segunda-feira, junho 16, 2025

Autor: Redação

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Bahia Farm Show 2025 vai até sábado (14) no Oeste da Bahia


Começou nesta segunda-feira (9), umas das maiores feiras de tecnologia agrícola e negócios do Brasil. De acordo com a organização, a Bahia Farm Show 2025 tem expectativa de receber mais de 100 mil pessoas para conhecerem as mais modernas tecnologias, com a exposição de mais de mil marcas.

Nesta terça-feira (10), à partir das 10 da manhã, a cerimônia de abertura oficial do evento será realizada com a presença de autoridades federais e estaduais.

Segundo o coordenador da Bahia Farm Show, Alan Malinski, além do governador da Bahia, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro são algumas das autoridades confirmadas.

Uma das novidades é o novo estacionamento, reconfigurado para comportar até 7 mil veículos por dia. Antes localizado à beira da BR-242, o espaço agora foi transferido para a parte posterior do parque, oferecendo mais segurança e comodidade para os visitantes e expositores.

Bahia Farm Show 2025Bahia Farm Show 2025
Imagem: Guilherme Soares/Canal Rural Bahia

A mobilidade sustentável também ganha protagonismo com a implantação de veículos elétricos circulando pelas vias periféricas da feira, facilitando o deslocamento do público de forma eficiente e ecológica.

Além disso, o evento deve receber mais de 75 caravanas com cerca de 3.600 pequenos e médios produtores rurais. Outra inovação é o aplicativo oficial da Bahia Farm Show, que utiliza tecnologia de geolocalização para guiar os visitantes até os estandes desejados, otimizando tempo e experiência de navegação pelo parque.

O presidente da Bahia Farm Show e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Moisés Schmidt, reforça que além da estrutura física, a feira deste que tem como tema “Agro Inteligente, Futuro Sustentável”, será marcada pela apresentação da maquete interativa do Plano Diretor do Complexo Bahia Farm Show – Visão 2050. “Estamos com isso planejando o futuro, projetando a expansão e modernização da feira ao longo das próximas décadas, em uma área de 200 hectares”, afirma.

Inovação 

A feira contará pela primeira vez com o Programa Pro Bahia, em parceria com o Governo do Estado, que visa incentivar a modernização do maquinário agrícola, oferecendo condições especiais de aquisição e atendimento direto aos produtores durante o evento.

Outra iniciativa de destaque é o projeto “Vozes do Agro”, criado para ampliar o diálogo entre o campo e a sociedade. O espaço servirá como arena para debates, escuta e compartilhamento de ideias entre diferentes agentes do setor agropecuário.

Na área da segurança, a edição 2025 se destaca por ser a primeira a iniciar já com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Toda a feira será monitorada por câmeras de alta precisão, integradas à Sala de Situação do Centro de Apoio ao Expositor (CAEX), em operação conjunta com a Polícia Militar e o Centro de Operações Integradas (COI), garantindo vigilância em tempo real.

Os ingressos para a Bahia Farm Show 2025 pode ser adquirido antecipadamente pelo site: www.bahiafarmshow.com.br.


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Gado sindi da Embrapa é reconhecido como um dos mais puros do Brasil


A Embrapa Semiárido, em Pernambuco, obteve o registro de Pureza de Origem (PO) para seu rebanho da raça sindi, após quase dois anos de trabalho técnico. A certificação foi concedida pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e reconhece a qualidade genética de 91 animais, entre machos e fêmeas.

O reconhecimento chancela a origem do rebanho e permite à Embrapa ampliar a oferta de material genético certificado, como sêmen, embriões e exemplares vivos. Esses recursos serão direcionados a pecuaristas que atuam em áreas de clima quente e seco, como o Semiárido brasileiro.

Segundo o pesquisador Rafael Dantas, responsável pelo Núcleo de Conservação da raça sindi, o rebanho da Embrapa é hoje um dos mais puros do país. “Agora poderemos disponibilizar esse material genético com certificação, contribuindo para a melhoria da pecuária regional”, afirmou.

A certificação foi viabilizada com apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), que articulou os trâmites junto à ABCZ. O processo envolveu inspeções técnicas, exames de DNA e validação documental rigorosa.

Gado sindi. Foto: Marcelino Ribeiro/Embrapa

Para o conselheiro da ABCZ José Kléber Calou Filho, é fundamental esse trabalho que as entidades e a Embrapa fizeram para oferecer à pecuária um rebanho com a genética tipicamente sindi. “Ganha não só o Semiárido, mas toda a pecuária nacional”, destaca.

Calou ressalta que vai ser de grande interesse para os produtores de sindi incluir em seu rebanho a genética que está recebendo esse registro. “É um material rico nessa genética zebuína, que vem fortalecer a cadeia do sindi no Brasil, uma das raças que mais está crescendo no cenário da pecuária nacional”, afirma.

A raça sindi, originária do Paquistão, é conhecida por sua rusticidade, resistência ao calor e capacidade de produzir carne e leite mesmo em ambientes adversos. Com menor exigência nutricional, é ideal para regiões com escassez de alimento e água.

Foto: Marcelino Ribeiro/Embrapa

Além da conservação, os animais da Embrapa são usados em estudos de nutrição, sanidade e cruzamento com outras raças, visando o aumento da produtividade. O rebanho é mantido fechado desde sua origem, com linhagem direta de animais importados em 1952.

Parte desse material genético também está preservado em um banco de germoplasma da Embrapa, garantindo a segurança genética da raça para futuras gerações frente às mudanças climáticas.



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AgroNewsPolítica & AgroSafra

Cenoura/Cepea: Safra gaúcha é favorecida pelo clima ameno


oferta de cenouras em Caxias do Sul (RS) está elevada, e em geral, com qualidade muito boa. Até o momento, clima ameno e as chuvas controladas favoreceram o desenvolvimento, porém vale ressaltar que a Climatempo prevê um acumulado de 63 mm nos próximos 15 dias– com concentração nos dias 20 e 25. Em relação ao mercado, nesta semana (12 a 16/05), o cenário foi de estabilidade nas cotações, e a caixa da “suja” de 29 kg foi vendida à média de R$ 23,33. Colaboradores do Hortifrúti/Cepea relataram que o número de pedidos caiu e a saída ficou lenta, o que impossibilitou novos aumentos de preço. Além disso, o receio é que há um grande volume de cenouras na roça em ponto de colheita e, se não forem comercializadas, o resultado pode ser novamente um excesso de produtos tipo G (fora do padrão de comercialização ideal, como o 3A).

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Pequenos negócios impulsionam a sustentabilidade e fortalecem o Brasil na COP30



Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, publicou um artigo no site da Agência Sebrae de Notícias (ASN) explicando: ‘Por que as pequenas empresas são essenciais na COP30?

No artigo, Lima destacou que a COP30 – que acontece em novembro, em Belém (PA) -, será uma chance para o Brasil mostrar que é possível gerar renda mantendo a floresta em pé.

“A COP30 não pode ser apenas um palco para grandes corporações e governos. Ela precisa ser um espaço para que pequenas empresas compartilhem suas experiências e suas soluções”, afirmou Lima.

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O presidente do Sebrae citou ainda, alguns projetos que trabalham com a diversidade e sustentabilidade como em Rondônia, Meu Pé de Árvore que recupera áreas degradadas com sistemas produtivos. No Pará, o Viveiro Ardosa cuida da diversidade genética da floresta. E no Maranhão, a Memória Ancestral desenvolve produtos com base no conhecimento tradicional e na ciência.

“Mais de 32% dos pequenos negócios no Brasil já adotam práticas sustentáveis, trocando o modelo de “extrair e descartar” por um ciclo de reutilização e reaproveitamento. São iniciativas que inspiram, geram renda e fortalecem as comunidades.”



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AgroNewsPolítica & Agro

mercado segue volátil e cada centavo importa



Outro ponto de destaque é o estoque no Mato Grosso



Outro ponto de destaque é o estoque no Mato Grosso
Outro ponto de destaque é o estoque no Mato Grosso – Foto: Canva

Segundo informações do Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE), acompanhadas dos dados do CEPEA divulgados em 5 de junho de 2025, o mercado do feijão-carioca apresentou movimentações contrastantes entre as regiões produtoras. Apesar de ainda registrar lentidão nas negociações, o setor não está parado, e cada centavo por saca segue sendo decisivo para o produtor que abastece o prato do brasileiro.

No Noroeste de Minas, o preço subiu 1,72% no dia, chegando a R$ 207,50 por saca, mesmo com retrações semanais (-1,78%) e mensais (-1,85%). A alta pontual pode sinalizar uma disputa localizada entre compradores ou até mesmo o início de uma reversão de tendência. A oferta está em ajuste, o que torna essencial acompanhar os próximos movimentos de mercado com atenção.

Já a Metade Sul do Paraná registrou a maior queda diária do país, com recuo de 5,07%, cotando a R$ 187,01/sc. As quedas acumuladas são expressivas: -7,76% na semana e -2,91% no mês. A pressão vendedora intensa pode refletir tanto a necessidade de escoar grãos fora do padrão “top” quanto o desânimo do produtor frente ao cenário desafiador da comercialização local, que continua entre os mais frágeis do Brasil.

Outro ponto de destaque é o estoque no Mato Grosso: cerca de 200 mil sacas de Feijão-carioca da safra anterior, armazenadas em câmaras frias com 10% de umidade, estão sendo vendidas entre R$ 190 e R$ 200 com nota fiscal. Esses volumes seguem principalmente para o Nordeste e Mato Grosso do Sul. Já em Itapeva (SP), o Feijão-carioca tipo nota 9 a 10 fechou a R$ 277,22 (-1,62% no dia), enquanto na Metade Sul do PR a mesma qualidade atingiu R$ 248,75 com alta de 1,53% no dia e de 5,85% na semana.





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Exportação de carne bovina avança 33,5% e a de aves recua 12% em junho



A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou nesta segunda-feira (9) os volumes totais, médias diárias e receitas das exportações do complexo carne brasileiro (aves, suína e bovina) nos primeiros cinco dias úteis de junho.

Enquanto os embarques das proteínas do boi e do porco subiram, as de franco caíram, decréscimo causado pelos embargos de compras de mais de 40 países em decorrência da gripe aviária identificada em granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

Acompanhe os números:

Exportações de carne de aves

As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 160,833 milhões em junho, com média diária de US$ 32,166 milhões.

A quantidade total exportada pelo país chega a 89,765 mil toneladas, com média diária de 17,953 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.791,7.

Em relação ao mesmo período de junho de 2024 (cinco dias úteis):

  • Recuo de 11,7% no valor médio diário;
  • Baixa de 12% na quantidade média diária;
  • Valorização de 0,4% no preço médio.

Embarques de proteína bovina

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 344,709 milhões em junho (5 dias úteis), com média diária de US$ 68,942 milhões.

A quantidade total exportada pelo país chegou a 64,225 mil toneladas, com média diária de 12,845 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.367,20.

Em relação a junho de 2024:

  • Alta de 60,4% no valor médio diário;
  • Ganho de 33,5% na quantidade média diária exportada;
  • Avanço de 20,2% no preço médio.

Vendas de carne suína

As vendas para destinos internacionais de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 65,296 milhões em junho (5 dias úteis), com média diária de US$13,059 milhões.

A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 24,938 mil toneladas, com média diária de 4,897 mil toneladas. O preço médio ficou em US$2.618,3.

Em relação a junho de 2024, os números foram os seguintes:

  • Alta de 18% no valor médio diário;
  • Avanço de 6,4% na quantidade média diária;
  • Alta de 10,9% no preço médio



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Tilapicultura registra melhor série histórica de crescimento de uma proteína no Brasil



A tilápia ganhou espaço no mercado internacional e se consolidou como a única espécie de peixe com status de commodity global. Atualmente, mais de 140 países comercializam a proteína animal.

De acordo com Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), o Brasil é hoje o terceiro maior exportador de tilápia para os Estados Unidos e deve registrar em 2025 um dos melhores desempenhos de sua história no comércio exterior.

Para o presidente da entidade, Francisco Medeiros, essa performance é impulsionada por uma série de fatores. “A tilápia é um peixe de sabor suave, preparo fácil e alto valor nutricional, o que contribui para sua aceitação mundial.”

Somado a isso, os recursos hídricos, clima propício, disponibilidade de insumos e, principalmente, empreendedores especializados em outras commodities contribuíram para a expansão da atividade no mercado brasileiro.

VBP da tilapicultura

No país, a Região Sul larga na frente na produção nacional, impulsionada pela concentração de empresas avícolas e adoção de sistema de integração.

De acordo com Medeiros, outro fator estratégico é a eticidade — que, quando bem manejada, eleva significativamente os índices de produtividade e pode facilmente ser incorporada à realidade das pequenas propriedades.

“Em números, o Valor Bruto de Produção (VBP) é estimado em R$ 6,6 bilhões por ano. Nos últimos 11, a tilapicultura cresceu mais de 10% ao ano, registrando a melhor série histórica de uma proteína no Brasil”, destaca.

Segundo ele, essa popularização favoreceu o desenvolvimento tecnológico em todas as etapas da cadeia, desde a genética e produção de vacinas até rações e equipamentos de processamento.

Para 2025, a expectativa é de crescimento contínuo, mesmo diante de oscilações no poder de compra e nos custos de insumos. “Temos um ambiente favorável, com geração de negócios em toda a cadeia produtiva. A tilápia continuará avançando nos próximos cinco anos, com destaque para as exportações e para o fortalecimento do mercado interno”, conclui Medeiros.



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Custos de produção elevados e preços pouco atrativos: os desafios para a próxima safra



O mercado global de soja encerrou a primeira semana de junho em meio a fatores externos determinantes para a formação dos preços. Segundo a plataforma Grão Direto, a retomada do diálogo comercial entre Estados Unidos e China, as condições favoráveis de clima no cinturão agrícola norte-americano e a desvalorização do dólar no Brasil foram os principais vetores de oscilação no período.

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Apesar de entraves comerciais ainda presentes, o anúncio de uma nova rodada de negociações entre Washington e Pequim trouxe um tom mais otimista ao mercado, com leve recuperação nos contratos futuros em Chicago. O contrato de julho de 2025 fechou a US$ 10,58 por bushel, alta semanal de 1,54%. O vencimento para março de 2026 avançou 0,95%, encerrando a US$ 10,60 por bushel.

No entanto, a boa evolução da safra norte-americana impôs limites ao avanço dos preços. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), 84% da área de soja já foi semeada, com 67% das lavouras classificadas como boas ou excelentes. O desempenho das plantações no Corn Belt reduziu o ímpeto comprador, mesmo em um ambiente geopolítico ainda instável.

Outro fator de contenção foi a aproximação do novo relatório de oferta e demanda global do USDA (WASDE), previsto para esta terça-feira, 11 de junho. A expectativa pelos dados gerou ajustes de posições ao longo da semana. No Brasil, os preços no mercado físico apresentaram leve valorização, acompanhando os movimentos dos contratos futuros, enquanto o dólar recuou 2,62%, fechando cotado a R$ 5,57.

Planejamento da próxima safra de soja

Com o avanço da colheita do milho safrinha, produtores brasileiros já iniciam o planejamento da soja 2025/26. O cenário, no entanto, impõe desafios. A combinação de preços pouco atrativos e custos de produção elevados pressiona as margens, especialmente em estados como Mato Grosso, Goiás, Tocantins e toda a região do Matopiba.

Em áreas de arrendamento, o quadro é ainda mais delicado, com estimativas já indicando margens negativas. Há risco de redução no ritmo de plantio, o que pode afetar a oferta, embora não haja garantia de reação imediata nos preços. A decisão sobre o tamanho da área cultivada será diretamente influenciada pelas condições climáticas e pela expectativa de produtividade.

Expectativa por avanço entre EUA e China

No cenário internacional, o mercado segue atento à possível retomada de compras chinesas. A China ainda possui posições em aberto para atender à demanda nos meses de agosto e setembro, antes da entrada da nova safra norte-americana. Um avanço nas negociações bilaterais, incluindo um encontro previsto entre Donald Trump e Xi Jinping, pode destravar novos embarques no curto prazo.

Esse fator tem sustentado uma leve recuperação técnica em Chicago, que pode ganhar força nos próximos dias, a depender dos desdobramentos diplomáticos.

Dólar em queda e impacto sobre preços

O câmbio também teve papel relevante nesta semana. A desvalorização do dólar frente ao real foi impulsionada por anúncios do governo brasileiro sobre medidas fiscais, como o fim da isenção de Imposto de Renda para LCI e LCA e a taxação de apostas. A volatilidade cambial, somada ao cenário externo, adiciona mais incertezas à formação dos preços da soja no mercado interno.



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quem paga a conta do desastre fiscal


Enquanto o Brasil enfrenta um rombo fiscal crescente e se discute como conter os gastos públicos, o Congresso Nacional demonstra, mais uma vez, que prefere sacrificar o que sustenta a economia a mexer em seus próprios privilégios.

Uma consulta feita pelo O Estado de S. Paulo e destacada pela revista Veja revela as seis medidas mais apoiadas por deputados e senadores para cortar despesas. Entre elas, o Plano Safra — essencial para garantir crédito a produtores rurais — aparece como a segunda mais citada pelos deputados para ser cortada.

Sim, o mesmo Plano Safra que ajuda a colocar comida no prato dos brasileiros e que impulsiona o único setor que ainda puxa o crescimento do país: o agro.

Plano Safra na mira, privilégios intactos

É estarrecedor que, em plena crise climática no Rio Grande do Sul, onde produtores perderam lavouras inteiras e acumulam dívidas que somam mais de R$ 100 bilhões, a resposta do Congresso seja cortar crédito rural, e não propor soluções estruturantes ou emergenciais.

Enquanto isso, os salários e benefícios dos próprios parlamentares continuam intactos:

  • Um deputado federal custa cerca de R$ 300 mil por mês aos cofres públicos.
  • Um senador custa em média R$ 700 mil por mês.
  • O Congresso administra um orçamento bilionário de R$ 60 bilhões em emendas parlamentares por ano.
  • Em 2027, o governo já admite que terá que pegar dinheiro emprestado para pagar essas emendas.

Ou seja: o agro pode perder recursos que geram produtividade e renda, mas as benesses políticas e eleitorais continuam garantidas no cheque especial do Tesouro Nacional.

Cortar o que funciona, preservar o que pesa

A consulta feita pelo Estadão mostra que, para a maioria dos parlamentares, é mais fácil penalizar o setor produtivo do que rever o custo do próprio sistema político. É uma inversão de prioridades que revela a incapacidade — ou a falta de vontade — de cortar na carne do poder.

Outras propostas, como rever salários de servidores de elite, cortar penduricalhos no Judiciário ou reduzir benefícios do Legislativo, nem sequer entraram nas principais listas de corte.

O agro: o único setor que entrega, mas que apanha

O agro responde por quase 25% do PIB brasileiro, lidera as exportações e gera superávit comercial ano após ano. E o que recebe em troca?

  • Logística precária.
  • Seguro rural ineficiente.
  • Insegurança jurídica com invasões de terra.
  • Agora, ameaça de cortes no financiamento via Plano Safra.

Enquanto isso, setores que pouco produzem continuam sendo sustentados por um Estado caro, lento e, muitas vezes, ineficiente.

Conclusão: chega de sacrificar quem produz

O que está em jogo é mais do que números no Orçamento — é uma escolha de país.
Vamos continuar punindo o setor que alimenta o Brasil e sustenta nossa balança comercial para manter os privilégios da política?

Se o Congresso Nacional quer responsabilidade fiscal de verdade, que comece por onde há gordura: salários milionários, auxílios desnecessários, estruturas inchadas e emendas eleitoreiras. Não pelo setor que trabalha de sol a sol, endividado e desamparado, como os produtores do Rio Grande do Sul.

O Brasil não pode aceitar que os incapazes de governar com responsabilidade exijam sacrifícios dos que ainda sustentam a economia.

Miguel Daoud

Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural


Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.



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Milho a R$ 40 a saca é reflexo de conjuntura internacional; o que esperar?



O principal produtor de milho do mundo, os Estados Unidos, está com 93% da área prevista semeada. De acordo com o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), 69% das lavouras se encontram com condições entre boas e excelentes.

Quanto ao mercado, após sucessivas quedas, os contratos futuros do cereal ensaiaram uma recuperação em Chicago na última semana, impulsionados por relatos de seca na China, outro importante produtor.

No Brasil, a B3 acompanhou esse movimento pontualmente, mas o mercado físico continuou travado, refletindo a cautela dos produtores e tradings. Por aqui, a a colheita da segunda safra avançou lentamente, com apenas 0,8% da área —abaixo dos 3,7% do mesmo período de 2024.

Em Chicago, o contrato de milho para julho de 2025 encerrou a US$ 4,42 por bushel, com leve recuo de 0,23% na semana. Na B3, o contrato com vencimento em julho de 2025 subiu 2,52%, encerrando a R$ 64,57 por saca.

Próximos passos do mercado do milho

A plataforma Grão Direto destaca os pontos que valem a pena ficar de olho no mercado do milho. Confira:

  • Demanda pressionada na 2ª safra: as estimativas de produção para o milho segunda safra no Brasil permanecem elevadas, com projeções que variam entre 105 e 108 milhões de toneladas. No entanto, apesar da perspectiva de boa oferta, o lado da demanda segue pressionado. Isso porque a indústria de proteína animal continua sendo a principal compradora, mas ainda sente os impactos dos embargos sanitários impostos após o caso isolado de gripe aviária em Montenegro (RS). O Brasil mantém restrições com cerca de 40 países, embora exista a expectativa de que o bloqueio ao estado do Rio Grande do Sul seja retirado já na próxima semana — o que pode reabrir parte da demanda externa.
  • Comportamento das usinas: no mercado doméstico, as usinas de etanol, tradicionalmente atuantes ao longo de todo o ano, vêm adotando uma postura mais cautelosa. Com estoques elevados e margens comprimidas, essas unidades estão comprando milho no curto prazo, em operações conhecidas como “da mão para a boca”. A Grão Direto pontua que a recente queda nos preços dos combustíveis, influenciada pela política de paridade da Petrobras e pela pressão do petróleo sobre o etanol, reduziu a competitividade do biocombustível. “Esse cenário limita o apetite das usinas e impede movimentos mais consistentes de alta nos preços do milho, mesmo com a demanda constante.”
  • Avanço da colheita: a colheita do milho segunda safra começa a ganhar ritmo no Centro-Oeste, apesar de chuvas pontuais que ainda podem causar atrasos localizados. A expectativa é de uma aceleração significativa dos trabalhos de campo nas próximas duas semanas. Com a entrada do milho no mercado, os preços já mostram sinais de recuo em algumas regiões. No norte de Mato Grosso — em praças como Sinop, Sorriso e Itanhangá — há relatos de negócios abaixo de R$ 40 por saca. A pressão decorre da combinação entre aumento da oferta e desalinhamento com a paridade de exportação (PPI).
  • Granjas estão pagando mais: enquanto em parte do Centro-Oeste a remuneração tem sido baixa, granjas do Sul e Sudeste continuam pagando valores superiores à referência de exportação, o que evidencia uma demanda ainda firme por parte da indústria de proteína animal. “Porém, no cenário externo, acordos recentes entre os Estados Unidos e países asiáticos — tradicionais clientes do milho brasileiro — elevam a competitividade no mercado internacional e tendem a pressionar ainda mais os preços de exportação do milho nacional”. Assim, mesmo com as granjas das duas regiões comprando bem, o mercado do milho segue pressionado.

“A colheita está ganhando ritmo, tem muito milho entrando no mercado e, ao mesmo tempo, as usinas de etanol estão comprando pouco. Lá fora, o Brasil está enfrentando mais concorrência de outros exportadores, o que também pesa nos preços”, resume a plataforma.

Diante de todos esses fatores, a tendência é que o produtor de milho tenha de encarar uma semana de preços mais baixos e instáveis, sem muito espaço para reação no curto prazo.



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