando no setor. Minas Gerais lidera o ranking nacional, com mais de 1 milhão de pessoas empregadas no campo.
Os dados mais recentes do IBGE, de 2024, englobam também trabalhadores da pecuária, pesca, aquicultura e produção florestal.
Em todo o país, 7.888 milhões de pessoas vivem da agricultura e atividades relacionadas.
“Trabalhar na roça, pra mim, é uma grande satisfação. É um legado que nossos pais deixaram pra gente, e que a gente está dando continuidade. Aqui o serviço nunca para”, resume Raimundo
De Gramado, no Rio Grande do Sul, a produtora rural, Cássia Augsten, herdou a produção de morangos dos pais que já dura 40 anos.
A repórter, Eliza Maliszewski, conheceu plantação familiar que possui 12 estufas e 25 mil plantas. Augsten contou que faz o que ama e que a profissão que desempenha é um desejo de infância que foi realizado.
“Eu trabalho com que amo, sou apaixonada pela agricultura. Tem uma frase que utilizo muito é que “a vida é boa”. Não tem um dia sequer em que eu não acorde e vá feliz trabalhar, eu acho que isso é a coisa principal na vida da gente, a gente fazer o que gosta, e é isso, a vida é boa!”, finaliza Cássia.
Neste Dia do Agricultor, histórias como a do Raimundo e Cássia são símbolos da força e da importância de quem cultiva alimentos e promove crescimento econômico do país.
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Até o dia 2 de agosto, a 42ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador reúne animais de norte a sul do Brasil em um espetáculo de marcha e beleza no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, MInas Gerais.
O tema desta edição é “Tradição se honra, legado se constrói” e convida para revisitar o passado, celebrar o presente e planejar o futuro da raça que é sinônimo de paixão, mas também de renda aos criadores do país.
De acordo com a Esalq/USP, a cadeia do mangalarga marchador movimenta R$ 11,7 bilhões ao ano, o que corresponde a 31% de toda a equideocultura nacional.
Ao todo, são mais de 1600 cavalos que participam de diversas competições, trazidos por 505 expositores de 18 estados diferentes.
“O cavalo mangalarga marchador tem uma característica muito particular, muito especial, que é a marcha, além da índole, da inteligência, rusticidade. É um cavalo que aprende muito fácil, ele é muito dócil, além do conforto que ele traz para todos os usuários porque é um cavalo muito macio, muito cômodo, então é um animal especialmente completo como cavalo de cela”, diz o coordenador do colégio de jurados da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Tiago de Resende Garcia.
O diretor de Esportes e Provas da entidade, Maurício Camera Pierrotti, acredita que é possível levar todas essas características da raça a outros países. “A gente tem muito a crescer aqui no Brasil, mas não podemos deixar de pensar no mercado internacional. Temos ações nos Estados Unidos, com um núcleo bastante ativo. É um cavalo sem fronteiras. Ele nasceu em Minas Gerais, conquistou o Brasil e o sonho é aumentar um pouco mais. O mundo é grande demais”, sintetiza.
Para manter a sanidade e o bem-estar dos animais, a 42ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador exalta, também, a importância da sanidade animal, o que engloba desde os tratadores aos médicos veterinários.
A chefe de fiscalização do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), Rafaela Lopes Assis Luns, conta que, na medicina veterinária, a fiscalização se inicia nas propriedades. “No caso de um evento desse tamanho, cada aras tem um médico veterinário que vai, inicialmente, emitir os exames que engloba desde o transporte até os exames sanitários. E essa parte da responsabilidade técnica é o objetivo, é um dos pontos da fiscalização do conselho. A gente pode dizer que essa parte inicial da fiscalização, que às vezes não é vista aqui no momento, ela é um passo essencial do animal saudável.”
O CRMV-MG está presente na exposição com uma unidade imóvel que oferece atendimento aos médicos veterinários e zoocnistas, mas a participação ocorre também na fiscalização dos animais neste e em outros grandes eventos. Essa atuação fundamental terá cada vez mais destaque na tela do Canal Rural com uma parceria inédita.
“Sem o médico veterinário, não se come, não é possível saborear alimentos saudáveis, consumir carne de primeira qualidade livre de doenças. Então o médico veterinário é responsável não só pela qualidade dos animais, pela clínica, pela cirurgia, principalmente nesse evento que se trata de equinos, mas também é responsável pela saúde e bem-estar do ser humano”, .
Após um ano de retração, o setor de máquinas e implementos agrícolas começa a mostrar sinais de recuperação. Em maio, as vendas somaram R$ 6,5 bilhões, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o novo Plano Safra já em vigor, a expectativa é que os financiamentos ajudem a impulsionar ainda mais o setor.
Para Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Abimaq, o bom desempenho é reflexo direto da safra mais favorável em 2024.
“No ano passado, tivemos uma seca muito severa, que comprometeu a safra em praticamente todo o país. A produtividade caiu e, com isso, a rentabilidade dos agricultores também. Este ano, o cenário é o oposto: a safra está indo muito bem, a produtividade aumentou e estamos conseguindo recuperar mercado”, afirma.
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Outro fator que deve contribuir para o crescimento do setor é o avanço da mecanização da agricultura brasileira, especialmente na agricultura familiar.
“Firmamos uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para incentivar a mecanização entre os pequenos produtores. Propusemos a criação de um catálogo com as máquinas disponíveis no mercado, facilitando o acesso à informação. Sabemos que o agricultor familiar ainda enfrenta dificuldades nesse sentido”, explica Estevão.
Quanto ao impacto do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos, o presidente da câmara setorial minimiza os efeitos diretos sobre as exportações brasileiras de máquinas agrícolas, mas alerta para impactos indiretos no setor.
“Apenas 10% das exportações brasileiras de máquinas agrícolas têm como destino os EUA, o que representa cerca de 1,3% do nosso volume total de vendas. O maior impacto será sobre o agricultor brasileiro, caso a medida se prolongue. Com uma oferta maior de produtos como café, laranja e carne bovina no mercado interno, pode haver queda nos preços. Isso reduz a rentabilidade do produtor e, consequentemente, sua capacidade de investir em máquinas”, conclui.